Fonte: Obras Completas do Pe. Leonel
Franca S.J
O Método Pedagógico dos Jesuítas – O
“Ratio Studiorum” Introdução e Tradução. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora,
1952
HISTEDBR - Grupo de Estudos e Pesquisas
"História, Sociedade e Educação no Brasil"
* permitido o uso e reprodução para fins
educacionais
Digitação elaborada por Luciana
Aparecida da Silva
O Método Pedagógico dos Jesuítas
O "Ratio Studiorum"
Organização e Plano de Estudos da
Companhia de Jesus.
Regras do Provincial
1. Objetivo dos estudos na Companhia. – Como um dos ministérios mais importantes da nossa Companhia é
ensinar ao próximo todas as disciplinas convenientes ao nosso Instituto, de
modo a levá-lo ao conhecimento e amor do Criador e Redentor nosso, tenha o
Provincial como dever seu zelar com todo empenho para que aos nossos esforços
tão multiformes no campo escolar corresponda plenamente o fruto que exige a
graça da nossa vocação.
2. Prefeito geral dos estudos. – Para este fim, ao Reitor não só o recomende insistentemente no
Senhor, mas lhe dê, como Prefeito de estudos ou Cancelário, um homem bem
versado nas letras e nas ciências, qualificado pelo seu zelo e discrição para
os desempenho das incumbências que lhe forem confiadas e cuja função será a de
instrumento geral do Reitor na boa ordenação dos estudos. A ele, com a devida humildade, deverão
obedecer aos professores e todos os escolásticos, tanto os que se acham no
mesmo Colégio quanto os que porventura vivem em internatos ou seminários de
alunos, e ainda os prefeitos de estudos nos seminários, em tudo quanto aos
estudos se refere.
3. Prefeito de estudos inferiores e da disciplina. – No caso em que, pela extensão e variedade do trabalho escolar,
não bastar um Prefeito para a direção de todas as aulas, poderá o Provincial
nomear outro que, sob as ordens do Prefeito Geral, cuidará dos estudos
inferiores; e ainda, se o exigirem as circunstâncias, um terceiro, incumbido da
disciplina.
4. Seleção dos Professores. – Com grande antecedência proveja os professores de cada
faculdade, observando os eu em cada disciplina parecem mais competentes, os
mais eruditos, aplicados e assíduos, os mais zelosos pelo progresso dos alunos
não só nas aulas senão também nos outros exercícios literários.
5. Sagrada Escritura e respectivo professor. – Com grande zelo promova o estudo de Sagrada Escritura; e o
conseguirá, se para este ofício escolher homens não só conhecedores de línguas
(o que é de primeira necessidade), mas ainda versados na teologia e nas demais
ciências, na história e outros ramos do saber e, se possível, também
eloqüentes.
6. Estudantes e tempo. – As lições
de Sagrada Escritura assistirão os estudantes de teologia diariamente, em aulas
de três quartos de hora, durante dois anos, isto é, ordinariamente, no segundo
e terceiro ano do curso, onde forem dois os professores de teologia; onde
houver três, as aulas poderão ser diárias e mais breves, ou, se parecer
preferível, mais longas em dias alternados.
7. Dotes do professor de hebreu. – Onde não houver inconveniente, ensine a língua hebraica o
professor da Sagrada Escritura, ou, ao menos, um teólogo; é para desejar que
seja outrossim versado em línguas, não só no grego, por causa do Novo
Testamento e da versão dos , mas no siro e no caldeu pelo muito que destas
línguas se encontra nos livros canônicos.
8. Estudantes e estudos. – Da
assistência a esta aula, por um ano, isto é, no segundo ou terceiro do curso,
não sejam dispensados os estudantes de teologia, exceto os que para isto forem
julgados de todo incapazes. Além disto, como advertem as Constituições, deverá
escolher os escolásticos eu se dedicarão especialmente a este estudo; os
escolhidos durante o biênio prescrito para a repetição da teologia, apliquem-se
mais ao estudo do hebreu e mesmo durante o curso regular da teologia sejam
assistidos, se possível, em academias privadas ao menos durante as férias.
9. Curso e professores de teologia.
§1. Procure que se conclua o curso de teologia em quatro anos, de
conformidade com as Constituições, e seja dado por dois anos, ou, se
absolutamente não puder ser de outro modo, por três professores ordinários, de
acordo com os diferentes costumes das províncias. Onde forem três professores,
a terceira aula será de teologia moral e nela se expliquem, ex-professo e com
solidez, as questões morais que pelos professores ordinários costumam ser
omitidas ou tratadas com suma brevidade.
A estas aulas assistam os nossos, ao menos durante dois anos; nos outros
dois freqüentem Sagrada Escritura.
§2. Lembre-se de modo muito especial que às cadeiras de teologia
não devem ser promovidos senão os que são bem afeiçoados e São Tomás; os eu lhe
são adversos ou menos zelosos da doutrina, deverão ser afastados do magistério.
10. Biênio da repetição da teologia. – No princípio do quarto ano, de acordo com o Reitor, o Prefeito,
os Professores e os seus Consultores, designe alguns escolásticos de
reconhecida virtude e bons talentos, para que, segundo prescrevem as
Constituições, se consagrem tranqüilamente durante dois anos ao estudo privado,
afim de repetir por si a teologia e, se ao superior parecer, sustentar atos
acadêmicos; para estes se darão abaixo instruções especiais. Onde for costume
da região, poderão alguns dentre eles, com licença do Geral, ser promovidos ao
grau de Doutor ou Mestre.
11. Onde vigorar o costumes de se conferirem graus publicamente,
observem-se a Constituições à risca; e não seja promovido quem às teses de
teologia especulativa não acrescentar outras relativas aos trechos mais
importantes da Escrituras e ainda, se nada houver em contrário, também à
história eclesiástica e ao direito canônico. Quanto ao modo e às cerimônias da
colação, se não se opuserem às Constituições, sigam-se os costumes e
estatutos de cada região.
12. Professores de caso de consciência. – No colégio onde houver seminário de casos de consciência para os
nosso, nomeie dois professores de casos
que, dividindo entre si toda a matéria, a expliquem em dois anos; ou um só
professor eu dê duas aulas diárias.
13. Conferência de casos. – Duas vezes
por semana nas casas professas, duas vezes nos colégios ou, se melhor lhe
parecer no Senhor, uma vez, haja ou não lição pública de casos ou de teologia
moral, deverão os nossos sacerdotes reunir-se para as conferências de casos.
Afim de presidi-la, determine um Provincial um sacerdote capaz de
desempenhar-se com segurança e prudência, dessa tarefa. Este presidente leia e
observe as regras do professor de casos ou de teologia moral que se prescreve à
maneira de realizarem semelhantes conferências.
14. Mesma conferência nos colégios principais. – Nos colégios mais importantes haja também esta conferência de
casos, principalmente para todos os estudantes de teologia, mas só uma vez na
semana.
15. Os eu dela não se devem dispensar. – Destas conferências acima referidas, com exceção dos
professores de teologia e filosofia e de outros eu por ventura o Superior
dispensar, não deverão eximir-se nem os estudantes de teologia moral nem os
sacerdotes que, ordinária ou ocasionalmente, ouvem confissões; o próprio
superior delas não se ausente senão raras vezes e por motivos graves.
16. Dotes do professor de filosofia. – Os professores de filosofia (exceto caso de gravíssima
necessidade) não só deverão ter concluído o curso de teologia senão ainda
consagrado dois anos à sua revisão, afim de que a doutrina lhes seja mais
segura e mais útil à teologia. Os que foram inclinados a novidades ou demasiado
livres nas suas opiniões, deverão, sem hesitações, ser afastados do magistério.
17. Curso de Filosofia. – Onde
estudam os nossos escolásticos, o curso de filosofia deverá durar três anos e
não menos; onde só houver estudantes externos fique a duração a juízo do
Provincial; enquanto for possível, porém, cada ano conclua-se um curso e comece
outro.
18. Curso de retórica e humanidades. – Ainda que não seja possível prescrever a duração do curso de
humanidades e retórica e a cargo do superior fique decidir quanto deverá cada
qual demorar-se nestes estudos, nenhum dos nossos, pelo menos, deverá ser
enviado à filosofia antes de haver estudados dois anos de retórica, a menos que
não se julgue em o Senhor que a idade, as aptidões ou outro motivo a isto se
oponham. Mas, se alguns forem dotados de aptidões naturais para grandes
progressos nesse estudos, , poder-se-á examinar se, afim de se lançarem mais
sólidos fundamentos, não convenha conserva-los na retórica por três anos.
19. §1. Duplo exame de filosofia. – Depois que iniciarem o curso
de filosofia, deverão os nossos ser examinados duas vezes por professores
determinados, a saber, pelo Prefeito de estudos e pelos professores de teologia
e filosofia, na presença do Reitor e seus consultores e, se possível, do
próprio Provincial; a primeira vez pouco antes da quaresma ou nas férias de
Páscoa, a outra, terminada a lógica.
§2. Considerações da virtude. – este ponto eu é de grande
importância para o Senhor e deverá ser
tratado com toda a atenção para a maior glória de Deus, observe o Provincial,
de modo particular, as regras 49 e 56 do seu ofício e, acima de tudo, leve me
consideração a virtude do candidato.
§3. Fim e processo do exame. – Este exame, eu determinará se
alguém há de continuar a filosofia ou se (logo) enviado ao estudo de Casos
deverá ser feito com votos secretos; o seu resultado juntamente com o
julgamento dos examinadores, seja consignado em livro especial; e os que a ele
assistirem guardem sobre o assunto rigoroso segredo.
§4. Destinação ao estudo de Casos. – Os que, no primeiro
exame, se revelarem incapazes para a filosofia deverão ser destinados aos Casos
ou, a juízo do Provincial, ao magistério [inferior] (assim entendemos a
destinação aos casos); quanto aos demais nada por então se decida. No segundo
exame, poderão distinguir-se entre os candidatos três graus: os que excedem a
mediania e estes deverão prosseguir os demais estudos; os que lhe ficam abaixo
e estes lhe serão logo aplicados aos Casos; e finalmente os que apenas a
atingem e entre estes caberá ainda uma discriminação.
§5. Consideração dos talentos. A quem será concedido um
biênio de teologia. – Os que são
medianos nas letras e não possuem outras habilidades sejam também enviados aos
Casos; os que, porém, juntamente com virtude notável tiverem talento para a
pregação e governo, então, afim de que a Companhia possa, com maior segurança e
autoridade, servir-se de seus préstimos, delibere o Provincial com seus
consultores se, além da filosofia, não convenha assegurar-lhe dois anos de
teologia. Neste caso, advirta-lhes abertamente que, só nesta medida, irão
continuar os estudos.
§6. Quando se poderá conceder um terceiro ano de teologia. –
Mas, se por ventura aos que têm talento para a pregação não bastarem as dois
para ouvir nas aulas matérias da teologia que se julguem necessárias as
desempenho de suas responsabilidades com segurança e sem erro, como os capítulos que, na Suma de Santo Tomás, se
estudam na primeira parte antes da discussão sobre os anjos, na terceira, sobre
a Encarnação e os Sacramentos, na primeira da Segunda sobre a graça – poderá
para este fim, conceder-lhes um terceiro ano de teologia, ou, pelo menos, sejam
ajudados por meio de lições particulares de alguma academia doméstica, com as
quais, durante o biênio ou depois, supram o eu nas aulas não foi explicado
durante este tempo, deixando também as lições públicas de outras matérias eu
pareçam menos úteis.
§7. A quem se poderá conceder um quarto ano de teologia. –
Por fim, se não houver alguém, ainda eu não dotado de talento notável, mas
eminente em dons de governo e pregação, e de virtude singular eu parece atingir
o conhecimento completo de teologia exigido pelas Constituições, e eu se se
julgasse de vantagem para a Companhia eu terminasse o curso de teologia, poderá
o Provincial, ouvidos previamente os consultores, conceder-lhe um quarto ano de
teologia.
§8. Deverão ser examinados os que estudaram fora da Companhia.
– Ao mesmo exame deverão ser submetidos os que, antes de entrar na Companhia,
estudaram todo o curso de filosofia ou parte dele, ou ainda parte da teologia,
afim de que ele se possa fazer idêntico julgamento.
§9. O privilégio dos estudos reservados aos humildes. - Antes de tudo, porém, cuide o Provincial de se não servir da concessão do privilégio de aplicar aos estudos senão em favor
dos humildes, sinceramente piedosos e mortificados, mercadores de tal
beneficio.
§10. Os que deverão ser afastados no meio dos estudos. -Se algum
talvez dos que foram aplicados à filosofia ou à teologia, no decurso dos
estudos. mostrar que não excede a mediania como a principio se julgara, também
ele, após exame idêntico, deverá ser enviado aos Casos.
§11. Que se entende por mediania. -A mediania, de que acima
se fala, deve entender-se no sentido em que vulgarmente se entende quando se
diz de alguém que é de talento mediano, a saber, quando percebe e compreende o
que ouve e estuda e é capaz de dar razão suficiente a quem lhe pede, ainda que,
em filosofia e teologia, não atinja o grau de doutrina que as Constituições designam
com a expressão “haver nela feito bastante progresso”, nem seja capaz de
defender as teses aí mencionadas com o saber e a facilidade com que as
defenderia quem fosse dotado de talento para ensinar Filosofia e
Teologia.
§12. Como julgar os talentos. –
Sobre a capacidade do talento para pregação e governo que devem possuir os que
vão estudar teologia por dois anos e bem assim acerca do talento extraordinário
daqueles aos quais dissemos se podem conceder quatro anos, ponderem seriamente
com os seus Consultores e outros varões eminentes que os conheçam e sejam
capazes de ajuizar em semelhantes matérias.
§13. Decisão permitida ao Provincial. -Mas,
como neste exame e apreciação dos talentos freqüentes vezes divergem as
opiniões, ficará nas mãos do Provincial, depois de bem ponderada a questão, examinar os votos e ouvir os Consultores, decidir o que no Senhor melhor lhe parecer para a
maior glória de Deus e bem geral, da Companhia. E se julgar que nenhum deles
deverá ser aplicado àqueles estudos, consigne-o no livro, como acima se disse
no §3, acerca do primeiro exame.
§14. Matemáticas: Estudantes e tempo. -
No segundo ano do curso todos os estudantes de filosofia assistirão à aula de matemática
por três quartos de hora. Além disto, os que tiverem mais inclinação e
capacidade para semelhantes estudos exercitem-se neles em lições particulares
depois do curso.
§2. Porque não se devem fundir nem multiplicar. - Estas classes são de tal modo graduadas e
concatenadas entre si que não se podem fundir nem aumentar em quantidade, não
só para não multiplicar inutilmente os professores ordinários senão também para
que o número de cursos e classes não reclame tempo maior do que o necessário
para percorrer os estudos inferiores.
§3. Duas categorias numa classe. - Se forem menos de cinco
as classes, nem assim deverão confundir
os cinco graus, mas em cada classe poder-se-ão estabelecer duas categorias de
modo que cada uma corresponda a um dos cinco graus, como se dirá adiante na
regra 4 do Prefeito dos estudos inferiores.
§4. Conservem-se de preferência os cursos mais elevados. -Quando
forem poucas as classes, procure quanto possível conservar as mais elevadas,
suprimindo as inferiores.
§5. Podem multiplicar-se as turmas não as séries. - Quando
dizemos que as classes e gramática devem ser três e todas as de estudos
inferiores, cinco, referimo-nos não tanto ao número de aulas e professores
quanto ao de séries acima descritas. Porquanto, se for tão elevado o número de
alunos que não baste um professor, poderá a classe ser dividida com licença do
Geral, de modo, porém, que o nível, as lições, o método de ensino se mantenham
idênticos nas duas turmas paralelas.
§6. Onde se permite o desdobramento de turmas. -- Este
desdobramento de turmas. porém, não deve ser feito senão onde existem todos os
estudos da Companhia ou as condições da fundação o exigem, afim de não onerar
demasiadamente a Companhia.
36. §1. Férias gerais. As férias gerais do ano, nos cursos
superiores, não devem ter duração inferior a um mês nem superior a dois. Na retórica,
a menos que não se oponha o costume da universidade, as férias durem um mês; em
humanidades, três semanas; na gramática superior, duas; nos outros cursos, uma.
§2. Dias feriados.— Afim de que sejam certos e fixos os dias feriados - e o seu número
deve ser antes diminuído que aumentado, mande organizar urna lista dos mesmos
de acordo com os costumes do lugar.
§3. Nos cursos superiores não
haverá aula da véspera de Natal até a festa da Circuncisão; os cursos
inferiores, da tarde da mesma Véspera do Natal até a festa dos inocentes.
§4. Na Qüinquagésima, onde for
costume, não haja aula até Quarta-feira de Cinza; neste dia, porém, todos os
professores dêem as aulas da tarde
§5. Nos cursos inferiores de
Domingo de Ramos até a Dominga in albis, e nos inferiores, desde a tarde de
quarta-feira santa até a terça-feira de Páscoa, não haverá aulas.
§6. Da Vigília de Pentecostes nos
cursos superiores, e nos outros da tarde da mesma Vigília até terça-feira, não
haverá aula, como também na quinta-feira.
§7. Na Véspera da Festa do Corpo
de Deus, em todos os cursos, superiores e inferiores, não haverá aulas só
depois de meio-dia; ao invés, na Comemoração de todos os defuntos, só antes do
meio-dia.
§8. Nos dias em que só houver
aulas nos cursos inferiores, em nada se diminua o tempo costumado.
§9. Preces públicas. Se,
por causa de preces públicas, não for possível dar as aulas da manhã, dêem-se
as aulas da tarde; no dia das Rogações, porém, onde for costume, dêem-se também
as da manhã.
§10. Feriado semanal. —
Cada semana haja, pelo menos, um dia consagrado ao descanso. Na mesma semana, se caírem dois dias de
festa, não haverá mais um dia feriado; a não ser que o fato ocorra mais vezes e
de modo que um dos dias de festa caía na segunda-feira, outro no sábado: neste
caso poderá conceder-se outro feriado. Quando do na semana houver um dia de festa e este cair na quarta ou na
quinta-feira, neste dia e só nele não haverá aula; se, porém, cair na
segunda-feira ou no sábado, também na quarta-feira não se dê aula; se,
finalmente, cair na terça ou na sexta-feira, neste caso se não houver sermão, e for permitido justo recreio, não haverá outro
feriado; se não houver esta permissão, será então feriado quarta ou quinta-feira.
§11. Diferente para os diferentes cursos.
Nos cursos superiores ao descanso semanal se consagrará o dia todo. Nos
cursos inferiores, haverá aula pela manhã, hora e meia no de retórica, duas
horas nos demais. Pela tarde, não haverá aula para curso algum; do principio de
Junho em diante, para todos será feriado o dia inteiro.
1. Zelo pelos estudos. – A Companhia dedica-se à obra dos colégios e universidades, afim de que nestes estabelecimentos melhor se formem os nossos estudantes no saber e em
tudo quanto pode contribuir para o auxílio das almas e por sua vez comuniquem ao
próximo o que aprenderam. Abaixo, portanto, do zelo pela formação das sólidas
virtudes religiosas, que é o principal, procure o Reitor, como ponto de
máxima importância, que com a graça de Deus, se alcance o fim
que teve em mira a Companhia ao
aceitar colégios.
2. Autoridade do prefeito de estudos. Na direção dos terá
como assistente um Prefeito de estudos ao qual dará toda a autoridade que julgar conveniente para o desempenho cabal
de seu ofício.
3. Presença nos exercícios escolares. — Regule e distribua as
ocupações de maneira que possa estimular e desenvolver os exercícios
literários. Visite por vezes as aulas, mesmo inferiores; esteja quase sempre
presente às disputas, privadas e públicas, dos filósofos e teólogos; observe
se e porque estes exercícios não dão os resultados desejados.
4. Ocupações que se não devem permitir aos estudantes. — Não permita que nenhum estudante falte às disputas ou repetições, para que
todos se persuadam da grande importância desses exercícios; e corte por todas
as ocupações que aos escolásticos possam ser de obstáculo aos estudos.
5. Sobretudo aos que repetem a
teologia. –Aos que repetem a teologia em dois anos, ocupe o menos possível, e ainda assim só com o consentimento do Provincial, com pregações nas igrejas
ou em conventos de religiosas.
6. Substitutos dos mestres. – Estes estudantes poderão substituir, em sua falta, os professores ordinários de filosofia e
teologia; poderão também, se for necessário, presidir, no lugar do professor, às
disputas repetições e disputas domésticas; e, até, com
permissão do Provincial, lecionar, por
algum tempo, filosofia e teologia.
7. Academias de línguas. – Providencie para que se fundem entre os nossos escolásticos, academias de
hebreu e de grego; nelas se exercitem os acadêmicos duas ou três vezes na semana durante um tempo determinado, por exemplo, durante as férias, de tal modo que dai saiam homens capazes de honrar em particular e em público o conhecimento e a dignidade dessas
línguas.
8. Uso do Latim. — Zele com diligência para que se conserve em
casa o uso do latim entre os escolásticos; desta regra de falar
latim não haja dispensa, exceto nos dias feriados e nas horas de recreio, a menos que, em algumas regiões, não pareça ao
Provincial que, ainda nessas ocasiões, se pode conservar com facilidade o uso
de falar latim. Procure também que os nossos
escolásticos, que ainda não terminaram
os estudos, quando escrevem cartas aos nossos, escrevam em latim. Além disto, duas ou três vezes no ano, quando se festeja alguma
solenidade, como o começo do ano letivo ou a renovação dos votos, os nossos
estudantes de filosofia e teologia componham e exponham em público alguns versos.
9. Academia para a preparação
de professores. - Para que os mestres dos cursos
inferiores não comecem a sua tarefa sem preparação prática, o Reitor do colégio
donde costumam sair os professores de humanidades e gramática escolha um homem de grande experiência de ensino. Com
ele, vão ter os futuros mestres, em se aproximando o fim dos seus estudos, por
espaço de uma hora, três vezes na semana, afim de que, alternando preleções,
ditados, escrita, correções e outros deveres de um bom professor, se
preparem para o seu novo oficio.
10. Formação dos estudantes de retórica. — Quando os nossos estudantes de retórica e de humanidades não
freqüentam as aulas públicas, ou
as freqüentam, mas o professor que dá as aulas e dirige os externos não se pode desincumbir do ônus talvez demasiado de bem formar
os externos e os nossos, confie o Reitor os nossos estudantes a outro idôneo,
que em casa os exercite privadamente com toda a diligência, de conformidade com
as regras do professor de retórica.
11. Como deverão ser exercitados.
— Procure também por, por vezes, os nossos retóricos recitem
discursos ou poemas, em latim e em grego, no refeitório ou no salão, sobretudo assunto religioso
que edifique os da casa e os de fora e os anime a mais alta perfeição no Senhor; nem se descuidem dos
outros exercícios recomendados nas Constituições.
12. Conselho aos externos de estudar
retórica.
- Deve procurar-se que os nossos alunos internos,
quanto possível, estudem retórica por um ano antes de começar filosofia; e aos pais persuada-se a conveniência desta medida.
O mesmo deve aconselhar-se
aos externos: mas se o não quiserem, não deverão ser constrangidos. Se alguns quiserem começar a filosofia ainda muito crianças, de modo que se
possa temer venham perturbar as aulas, deverão ser tratados como prescevem as Constituições relativamente aqueles que se
não querem obrigar com nenhuma
promessa ou recusam dar o nome a matricula.
13. Tragédias e comédias. — O assunto das tragédias e comédias, que
convém sejam raras e só em língua latina, deve ser sagrado e piedoso;
nada deve haver nos entreatos que não seja em latim e
conveniente; personagens e hábitos femininos são proibidos.
14. Prêmio. — Cada ano pode haver uma distribuição pública de prêmios, contanto que corram as despesas por
conta de homens ilustres o sejam moderadas,
em proporção com o número de aulas e a natureza do colégio. Na distribuição de
prêmios far-se-á menção honorífica dos
que cobriram as despesas. Cumpre zelar com muito cuidado para que os alunos,
com a preparação para semelhantes festas, não venham a sofrer algum detrimento
moral e intelectual.
15. Oração na inauguração dos cursos. — Não permita, a não ser em caso de necessidade, que a oração pública, na inauguração dos cursos, seja feita por outrem que não dos professores mais
notáveis.
16. Escritos que se devem
registrar em livro. — Zele pela observância da regra do Prefeito da
biblioteca relativa ao registro em livro especial, do que se exibe publicamente ou do que escrevem os nossos no Colégio ou fora,
como diálogos, discursos, poesias e trabalhos semelhantes, escolhidos pelo
Prefeito de estudos ou por outro competente nestes assuntos.
17. Distribuição de livros. —
Prescreva ao bibliotecário que na
distribuição de livros não se afaste das normas traçadas pelo Prefeito dos
estudos.
18. Consulta de professores. —
Cada três, ou pelo menos de dois em
dois meses, reúna consulta de todos os professores do ginásio na presença de
ambos os dois Prefeitos [de estudos e de disciplina] e, de quando em quando,
dos outros professores na presença do Prefeito Geral de estudos. No começo
destas reuniões leia, por ordem, algumas regras dos mestres tanto das comuns, principalmente das que se referem à formação moral e religiosa, como das próprias de cada professor; lembre
então que poderá cada qual propor as dificuldades que ocorrem no seu
cumprimento ou indicar o que acaso não se observe.
19. Feriado semanal. —
As escolas inferiores tenham sempre o
seu feriado semanal, durante o dia inteiro ou pelo menos, depois do meio-dia,
conforme o costume do lugar.
20. Conservar o zelo alegre dos professores.- Procure também diligentemente com
a sua caridade religiosa conservar o
entusiasmo dos professores e vele para que não sejam sobrecarregados com os
trabalhos caseiros; o que ao Reitor prescreve a regra 25 do seu oficio (1), observe-o em
relação a eles com especial cuidado.
21. Exortação os alunos. – Decida se, além das exortações semanais dos professores não convenha se faça outra cada mês ou de dois
em dois meses, por algum Padre mais velho,
em local mais simples, onde se reúnam as
classes inferiores; ou, de costume do próprio prefeito ou outro, de vez em quando, dê, pelas aulas, avisos salutares adaptados a idade dos
meninos.
22. Regras do Prefeito de disciplina. — Onde o Provincial der ao
Prefeito dos estudos inferiores um assistente que se poderá chamar prefeito de disciplina, a ele se aplica a regra 2 do Prefeito, as regras relativas ao comportamento, que vão do n. 37 até
ao fim, e ainda, se parecer
conveniente as que se referem aos exames dos novos alunos do n. 9 ao no.
13.
23.
Congregação de Nossa Senhora. — Procure que seja, introduzida no seu colégio a Congregação de Nossa Senhora
da Anunciação do Colégio Romano; os que nela não se inscreverem não deverão ser
admitidos na Academia em que se praticam exercícios literários, a menos que o
próprio Reitor não julgue ser mais do serviço de Deus seguir outra norma. Os exercícios da Congregação ou da
Academia, porém, não devem realizar-se na mesma hora em que há pregação ou lição na nossa igreja.
24. Consultar o Provincial. –Enfim, no que se refere
às férias, aos graus, aos nossos quais se deve conceder para rever a teologia e a outros assuntos, consulte
o Provincial e execute com pontualidade o que ele determinar.
REGRAS DO PREFEITO DE ESTUDOS
1. Dever do Prefeito. -
Dever do Prefeito é ser o instrumento geral do Reitor, afim de,
na medida da autoridade por ele
concedida, organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas, de tal arte que os que as freqüentam, façam o maior progresso na
virtude, nas boas letras e na ciência, para a maior glória de
Deus.
2. Diferença entre o Chanceler e o Prefeito.- Onde, houver um Chanceler, distinto do Prefeito, determinará o Provincial
quais destas regras serão comuns a ambos os ofícios, quais, próprias de cada
um, de acordo com os costumes e estatutos de cada Academia.
3. Não dispense. -Na organização dos estudos não introduza mudanças nem dispensas, mas, onde for mister, consulte o Superior.
4. Livro do “Ratio”.- Seja-lhe familiar o livro da Organização dos
estudos, e zele pela observância de suas regras por parte de todos os alunos e
professores, sobretudo das prescritas aos teólogos, acerca da doutrina de Santo
Tomás e aos filósofos, relativas à escolha das opiniões. Sobre este
ponto vele com particular vigilância quando se devem defender teses, e mais
ainda, quando se devem imprimir.
5. Os Professores expliquem toda a matéria.- Lembre a cada um dos professores
de teologia, filosofia ou casuística, especialmente quando nota algum mais
retardatário, que deverá adiantar de tal modo a explicação que, cada ano,
esgote a matéria que lhe foi assinada.
6. Como dirigir as disputas. - Em todas as disputas a que
comparecem os professores de teologia ou de filosofia, ocupará a presidência o Prefeito; dará aos que disputam o sinal de terminar; e distribuirá o tempo
de tal modo que a todos toque a sua vez de falar. Não permita que nenhuma
dificuldade sobre a qual se discute, fique, terminada a discussão, tão escura como antes,
mas procure que, uma
vez ventilado um assunto, seja ele cuidadosamente explicado pelo que preside. Nem deverá ele resolver as objeções mas os argüentes e os defendentes; e deste ofício se desempenhará com mais dignidade se conseguir, não argumentando (ainda que uma vez ou outra convenha fazê-lo)mas interrogando, que melhor se esclareça a dificuldade.
7.
Dos atos, de teologia. Lembre a seu tempo ao Superior, ouvidos os professores designe os alunos que
deverão defender teses de toda a teologia ou de uma parte dela; esta defesa será feita pelos que não obtiveram o
biênio de revisão da teologia, no quarto ano do curso
teológico, ou (se forem muito poucos os alunos do quarto ano) pelos
do terceiro, mesmo onde os nossos escolásticos assistem as aulas de teologia em
casa. Dar-se-á ao ato certa solenidade e convidar-se-ão pessoas de fora. Para
as disputas gerais não
é necessário que se
admitam todos os que tomaram parte nas particulares, mas poderão escolher-se os de talento e habilidade. Quanto aos destinados ao
biênio, poderão fazer as suas disputas
durante o biênio, como se dirá adiante.
8. Disputas particulares
.- Para as disputas particulares cada classe de cada classe, o Prefeito com os professores escolha a matéria das quatro partes da teologia;
estes atos não devem ser muito frequentes mas a intervalos; durem no mínimo duas horas e meia,
só pela manhã ou pela tarde, e de regra, não sejam menos de três os arguentes, dos quais, sempre que
possível, um doutor.
9. Disputas gerais. -As disputas gerais abracem quase toda a
teologia, estendam-se pela manhã e pela tarde, ou, onde for costume disputar só antes ou só depois do meio dia, prolonguem-se pelo menos por quatro ou cinco horas.
10. Publicação de teses. -
As teses destas disputas gerais, se
convier, poderão ser comuns a todos os nossos estudantes que hão de defender teses no mesmo ano, e, ainda, imprimir-se onde permitir o costume do lugar.
11. Tempo determinado para as disputas. Dos que hão de realizar estes atos, um poderá reservar-se, se se julgar melhor, para a semana em que se encerram,
outro para a em que de novo se iniciam os estudos.
12. Disputas dos externos. - Todos os anos, convídem-se para estas disputas gerais alguns alunos externos que em nossas escolas completaram, com
distinção, o currículo de teologia. Estes atos deverão ser mais solenes que os outros e celebrar-se na presença do maior número possível de doutores nossos e externos e ainda de homens eminentes.
13. Presidência das disputas. - A todas as disputas presidam os professores
alternada ou simultaneamente, de modo que cada um responda às objeções
relativas à sua matéria; poderão ocupar a presidência também outros dos nossos,
que sejam doutores.
14. Número de teses. - Nos atos gerais as teses não deverão ser muito longas nem mais de cinqüenta aproximadamente; poderão ser menos, se assim o
exigirem os costumes públicos da Academia. Nos atos particulares não mais de vinte; nem mais de doze ou quinze nas
disputas mensais; e nas semanais oito ou nove.
15. Prova de teses pelo
defendente. — Antes de começar a disputa, o defendente prove uma ou outra das teses, com brevidade, mas também com certa elegância, de conformidade,
porém, com o uso teológico.
16. Disputas mensais e semanais. Nas disputas mensais ou semanais procure que se observe com
cuidado quanto se prescreve nas regras dos professores de filosofia e
teologia.
17. Ouvir e observar os
professores. -* De quando em quando, ao menos uma vez por mês, assista às aulas dos professores; leia também, por vezes, os apontamentos dos alunos.
Se observar ou ouvir de outrem alguma cousa que mereça advertência, uma vez averiguada, chame a atenção
do professor com delicadeza e afabilidade, C, Se for mister, leve tudo ao conhecimento do
Reitor.
18. Revisão de teses. Siga o mesmo processo, se, na revisão
das teses, houver algum ponto em que não estejam de acordo o Prefeito e o
Professor; sem conhecimento do professor não deverá o Prefeito riscar ou alterar
tese alguma; e qualquer modificação será feita sem que o saibam os outros,
salvo o Reitor.
19. Atos filosóficos. No fim dos três anos do curso filosófico
realizem-se as disputas de toda a filosofia; para esses atos escolham-se poucos
escolásticos, bem preparados, capazes de desempenhar-se com dignidade desta
incumbência, isto é, aqueles que fizeram progressos superiores á mediania.
20. Exame dos estudantes de
metafísica. Serão eles escolhidos por três ou mais examinadores. Entre
estes deverá sempre se achar o prefeito e o próprio professor, aos quais o
Reitor acrescentará um terceiro escolhido entre pessoas que se possam bem
desincumbir do oficio. Com estes três deverão assistir ao exame, pelo menos, os
dois outros professores, designados pelo Reitor, e que poderão por sua vez ser substituídos. Se isto se não
puder fazer, escolha o Reitor outras pessoas competentes que,
juntamente com os três examinadores, dêem o seu Voto por escrito, de modo que
sejam cinco no mínimo os votos secretos. Sobre o exame deverão todos observar o
mais rigoroso segredo.
21. Exame dos alunos internos. - Quanto aos alunos internos, basta
que sejam examinados pelo seu Prefeito e dois repetidores de filosofia, ou,
na falta destes, por dois dos melhores estudantes
de teologia, escolhidos entre os nossos escolásticos pelo Prefeito Geral. Os
que, porém, forem por estes examinadores julgados idôneos não se preparem para
o ato publico antes de ser aprovados pelo próprio
professor e pelo Prefeito geral.
22. Exame público. - Este exame, do qual, com rigor, não se deverá dispensar quase nenhum dos
nossos estudantes e, se possível, também dos alunos internos, será público, se
a isto se não oponha algum obstáculo, do seguinte modo: se se tratar dos nossos, na presença de todos os nossos estudantes de filosofia; se dos alunos
internos, na presença de todos os filósofos de seu colégio; se dos externos
(que não deverão, porém, ser constrangidos a prestar este exame), na de todos
os filósofos externos, ao menos de sua classe.
23. Tempo e forma dos exames. Os exames começarão logo depois das férias de
Páscoa, ou mesmo antes se o exigir o número de examinandos; processar-se-ão nos
dias e na ordem que o Reitor, ouvidos o Prefeito e o Professor, julgar mais
conveniente. O exame de cada aluno durará, ao menos, uma hora, e estender-se-á
sobre as matérias mais importantes, que, com antecedência e em segredo, aos
examinadores, assinará o Prefeito.
24. Tempo e forma das disputas filosóficas. As disputas filosóficas durem pelo menos todo
o tempo das aulas, pela manhã ou pela tarde. Regularmente sejam três os
argüentes, dos quais, sempre que possível, um se escolha entre os nossos
professores de teologia ou de filosofia, ou entre os doutores de outra Ordem ou
dentre os externos. O número e a natureza das teses obedecem ao que foi acima prescrito para as disputas gerais de teologia nas regras 9o., 10o., 11o. e 12o..
25. Presença às disputas. Procure o Prefeito que às disputas teológicas e filosóficas não só os estudantes
senão também os professores de teologia; e às filosóficas, os estudantes e
professores de filosofia. Apresentando (e urgindo) suas objeções, dêem os
professores mais vida e solenidade à disputa. Deverão estar todos presentes à
colação de grau de mestre ou doutor; o Reitor prescreverá o que deve fazer o
Prefeito em semelhantes ocasiões.
26. Os que deverão
ser enviados para as disputas. —Quando os nossos escolásticos forem convidados pelos de fora para disputas,
para Academias públicas ou Conventos de religiosos, enviem de preferência os
que obtiveram o biênio de revisão da teologia.
27. Prescrever o
método de estudos. —Aos nossos escolásticos, aos internos, e aos externos
por meio de seus professores não só prescreva o método de estudar, repetir e
disputar, senão também distribua o tempo de modo que aproveitem bem as horas
reservadas ao estudo privado.
28. Revisão do que se apresenta em público. — Não permita que em
casa ou fora se recite cousa alguma
em público pelos que hão de colar grau, tomar parte nas disputas gerais ou
particulares, ou pelos estudantes de retórica, que não tenha sido, a tempo,
revisto e aprovado.
29. Escolha e abundância de livros. — Procure que aos escolásticos não faltem os livros úteis nem sobrem os inúteis. Por isso, afim de que haja
em número suficiente, lembre com tempo ao Reitor os livros de uso quotidiano ou
os de que, no ano seguinte, hão de precisar, tanto os nossos estudantes quanto
os de fora.
30.Livros que se devem dar aos estudantes. — Nas mãos dos estudantes de teologia e
filosofia não se ponham todos os livros mas somente alguns, aconselhados pelos
professores com o conhecimento do Reitor: a saber, além da Suma de Santo Tomás
para os teólogos e de Aristóteles para os filósofos um comentário para consulta
particular. Todos os teólogos devem ter o Concilio Tridentíno e um exemplar da
Bíblia, cuja leitura lhes deve ser familiar.Consulte o Reitor se convém se lhes
dê algum Santo Padre. Além disto, dê a todos os estudantes do teologia e
filosofia algum livro de estudos clássicos e advirta-lhes que lhe não descuidem
a leitura, em hora fixa, que parecer mais conveniente.
REGRAS COMUNS A TODOS OS PROFESSORES DAS
FACULDADES SUPERIORES.
1. Finalidade - O fim especial do Professor, tanto nas aulas quando se oferecer a ocasião, com fora delas, será mover os seus ouvintes ao serviço e ao amor de Deus
e ao exercício das virtudes que lhe são agradáveis, e alcançar que para este
objetivo orientem todos os seus estudos.
2. Oração antes da aula. — Para que se lhes conserve isto na
memória, antes de começar a aula reze uma breve oração apropriada, que
professor e alunos deverão ouvir de cabeça descoberta; ou, pelo menos, faça
ele, de cabeça descoberta, o sinal da cruz e comece.
3. Alimentar a piedade dos
alunos. — Ajude, além disto, os seus discípulos com orações freqüentes a
Deus e com os exemplos de sua vida religiosa. Bom será que não descuide as
exortações pelo menos nas vésperas dos festas mais solenes ou antes das grandes
férias. Exorte-os principalmente à oração, ao exame vespertino de consciência,
à recepção freqüente e digna dos sacramentos da Penitencia e da eucaristia, à
freqüência diária da missa, à assistência no sermão, nos dias festivos, à fuga
dos maus costumes, ao horror dos vícios e à prática das virtudes dignas do
cristão.
4. Obediência ao Prefeito. — Obedeça ao Prefeito dos estudos em tudo quanto se refere aos estudos e à
disciplina das aulas; entregue-lhe, para serem revistas, todas as teses, antes de
propô-las; não explique livro ou autor fora dos que estão em uso nem introduza
novos métodos no ensino ou nas disputas.
5. Modéstia no refutar. — Nas questões livres defenda a sua opinião
com modéstia e delicadeza, de modo que não fira a estima dos que defendem a
opinião contrária principalmente se for a do professor que o precedeu. É até
para desejar que se esforce para conciliar os autores, quando possível. Em
citá-los e refutá-los seja moderado.
6. Evite-se a novidade de opiniões. Ainda em assuntos que não
apresentem perigo algum para a fé e a piedade, ninguém introduza questões novas
em matéria de certa importância, nem opiniões não abonadas por nenhum autor
idôneo, sem consultar os superiores; nem ensine cousa alguma contra os
princípios fundamentais dos doutores e o sentir comum das escolas. Sigam todos
de preferência os mestres aprovados e as doutrinas que, pela experiência dos anos, são mais adotadas nas
escolas católicas.
7. Brevidade na refutação e na demonstração. — Não a legue opiniões inúteis, obsoletas,
absurdas e manifestamente falsas, nem se demore muito em referi-las e
refutá-las. Procure provar as suas teses não tanto pelo número quanto pelo peso
dos argumentos. Não faça digressões pela matéria dos outros; e das que lhe
competem não trate nem mais difusamente do que exige a sua natureza nem fora do
lugar que lhe convém. Não acumule objeções; mas dentre elas refira brevemente
as mais fortes a menos que sua refutação se torne evidente pela explicação
anterior da tese.
8. Brevidade e fidelidade nas citações. Em aduzir autoridades dos mestres, evite a demasia; mas se, para confirmar
a sua opinião, tiver testemunhos de autores insignes, cite-lhe, quando
possível as próprias palavras, com fidelidade e brevidade, sobretudo
quando se tratar da Sagrada Escritura, dos Concílios e dos Santos Padres. E a
dignidade do mestre exige que não cite autores que ele próprio não tenho lido.
9. Ditado. Quando
puder ensinar sem ditar, de modo que os ouvintes possam apanhar com facilidade o
que deveriam escrever, é preferível que não dite; mas os que ditarem não parem
depois de cada palavra, mas falem de um fôlego, e se for necessário, repitam; e
não ditem toda a questão para depois explica-la, senão alternem o ditado e a explicação.
10. Remeter os estudantes aos livros. — Quando trata assuntos
que se encontram nos autores à mão, explique em vez de ditar; e procure mesmo
remeter os alunos aos autores que tratam a matéria com amplitude e rigor.
11. Repetições na aula. -— Terminada a lição, fique na aula ou perto
da aula, ao menos durante um quarto de hora, para que os alunos possam
interrogá-lo, para que ele possa às vezes perguntá-los sobre a lição e ainda
para repeti-la.
12. Repetições em casa.—Todos os dia, exceto os sábados e dias
festivos, designe uma hora de repetição aos nossos escolásticos para que assim
se exercitem as inteligências e melhor se esclareçam as dificuldades
ocorrentes. Assim um ou dois sejam avisados com antecedência para repetir a
lição de memória, mas só por um quarto de hora; em seguida um ou dois formulem
objeções e outros tantos respondam; se ainda sobrar tempo, proponham-se
dúvidas. E para que sobre, procure o professor conservar rigorosamente a
argumentação em forma [silogística]; e quando nada mais de novo se aduz, corte
a argumentação.
13. Repetições gerais. - No fim do ano deverá organizar-se a
repetição de todas as lições passadas de modo que, se não houver impedimento em
contrário, se lhe reserve um mês inteiro livre, não só das aulas como também
das repetições acima.
14. Disputas semanais. — No sábado ou em outro dia.conforme conforme
o costume da Academia, haja nas aulas disputa; por duas horas ou por mais tempo onde for elevado o número de externos.
Se numa semana ocorrerem dois dias de festa, ou com um dos dias de festa
coincidir o feriado semanal, no sábado não haja disputa mas aula; se isto acontecesse durante três semanas seguidas,
intercale-se uma disputa.
15. Disputas mensais - Onde se não opuser o costume da Academia,
haja uma disputa, de manhã e de tarde, em dia fixo, cada mês (exceto os três
últimos meses de verão), ou, onde forem poucos os alunos, cada dois meses.
Tantos alunos, quantos forem os professores, defenderão, cada qual, as questões
do respectivo professor.
16. Insistência nas objeções. - As
disputas assistam também, quanto possível, outros doutores e professores
nossos, ainda de outras faculdades; e para tornar mais viva a discussão
insistam na força das objeções suscitadas; não chamem a si, porém, a
continuação de uma dificuldade na qual insta ainda o argüente com vantagem e
vigor. O mesmo é permitido aos doutores de fora, que poderão mesmo ser
convidados expressamente para argüir, a menos que não o permitam os costumes do
lugar.
17. A disputa reservada aos mais distintos - Nas disputas públicas
só deverão tomar parte os alunos mais distintos; os outros se exercitem em
particular até que estejam de tal modo preparados que possam comparecer em
público sem desdouro.
18. Cuidado das disputas. Persuada-se que o dia da disputa
não é menos trabalhoso nem menos útil que o de aula e que a vantagem e o fervor
dele depende. Presida de maneira que ele mesmo pareça lutar nos dois campos que
lutam; louve o que se diz de bom e chame a atenção de todos. Quando se
propuser alguma dificuldade mais séria, sugira alguma idéia que ajude o que
defende ou oriente o que argue. Não se conserve muito tempo calado, nem fale
sempre para que também os discípulos possam mostrar o que sabem; corrija ou desenvolva
o que propõem os alunos; mande o argüente prosseguir enquanto não estiver
resolvida a dificuldade; aumente-lhe mesmo a forca e não passe por cima
se o argumento deslizar para outra objeção. Não permita que se repise por mais
tempo uma dificuldade praticamente já resolvida ou que se sustente à porfia uma
resposta insuficiente; mas depois da discussão defina e esclareça brevemente
todo o assunto. Se em algum lugar houver ainda outro costume que contribua para
dar às disputas mais freqüência e vivacidade, conserve-o com diligência.
19. Tratar com o bedel. - Trate às vezes com o ajudante ou bedel,
nomeado pelo Reitor, interrogue-o sobre o estado geral da aula, sobre a
aplicação e aproveitamento dos externos e procure que ele se desempenhe do seu
ofício com exatidão e fidelidade.
20. Progresso dos estudantes. - Com o auxílio da graça divina seja
diligente e assíduo no cumprimento de todos os seus deveres, zeloso do
adiantamento dos alunos tanto nas lições como nos outros exercícios escolares;
não se mostre mais familiar com um aluno do que com outros; não despreze a
ninguém; vele igualmente pelos estudos dos pobres e dos ricos; procure em
particular o progresso de cada um dos seus estudantes.
REGRAS DO PROFESSOR DE SAGRADA ESCRITURA
1. Especial atenção ao sentido literal. - Persuada-se que o seu
principal dever é explicar com piedade, doutrina e compostura os livros divinos
no seu sentido genuíno e literal para confirmar a verdadeira fé em Deus e o
fundamento dos bons costumes.
2. Edição vulgata. - Entre outros
pontos que deve ter em mira é de especial importância defender a versão adotada
pela Igreja.
3. Observar e comparar as frases da Sagrada Escritura. - Para colher o verdadeiro sentido observe as
expressões e figuras próprias das Escrituras Sagradas; e não só considere o
contexto imediato do lugar que tem entre mãos mas compare também apuradamente
outros lugares em que a mesma frase apresenta sentido idêntico ou diverso.
4. Textos gregos e hebreus. - Dos originais hebreus e gregos aduza o que
for útil, mas com brevidade e só quando alguma diversidade entre esses textos e
a vulgata latina exija conciliação ou quando os idiotismos das outras línguas
contribuam para maior clareza e compreensão.
5. Uso de outras versões -Não empreenda a refutação dos erros das
outras versões, assim das latinas mais recentes como da caldaica, da siríaca,
da de Teodotion, Áquila e Símanaco, a menos que sejam erros importantes ou com
aparência de probabilidade; como também não omita o que pode ser muito favorável
à vulgata latina e aos mistérios da nossa fé, principalmente se se tratar da
versão dos LXX, da qual sempre se deverá falar com respeito.
6. Seguir as explicações dos Papas e Concílios - Se os cânones dos
Papas ou dos Concílios, principalmente, gerais indicam o sentido literal de
alguma passagem, defenda-o como literal; e não acrescente outros sentidos literais
apoiado em razões muito fortes. Se alegam outrossim um texto expressamente para
confirmação de um dogma, ensine também que, literal ou místico, este é
indubitavelmente o seu sentido.
7. Seguir as pegadas dos SS. Padres.
- Siga com respeito as pegadas dos Santos Padres; se estiverem de acordo
sobre uma interpretação literal ou alegórica, principalmente quando falam com
clareza ou tratam expressamente da Escritura ou dogma, não se aparte desta
interpretação; se, porém, não concordam, das várias explicações prefira aquela
para a qual há muitos anos, e com grande consenso, parece inclinar-se a
Igreja.
8. Confirmar o dogma com a Escritura. - Se houver um dogma de fé que
grande número de Padres e teólogos afirma se pode provar com a Escritura, não
negue esta possibilidade.
9. Não se recomendem os escritos rabínicos. -Se nos escritos dos rabinos hebreus houver
alguma coisa que possa alegar-se com vantagem em favor da Vulgata ou dos dogmas
católicos, alegue, mas sem recomendar-lhes a autoridade afim de que não se lhes
granjeie a afeição de alguém, principalmente se forem escritores judeus
posteriores a Cristo.
10. Não se ocupar com os escritos e erros dos rabinos. - No mais não se aplique a investigar as
coisas dos rabinos ou a ventilar-lhes os erros, a menos que se trate dos mais
célebres; siga a mesma norma em relação a certos exegetas cristãos que por eles
se deixaram influenciar excessivamente.
11. Não confiar demasiadamente na pontuação. - Não confie em confie
em demasia na pontuação massorética, que é invenção dos rabinos, mas considere
com diligência como o nosso texto, o dos LXX e outros intérpretes antigos leram
sem essa pontuação.
12. Zelo da brevidade. - Não se demore demasiadamente em cada texto
da Escritura, a menos que a sua importância justifique o dispêndio de tempo e
de esforço, afim de que não se proceda com muito vagar; para este fim, percorra
rapidamente os lugares mais fáceis, ou os omita.
13. Não tratar as questões com método escolástico. - Não trate com
método escolástico as questões próprias da Sagrada Escritura.
14. Não se demorar na cronologia. - Não se detenha muito tempo em
investigar questões de cronologia ou de geografia da terra santa ou outras
menos úteis, a menos que a passagem o exija; bastará indicar os autores que tratam
amplamente estes assuntos.
15. Aplicações alegóricas e morais. - Não passe em silêncio as
aplicações alegóricas e morais, invulgares, nascidas espontaneamente do
sentido literal, engenhosas e perspicazes. Quanto às outras, indique apenas os
santos padres onde se poderão encontrar.
16. Evitar controvérsias. Se deparar com um texto controvertido
entre nós e os hereges ou alegado nas discussões teológicas pelos dois
partidos, limite-se a mostrar com gravidade, porém, e vigor, principalmente
contra os hereges, a sua importância para a solução do debate; omita o mais,
para, lembrado de seu ofício, não ultrapassar os limites de um professor de
Escritura Sagrada.
17. Antigo e Novo Testamento em anos alternados. -Em anos
alternados, interprete o Novo e o Antigo Testamento, a menos que, algumas
vezes, não se julgue melhor outra ordem.
18. Cada ano, um livro novo. — A explicação de um livro iniciado num
ano, não se deve prolongar no seguinte, a não ser por motivo grave; e não volte
a interpretar o mesmo livro senão depois de explicados os livros mais importantes.
19. Repetições e lições em casa. - Além das repetições feitas em casa uma vez por semana, haja também de
quando em quando lições no refeitório em conformidade com as prescrições do
Reitor.
20. Lições Públicas. - Em lugar da lição ordinária designe-se às
vezes um aluno que interprete, em forma elegante e desenvolvida, algum dos
passos mais importantes da Sagrada Escritura. Terminada a exposição, um ou
outro dos discípulos poderá formular objeções, que, porém, só deverão ser
tiradas dos vários passos da Escritura, dos idiotismos de linguagem ou das interpretações
dos SS. Padres.
REGRAS DO PROFESSOR DE LÍNGUA HEBRÁICA
1. Fidelidade da interpretação. - Considere como ponto de máxima importância interpretar com a maior
fidelidade o texto primitivo da Sagrada Escritura.
2. Defesa da Vulgata. Entre outros pontos que deve ter em mira,
considere a defesa da versão adotada pela Igreja.
3. Unir o estudo da gramática ao
texto. — No princípio do ano
explique os primeiros rudimentos da gramática; em seguida, continuando as
outras regras, interprete algum dos livros mais fáceis da Sagrada Escritura.
4. Atenção
especial às palavras. — Enquanto interpretar os livros sagrados, não se
aplique tanto a explicar o conteúdo e o pensamento quanto a chamar a atenção
sobre a força e o sentido das palavras, os idiotismos da língua e os preceitos
da gramática, de acordo com o uso genuíno dos autores.
5. Suavizar a
aspereza da língua. Procure enfim ensinar de
modo que suavize, com sua arte, a estranheza e, dificuldade que alguns
encontram no estudo desta língua.
REGRAS DO PROFESSOR DE TEOLOGIA
[ESCOLÁSTICA]
1. Fim. - Persuada-se que é seu dever unir a sutileza bem fundada no argumentar
com fé ortodoxa e a piedade, de modo que aquela sirva a estas.
2. Seguir Santo Tomás. - Em teologia
escolástica sigam os nossos religiosos a doutrina de Santo Tomás; considerem-no
como seu Doutor próprio, e concentrem todos os esforços para que os alunos lhe
cobrem a maior estima. Entendam, porém, que se não devem adstringir de tal modo
a Santo Tomás, que lhes não seja permitido em cousa alguma apartar-se dele, uma
vez que os que de modo especial se professam tomistas por vezes dele se afastam
e não seja justo se liguem os nossos religiosos a Santo Tomás mais
estreitamente do que os próprios tomistas.
3. Com algumas exceções. - Por isso, no que respeita à Concepção da
Virgem Maria e à solenidade dos votos, sigam a opinião mais comum em nossos
dias e mais geralmente recebida entre os teólogos. Nas questões puramente
filosóficas ou ainda nas que se relacionam com a Escritura e o Direito Canônico
é também permitido seguir outros autores que mais ex-professo trataram esses
assuntos.
4. Escolha da opinião nas questões duvidosas. - Quando for duvidosa
a opinião de Santo Tomás, ou, nas questões que ele talvez não tratou,
divergirem os doutores católicos, assiste-lhe o direito de opção, como foi dito
nas regras comuns, regra 5a.
5. Cuidado da fé e da piedade. No ensino procure antes de tudo
robustecer a fé e alimentar a piedade. Por isso, nas questões que Santo Tomás
não tratou expressamente, ninguém ensine cousa alguma que não esteja em
harmonia com o sentir da Igreja e as tradições recebidas ou que, de qualquer
maneira tenda a enfraquecer os fundamentos da sólida piedade. Assim, não
rejeite os argumentos, ainda só prováveis, que se costumam alegar para provar
as cousas da fé, nem temerariamente proponha novos, se não baseados em
princípios solidamente estabelecidos.
6. Não defender opiniões que ofendem os católicos -Se souber de
alguma opinião, seja qual for o seu autor, que escandaliza gravemente os
católicos de uma região ou escola, aí não as ensine nem as justifique. Onde não
está em jogo a doutrina da fé ou a integridade dos costumes, exige a caridade
prudente que os nossos religiosos se acomodem àqueles com quem vivem.
7. Curso de teologia em 4 anos. O curso inteiro de teologia
deve concluir-se em quatro anos. Se, portanto, forem dois os professores de
teologia escolástica:
Divisão das questões:
§1. O primeiro
explique no primeiro ano as 43 questões da primeira parte da Suma, no seguindo,
a matéria relativa aos anjos e as 21 questões da primeira subdivisão da segunda
parte; no terceiro, da questão 55 ou 71 até o fim da primeira subdivisão da
segunda parte; no quarto, o que se refere à fé, esperança e caridade, da
segunda subdivisão da segunda parte.
§2. O segundo professor explição no primeiro ano, da segunda subdivisão da segunda parte, as questões relativas e à
justiça e ao direito, e as mais importantes sobre a virtude da religião; no
segundo, da terceira parte, as questões da encarnação e, se puder, ao menos os
pontos principais dos Sacramentos em geral; no terceiro, o Batismo e a
Eucaristia e, se possível, alguma cousa, da Ordem e da Confirmação; no quarto
ano, a Penitência e o Matrimônio.
§3. Onde forem três os professores de teologia, o primeiro explique, no
primeiro ano, 26 questões da primeira parte; no segundo, as questões restantes
que puder, dá mesma parte; no terceiro, o que puder da primeira subdivisão da
segunda parte antes da questão 81; no quarto ano, o resto da subdivisão da
segunda parte.
§4. O segundo, no primeiro ano, explique da segunda subdivisão da segunda
parte as controvérsias sobre a Escritura, as tradições, a Igreja, os Concílios
e o Romano Pontífice; no segundo, as questões da fé, esperança e caridade; no
terceiro, as questões da justiça e do direito, da restituição da usura e dos
contratos, quanto puder; no quarto, o que não foi explicado dos contratos, e o
que trata Santo Tomás sobre a vida religiosa e os estados de vida.
§5. O terceiro, no primeiro ano, as questões da Encarnação; no
segundo, dos sacramentos em geral, do Batismo e da Eucaristia; no terceiro, da
Penitência e do Matrimônio; no quarto, das censuras eclesiásticas e dos demais
sacramentos.
8. Explicar todas as questões de cada ano. Das questões que lhe
foram prescritas para cada ano, explique-as todas no ano indicado; se não lhe
for possível concluir alguma, omita-a de todo em vez de transferi-la para o ano
seguinte e remeta os alunos a um determinado autor.
9. Questões que se devem omitir. Para que possa adiantar com mais
facilidade na teologia escolástica, é bom que se abstenha, quanto possível, de
algumas classes de questões, principalmente das quatro seguintes:
§1. As próprias da Sagrada Escritura. Uma classe inclui as questões
ou comentários próprios da Sagrada Escritura; deixe-as ao professor desta
disciplina.
§2. As controvérsias. - A segunda classe compreende as questões
controvertidas contra os hereges; quando ocorrem, na Suma de Santo Tomás,
tratem-nas com o método escolástico de preferência ao histórico; contentem-se
com provar cada tese com dois ou três argumentos sólidos; reduzam também a
nada, aproximadamente com o mesmo número de razões, as principais calúnias dos
hereges; mas indiquem em todos estes pontos um autor no qual possa cada um
encontrar outras informações que desejar.
§3. As filosóficas. — A terceira classe entende com as questões
filosóficas que não deverão tratar expressamente nem discutir, mas reportar-se
a elas como já tratadas por outrem.
§4. Os Casos de Consciência. À quarta classe pertencem os
casos de consciência. Contentem-se neste ponto com alguns princípios gerais da
moral que se costuma debater com método teológico e deixem a aplicação mais
sutil e minuciosa dos casos.
10. Evitar repetições. - Se alguma vez Santo
Tomás trata a mesma dificuldade em vários artigos, sobretudo de questões
diferentes, não repitam duas vezes a mesma cousa; poderão reduzir estes artigos
a uma só questão ou, se o assunto não requer explicação mais ampla,
compendiá-los, como se dirá claramente adiante no Catálogo das questões anexo a
estas regras; em cada artigo, porém, não se omita cousa alguma digna de
atenção.
11. Como explicar Santo Tomás. - Percorram rapidamente os artigos
fáceis. Lido o título, indiquem em poucas palavras a conclusão de Santo Tomás
ou digam: Santo Tomás responde negando ou afirmando. Nos mais difíceis, porém,
proceda-se mais ou menos nesta maneira e ordem: explique-se primeiro o título
do artigo se for um tanto obscuro; exponha-se em seguida, se houver, a
distinção de cujos membros derivam as conclusões; depois, estabeleça-se a
primeira conclusão de Santo Tomás e, a seguir,
as outras; a cada uma das conclusões, se não for evidente, acrescente-se
algumas das suas razões, e estas também se expliquem de modo que entendam os
alunos como, nas distinções e razões de Santo Tomás, há muitas vezes
maior força do que à primeira vista
possa parecer.
12. Evite longos tratados - Explicado o artigo, se a matéria o
exigir, abra sobre ele uma questão, mas não se desenvolva um longo tratado a
não ser em assuntos que não se encontram em Santo Tomás ou, se se encontram,
com grande vantagem se explicam resumidamente.
13. Defender Santo Tomás, ou omitir a questão. Não basta
referir as opiniões dos doutores e calar a própria; defenda, como se disse, a
opinião de Santo Tomás ou omita a questão.
14. Disputas mensais. - Nas disputas mensais, nas quais serão tantos
os defendentes quanto os professores, sejam três os argüentes de manhã e outros
tantos de tarde, e cada um argua contra todos os defendentes, e, se nada houver
em contrário, o que respondeu de manhã em primeiro lugar, responda em segundo
de tarde.
REGRAS DO PROFESSOR DE CASOS DE CONSCIÊNCIA,
(de teologia moral)
1. Fim. - Consagre todos os seus esforços, toda a sua habilidade em
formar bons párocos ou administradores dos Sacramentos.
2. Divisão da matéria. O primeiro
professor explique em dois anos todos os sacramentos e censuras e também os
estados de vida e deveres do estado; o segundo também em dois anos, explique o
Decálogo; no 7o. Mandamento ocupe-se com a doutrina dos Contratos,
passando rapidamente por cima dos menos importantes ou acessórios com a
deposição, degradação, magia e cousas semelhantes.
3. Em que medida deverá abster-se
de questões teológicas. -Ainda que importe abster-se das questões
teológicas que praticamente não têm relação necessária com os casos, convirá,
contudo tratar às vezes brevemente alguns pontos de teologia de que depende a
doutrina dos casos, como a natureza e as espécies de caráter, a noção de pecado
mortal e venial, de consentimento e outras semelhantes.
4. Disposição e método das
questões. - Sem forma escolástica, cada problema será tratado por perguntas
e respostas; como prova, escolham-se duas ou três razões no máximo; não se
acumulem autoridades em demasia; a cada regra ou preceito geral siga-se como
exemplo, mais ou menos, três casos particulares.
5. Indicar as opiniões prováveis.
- Prove as suas opiniões, de modo, porém, que, se houver outra provável e
defendida por bons autores, indique-a também como provável.
6. Disputa semanária. Aos
sábados, omita-se a lição e durante duas horas ou pouco menos, a juízo do
Provincial e de acordo com o número de alunos, haja disputa na aula em presença
do professor sobre as teses explicadas. Nesta disputa siga-se de preferência o
método de perguntas de modo que se peça a explicação de alguma dificuldade ou
se proponha um novo caso mudada alguma circunstância, ou se alegue um cânon ou
a opinião de um doutor eminente como objeção a alguma tese, ou ainda, para dar
mais dignidade, institua-se uma breve argumentação. Nisto, porém, não se passe
a medida muito inferior à que se costuma entre os estudantes de filosofia.
7. Forma da
Conferência doméstica de casos. — Se por ordem do Provincial e disposição do Reitor houver que presidir a
conferência doméstica dos casos de consciência atenha-se à ordem
seguinte. Proponha primeiro a matéria que será discutida, e às vezes alguma
cousa prática, conto do modo de interrogar o penitente, de prescrever o remédio
e a penitência ou outros assuntos semelhantes. Em seguida, explique as divisões
principais da matéria e os seus princípios fundamentais de modo que dê um
conhecimento geral e projete luz sobre todos os pontos a serem tratados. Por
último, escolha, sobre a matéria, três ou quatro casos que deverão ser afixados
no local da conferência com a indicação do dia em que serão discutidos.
8. Estudo privado. - Sobre estes casos propostos consultem alguns,
em estudo privado, os autores que lhe indicar o presidente.
9. Exposição e discussão das opiniões. - Uma vez reunidos, convirá
que exponha cada um, com a maior brevidade, quanto encontrou no autor que lhe
foi indicado; em seguida interrogue o que preside a três aproximadamente (que
é bom sejam avisados com antecedência, e mudem de uma vez para outra) que lhes
parece do primeiro caso; por fim, das opiniões propostas colija a mais segura e
provável. Na mesma ordem e com o mesmo método discuta o segundo caso e os
demais. Depois de explicados assim os casos pelo que preside, com a máxima brevidade
e pelo modo a ser observado nas discussões de casos, proponham-se as
dificuldades sobre o assunto; responderá um dos indicados com antecedência e
ele, concluindo, exporá a opinião verdadeira.
10. Matéria extraordinária das conferências. - Se o alguém ocorrer
alguma questão fora da matéria ordinária da conferência, indique-a, se
possível, ao presidente para que se discuta na conferência seguinte.
REGRAS DO PROFESSOR DE FILOSOFIA.
1. Fim. — Como as artes e as
ciências da natureza preparam a Inteligência para a teologia e contribuem paro
a sua perfeita compreensão e aplicação prática e por si mesmas concorrem para o
mesmo fim, o professor, procurando sinceramente em todas as cousas a honra e a
glória de Deus, trate-as com a diligência devida, de modo que prepare os seus
alunos, sobretudo os nossos para a teologia e acima de tudo os estimule ao
conhecimento do Criador.
2. Como seguir Aristóteles. - Em questão de alguma importância se afaste de Aristóteles, a menos que se
trate de doutrina oposta à unanimemente recebida pelas escolas, ou, mais ainda,
em contradição com a verdadeira fé. Semelhantes argumentos de Aristóteles ou de
outro filósofo, contra a fé, procure, de acordo com as prescrições do Concílio
de Latrão, refutar com todo vigor.
3. Autores infensos ao Cristianismo. -Sem muito critério não leia nem cite na aula os intérpretes de Aristóteles
infensos ao Cristianismo; e procure que os alunos não lhes cobrem afeição.
4. Averrois. - Por essa mesma
razão não reúna em tratado separado as digressões de Averrois (e o mesmo se
diga de outros autores semelhantes) e, se alguma cousa boa dele houver de
citar, cite-a sem encômios, quando possível, mostre que hauriu em outra fonte.
5. Nâo se filiar em seita filosófica. - Não se filie nem a si nem a seus alunos em seita alguma filosófica como o
dos Averroistas, dos Alexandristas e semelhantes; nem dissimule os erros de
Averrois, de Alexandre e outros, antes tome daí ensejo para com mais vigor
diminuir-lhes a autoridade.
6. Santo Tomás.- De Santo Tomás, pelo contrario, fale sempre com
respeito; seguindo-o de boa vontade todas as vezes que possível, dele
divergindo, com pesar e reverência, quando não for plausível a sua opinião.
7. Curso de filosofia de três anos.- Ensine todo o curso de filosofia em não menos de três anos, com duas
horas diárias, uma pela manhã outra pela tarde, a não ser que em alguma
universidade se oponham os seus estatutos.
8. Quando se deve concluir.- Por esta razão não se conclua o curso antes que as férias do fim do ano
tenham chegado ou estejam muito próximas.
9. O que se deve ensinar ou omitir no primeiro ano.
§1. No primeiro ano explique a Lógica, ensinando-lhe o mesmo no primeiro trimestre,
menos ditando do que explicando os pontos mais necessários por Toledo ou
Fonseca.
§2. Nos prolegômenos da lógica discuta somente se é ciência, qual o seu
objeto, e alguns pontos sobre os gêneros e as espécies; a discussão completa sobre
as idéias Universais remeta-as para a metafísica, contentando-se aqui de noções
elementares.
§3. Sobre os predicamentos exponha os pontos mais fáceis como, mais ou
menos, se acham em Aristóteles, o mais remeta para o ultimo ano; quanto, porém,
à analogia e à relação, que ocorrem com muita freqüência nas disputas, trate na
lógica o que for necessário.
§4. Dê um rápido sumário do 2o. livro e dos dois primeiros livros da Analytíca
priora com exceção dos oito ou nove primeiros capítulos do primeiro livro;
exponha, porém, as questões com eles relacionadas, mas muito brevemente a
relativa aos contingentes na qual não trate cousa alguma sobre o livre
arbítrio.
§5. Afim de que o segundo ano possa consagrar-se inteiramente à
Física; no fim do primeiro ano desenvolva de modo mais completo o tratado da
ciência, e nele incluam quase toda a introdução à física como a divisão das
ciências, abstração, especulativo e prático, subalternação, diferença de
métodos da física e da matemática, de que trata Aristóteles no 2o. livro dos
Físicos, e por fim tudo o que acerca da definição se encontra no 2o. livro de
Anima.
§6. Quanto ao conteúdo do livro do Tópicos e de Sofisticís
Elenchis, é preferível que o disponha em melhor ordem e explique
sumariamente no princípio da lógica.
10. No segundo ano.
§1. No segundo ano os oito livros Physicorunt, os livros De Cœlo e
o primeiro De generatione. Dos oito livros Physicorum dê
sumariamente os textos do livro 6o. e 7o. e do 1o. a começar do ponto em que
refere as opiniões dos antigos. No livro 8o. nada exponha do número das
inteligências nem da liberdade, nem da infinidade do primeiro motor. Estas
questões serão discutidas na metafísica e somente segundo a opinião de
Aristóteles.
§2. O texto do 2o., 3o. e 4o. livro De Cœlo deverá ser dado
brevemente e em grande parte omitido. Nestes livros só se tratem algumas poucas
questões sobre os elementos; sobre o Céu, as que se referem à sua substância e
influências; as outras deixem-se ao professor de matemática ou reduzam-se a
compêndio.
§3. Os livros meteorológicos percorram-se nos meses de verão na
última hora da tarde pelo professor ordinário, se possível, ou, se parecer mais
conveniente, por um professore extraordinário.
11. No terceiro ano.
§1. No terceiro ano explicará o livro segundo de Generatione, os
livros De Anima e os Metafísicos. No primeiro livro De Anima passe
rapidamente por cima das opiniões dos filósofos antigos. No segundo, explicado
o que se refere aos órgãos dos sentidos, não faça digressões sobre a Anatomia e
outros assuntos pertencentes ao estudo da medicina.
§2. Na metafísica
passem-se por cima as questões relativas a Deus e ao mundo das inteligências
que, ou de todo ou em grande parte, dependem das verdades ensinadas por divina revelação.
Explique com cuidado o proêmio e o texto do livro 7o. de do 12o. dos outros
livros escolham-se, em cada um, os textos principais, como fundamento das
questões que pertencem à metafísica.
12. Estima do texto de Aristóteles. - Ponha toda a diligencia em
interpretar bem o texto de Aristóteles; e não dedique menos atenção à
interpretação do que às próprias questões. Aos seus alunos persuada que será
incompleta e mutilada a filosofia dos que ao estudo do texto não liga nem
grande importância.
§1. Que textos se devem
explicar e como. — Todas as vezes que deparar com textos célebres e muitas
vezes citados nas disputas, examine-os cuidadosamente, conferindo entre si as
interpretações mais notáveis afim de que, do exame do contexto, da força dos
termos gregos, da comparação com outros textos, da autoridade dos intérpretes
mais insignes e do peso das razões, se veja qual deve ser preferida,
examinem-se por fim as objeções que, se por um lado não devem esmiuçar
demasiadamente, por outro, não se deverão omitir, se têm certa importância.
14. Escolha a ordem das questões.
— Escolha com muito cuidado as questões; as que não se prendem imediatamente
ao pensamento principal de Aristóteles, mas derivam ocasionalmente de algum
axioma por ele referido de passo, se em outros livros se tratam expressamente
para eles as remeta, do Contrário explique-as logo em seguida ao texto que as
sugerir.
15. As questões a ser introduzidas entre os textos. - As questões
que por si pertencem à matéria da qual disputa Aristóteles não se tratem senão
depois de explicados todos os textos que ao assunto se referem, no caso em que
se possam expor em uma ou duas lições. Quando, porém, se estendam mais como são
os relativos aos princípios, às causas, ao movimento, então nem se espraie em longas
dissertações nem antes das questões se explique todo o texto de Aristóteles,
mas de tal modo com elas se combine que depois de uma série de textos se
introduzam as questões com elas relacionadas.
16. Repetição na aula. No fim da aula, alguns alunos, cerca de dez,
repitam entre si por meia hora o que ouviram e um dos condiscípulos, da
Companhia, se possível, presida à decúria.
17. Disputas mensais. - Cada mês haja uma disputa na qual arguam não
menos de três, de manhã e outros tantos, de tarde; o primeiro, durante uma
hora, os outros, durante três quartos de hora. Pela manhã, em primeiro lugar
dispute um teólogo (se houver teólogos em número suficiente) contra um
metafísico, um metafísico contra um físico, um físico contra um lógico;
de tarde, porem, metafísico contra metafísico, físico contra físico, lógico
contra lógico. Assim também pela manhã um metafísico e pela tarde um físico
poderão demonstrar uma e outra tese breve e filosoficamente.
18. Disputas durante o estudo da lógica. Enquanto o professor explica
o resumo da lógica, nem ele nem os alunos assistam a estas disputas. Mais, na
primeira e na segunda semana aproximadamente não deverão os lógicos disputar,
contentando-se com simples exposição da matéria, em seguida, poderão na aula
defender algumas teses aos sábados.
19. Disputas solenes. Onde só houver um professor de filosofia,
organize algumas disputas mais solenes três ou quatro vezes no ano, em dia
festivo ou feriado, e dê-las certo brilho e aparato convidando outros
religiosos e professores para argüir, afim de despertar um entusiasmo
proveitoso aos nossos estudos.
20. Rigor na forma da disputa. Desde
o início da lógica, se exercitem os alunos de modo que de nada se envergonhem tanto
na disputa como de se apartar do rigor da forma; e cousa alguma deles exija o
professor com mais severidade do que a observância das leis e ordem da
argumentação. Por isto o que responde repita as proposições acrescentando
“nego” ou “concedo” “a maior, a menor, a conseqüência”. Algumas vezes poderá
também distinguir, raras, porém, acrescente explicações ou razões, sobretudo
quando lhe não são pedidas.
REGRAS DO PROFESSOR DE FILOSOFIA MORAL.
1. Oficio. Saiba que seu dever é não fazer digressões para questões
teológicas, mas, seguindo brevemente o texto, explicar com doutrina e solidez os
capítulos principais da ciência que se encontram nos livros da Ética de
Aristóteles.
2. Tempo da lição. — Onde as lições de ética não são dados pelo
mesmo professor do curso de filosofia, o que ensina ética explique aos
estudantes de metafísica as questões mais importantes dessa ciência, todos os
dias, durante 3/4 de hora ou 1/2 hora.
3. Repetição. Ao menos de quinze em quinze dias haja uma repetição
de ética, no tempo assinado pelo Reitor, ainda que para esse fim se devesse
suprimir uma repetição de metafísica.
4. Teses. - Quando os alunos de metafísica realizam as suas
disputas, ou privadas em casa ou mensais na aula, acrescentem sempre às teses
alguma proposição de ética, contra a qual o estudante de metafísica que argui
deverá formular objeções por um quarto de hora.
REGRAS DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
1. Autores, tempo, alunos de matemática. — Aos alunos de física
explique na aula durante 3/4 de hora os elementos de Euclides; depois de
dois meses, quando os alunos já estiverem um pouco familiares com estas
explicações, acrescente alguma cousa de Geografia, da Esfera ou de outros
assuntos que eles gostam de ouvir, e isto simultaneamente com Euclides, no
mesmo dia ou em dias alternados.
2. Problema. - Todos os meses, ou pelo menos de dois em dois meses,
na presença de um auditório de filósofos e teólogos, procure que um dos alunos
resolva algum problema célebre de matemática; e, em seguida, se parecer bem, defenda
a solução.
3. Repetição. - Uma vez por mês, em geral num sábado, em vez da
preleção repita-se publicamente os pontos principais explicados no mês.
REGRAS DO PREFEITO DE ESTUDOS INFERIORES
(= ginasiais)
1. Fins. — Entenda que seu
ofício é ajudar, por todos os meios, ao Reitor na direção e orientação das
nossas escolas de modo que os seus alunos aproveitem não menos na virtude do
que nas letras (Const. p. 4, e. 7, n. 1; c. 16, nº.4).
2. Subordinação ao Prefeito
Geral. - No que se refere à disciplina, consulte só ao Reitor; no que
concerne aos estudos também ao Prefeito Geral dos Estudos; não se afaste das
suas prescrições; não suprima nenhum costume estabelecido, nem introduza novos.
3. Aprovação do que se houver de declamar. - À revisão do Prefeito de estudos submeta tudo
o que, em casa ou fora, houverem de declamar em público os estudantes de
retórica e das classes inferiores. As divisas, porém, e as poesias que, nos
dias mais solenes, se expõem em lugares públicos deverão ser lidas integralmente
por dois Padres designados pelo Reitor, e, entre elas escolhidas as melhores.
4. Acompanhe e auxilie
os mestres. - Tenha as regras dos mestres das escolas inferiores e
dos seus alunos e procure que sejam observadas como as suas.
5. Uniformidade no modo de ensinar. - Zele com grande empenho para que os professores novos conservem o método
de ensino dos seus predecessores, bem como os outros costumes não alheios ao
nosso regime escolar afim de que os externos não se queixem da mudança
freqüente dos professores.
6. Visitas das aulas. - Ao menos de quinze em quinze dias entretenha-se com cada um dos
professores; observe se ao ensino da doutrina cristã dão o tempo e cuidado
devido. Se progridem, como convém, na preparação e repetição das lições; se,
enfim, em todas as suas relações com os alunos se portam com distinção e
louvor.
7. Dias feriados e mudança de
horário. - Indague com tempo e
comunique aos professores os dias festivos e feriados, comuns a todas as províncias
ou peculiares à sua, principalmente semanais; bem assim as horas em que deverão
começar e terminar as aulas em cada estação; e ainda o tempo em que deverão os
alunos ir às orações públicas ou outras devoções ou qualquer outra cousa
extraordinária que se lhes devem recomendar ou proibir.
8. §1. Cinco séries. - Evite que as cinco séries de que constam os
cursos inferiores, a saber, Retórica, Humanidade e as três classes de
Gramática, de modo algum se misturem; assim, se alguma classe, por causa do número
avultado de alunos, for desdobrada por ordem do Provincial, as duas conservem o
mesmo grau; e se numa classe se estabelecerem várias subdivisões, correspondam
aos graus que se descrevem nas regras dos professores.
§2. Divisão da gramática em 3 livros. — E para que melhor e
com mais facilidade se conserve esta distinção, dividam-se todos os preceitos
do P. Manuel Á1vares (1832, da Gramática) em três livros, cada um dos
quais corresponda a uma série.
O primeiro livro, para a classe inferior, abrangerá o 1º livro do P.
Alvarez e uma breve introdução à sintaxe tirada do segundo.
O segundo livro, para a classe média, compreendera o livro segundo do P.
Alvarez sobre a construção das oito partes do discurso até às figuras e alguns
apêndices mais fáceis.
O terceiro
livro, para a classe superior, abraçará do livro segundo os apêndices mais
elevados e da construção figurada até ao fim e o livro terceiro sobre a medida
das sílabas.
Divisão semelhante a esta, em três partes correspondentes às três séries,
deverá, outrossim, ser feita pelas províncias que seguem outro método,
diferente do da Romana.
§3. Subdivisão da classe inferior. — No primeiro semestre deverá o
mestre percorrer todo o livro de sua classe, e no segundo, repeti-lo desde o
começo. Como, porém, o livro da classe inferior pe demasiado extenso para poder ser explicado e repetido todo num só
ano, deverá dividir-se de dois modos. Conviria em primeiro lugar só admitir
alunos bem instruídos na primeira parte de modo que a segunda parte pudesse ser
explicada e repetida para todos num só ano, como nas outras classes. Onde,
porém, não for isto possível, a classe inferior deverá subdividir-se em duas
subclasses, a uma das quais se explicará mais ou menos no primeiro semestre a
primeira parte do livro, à outra a segunda; no segundo semestre as duas partes
serão repetidas desde o começo. Onde se desdobrar assim a classe em subclasses
um professor poderá ensinar a subclasse inferior, outro, a superior.
§4. Vantagem da repetição. — Esta repetição apresenta duas
vantagens: a primeira, a de fixar mais profundamente o que foi percorrido
várias vezes; a outra, de permitir aos bem dotados, que terminem o curso maus
rapidamente que os outros, possibilitando-lhes a promoção cada semestre.
§5. Colégio de cinco séries. — Onde, portanto, houver cinco séries
conserve-se em cada uma o seu grau, conforme ficou dito nas regras dos
mestres, e em nenhuma delas, cuja exceção da inferior, se admitam duas
subdivisões.
§6. De quatro. —
Onde houver quatro séries, ou, suprimida a Retórica, as outras quatro não
diferirão das descritas acima, ou, o que parece melhor, a última seja de
retórica e observe o grau descrito nas regras do professor de retórica, a
segunda seja de Humanidades e siga o grau indicado nas regras do respectivo professor;
a terceira desdobre-se em duas subdivisões, uma correspondente à classe
superior de gramática, a outra a média: a quarta enfim corresponderá à classe
inferior de gramática e poderá desdobrar-se em duas subdivisões, Como se diz
nas suas regras. Se só se admitir a subdivisão superior, a terceira série só
terá um grau, o da gramática superior, a quarta, porém, terá dois, o da
gramática média e inferior.
§7. De três. - Onde houver três séries, as duas inferiores conservem
o grau acima descrito para as duas últimas do Colégio de quatro séries; a
última, porem, seja só de humanidades ou se desdobre em duas subdivisões,
correspondentes a mais elevada à Retórica, a outra à Humanidade. Não se
introduza, porem, o grau mais elevado sem consultar o Reitor, quando houver
número suficiente de alunos dele capazes e com a condição de que o Professor de
modo algum falte com o zelo e o cuidado devidos à subdivisão inferior..
§8. De duas. - Onde houver duas séries, a inferior subdivida-se em
duas, correspondentes à classe média de gramática e à subdivisão mais elevada
da classe ínfima; a superior subdivida-se também em outras duas equivalentes,
uma classe superior de Gramática, outra a Humanidade.
§9. Repetição nas classes subdivididas. - Nas aulas em houver duas
subdivisões, a repetição da matéria
anual será para ambas a mesma, indicada no § 3. Onde for possível que
para uma e outra no primeiro semestre se explique a parte respectiva, e no
segundo se repita, os alunos, permanecendo dois anos na mesma classe, progrediriam
tanto como se estivessem em duas classes, cada uma das quais correspondesse ao
grau de cada urna das subdivisões. Onde, porém, parecer mais difícil esta
disposição, empregar-se-á ainda assim mais tempo.
§10. O que nelas haverá de comum, e de próprio. - Para que se possa
conseguir este resultado, nas classes subdivididas, tudo será comum a todos os
alunos, exceto a explicação da gramática. Antes de tudo, comum será a leitura
de Cícero de modo que as cousas mais fáceis se perguntem ao grupo menos adiantado,
as mais difíceis ao outro. Poder-se-á também ditar um só tema de tradução de
modo que subdivisão mais adiantada o escreva todo, a outra, só a primeira parte
mais adaptada às regras que lhe foram explicadas. Comuns enfim a todos poderão
ser quase sempre, os exercícios e desafios. Sendo, portanto, diferente
unicamente a lição de gramática, poderá ser explicada e repetida ou em dias
alternados a cada grupo, ou diariamente em tempos diversos.
9. Novos alunos. - Não receba, quanto possível, entre os alunos,
quem não seja acompanhado pelos pais ou pessoas por eles responsáveis, ou quem
não conheça pessoalmente ou sobre o qual não possa com facilidade colher
informações de pessoas conhecidas. Por pobre ou de condição modesta ninguém
deverá ser excluído.
10. Exames de admissão. - Aos novos candidatos examine mais ou menos
do seguinte modo: pergunte que estudos fizeram e até que ponto; passe em
seguida, para cada um separadamente, um trabalho escrito sobre um assunto dado.
Interrogue algumas regras das classes que estudaram; proponha algumas frases ou
para se verterem em latim, ou, se for mister, para se traduzirem de algum autor
clássico.
11. Admissão. - Os que verificar que estão bem instruídos e são de
bons costumes e boa índole, admita; dê-lhes a conhecer as regras dos nossos
estudantes para que saibam como se deverão comportar. Aponte em livro especial
o nome, cognome, pátria, idade, pais ou responsáveis; se algum dos
condiscípulos lhe conhece acaso; e note ainda o dia e ano em que foram
admitidos. Por último, determine-lhe a classe e o professor que lhe convêm, de
modo que lhe pareça mais haver merecido uma classe mais elevada do que se achar
abaixo daquela em que foi colocado.
12. Os que se não devem admitir. - Na última classe, de regra, não
admita rapazes já crescidos nem crianças muito novas, a menos que sejam
notavelmente bem dotados mesmo se os pais os houvessem enviado só para terem
uma boa educação.
13. Promoção. - A promoção geral e solene far-se-á uma vez no ano, depois
das grandes férias. Se um ou outro porém, se distinguir notavelmente e mostrar
que fará mais progressos na classe superior do que na sua (o que se poderá
averiguar pela inspeção da pauta e parecer do professor), não se retenha, mas
em qualquer época do ano, mediante exame, seja promovido, da primeira classe de
Gramática, porem, para as de humanidades, por causa da métrica, que se explica
no segundo semestre, e da classe de Humanidades para a de Retórica, por causa
de compêndio de Cipriano [Soares], só por exceção poderá alguém ser promovido.
14. Exame escrito. - Para o exame em todas as classes haja um, ou se
for mister, dois trabalhos de prosa; na classe superior de Gramática e na de
Humanidades - também um de poesia , e, se parecer melhor, após intervalo de
alguns dias, uma prova de grego.
15. Promulgação das normas de exame. - Providencie, para que, com a
antecedência de dois ou três dias, os professores anunciem a matéria da prova
escrita e leiam em todas as classes as normas do exame indicadas no fim destas
regras.
16. Presidência do Prefeito. - À prova escrita presida o próprio
Prefeito de estudos ou substituto que ele designar. No dia para ela marcado,
dado o sinal, indique a matéria, que deve ser antes breve que longa.
17. Entrega das provas aos examinadores. - Conserve consigo as
composições reunidas em pacote, por ordem alfabética e, se não houver
impedimento, distribua entre os examinadores para que, se parecer bem, leiam e
notem os erros à margem.
18. Examinadores. - Deverão ser três os examinadores. Um deles
será, por via de regra, o próprio Prefeito; os outros dois serão escolhidos
pelo Reitor com o Prefeito entre pessoas versadas nas boas letras e,
possivelmente, não professores. A decisão será tomada por maioria dos três
sufrágios. Se for elevado o número de alunos, nada impede que se constituam
duas ou mais comissões ternárias de examinadores.
19. Número
dos examinandos. - Os alunos sejam chamados em grupos de três, ou mais,
principalmente nas classes inferiores e outros tantos sejam em seguida enviados
pelo mestre em ordem alfabética ou outra mais conveniente.
20. Pautas do professor. - Os
examinadores, antes de tudo, percorram a pauta do professor e nela verifiquem
as notas atribuídas a cada aluno, que se aproxima do exame e, se for mister,
compare com as pautas anteriores do mesmo ano para que melhor se veja o
progresso que cada qual fez ou poderá fazer.
21. Processo do exame. - O exame se processará do seguinte modo:
primeiro, leia cada qual uma parte de sua composição, se se julgar conveniente,
ordene-se-lhe, em seguida, que corrija os erros, dando a razão de cada um e
indicando a regra violada. Aos gramáticos, proponha-se, depois, a versão
imediata para o latim de um trecho vernáculo e a todos se interroguem as
regras e outros assuntos estudados nas classes respectivas. Por último, se for
necessário, exija-se uma explicação breve de um trecho dos livros explanados
em aula.
22. Quando se devem dar
os votos. - Terminado o exame de cada grupo de três, quando esta fresca
ainda a memória dos examinadores, dêem-se os votos sobre os exames feitos
levando em conta a composição escrita, a nota do professor e a prova oral.
23. Sobre os duvidosos. - Para decidir acerca dos alunos duvidosos,
examine o Prefeito os trabalhos escritos, cada dia, durante alguns períodos de
tempo, consulte os mesmos examinadores se convém submetê-los a novas provas
escritas e orais. Em casos de dúvida tenha-me ainda presente a idade, o tempo
passado na mesma classe, o talento e aplicação.
24. Conservar
secreta a decisão. - Terminado o exame, conservem-se em segredo o que foi
decidido a respeito de cada aluno, a não ser a apresentação a cada professor de
sua pauta, antes da leitura pública.
25. Ou ineptos. - Se se verificar que alguém é de todo inepto para
ser promovido, não se atendam pedidos. Se alguém for apenas apto, mas, por
causa da idade, do tempo passado na mesma classe ou por outro motivo, que deve
ser promovido, promova-se com a condição, se nada a isto se opuser de que, no
caso em que a sua aplicação não corresponda às exigências do mestre, seja de
novo enviado à classe inferior; e o seu nome não deverá ser incluído na pauta.
Se alguns, finalmente, forem tão ignorantes que não possam decentemente ser
promovidos e deles nenhum aproveitamento se possa esperar na classe, entenda-se
com o Reitor para que, avisados delicadamente os pais ou tutores, não continuem
inutilmente no colégio.
26. Promulgação. - A lista dos promovidos deverá ser lida
publicamente ou em cada classe, ou, numa só sala, a todos reunidos. Os que
muito se distinguiram, entre os colegas, leia-se em primeiro lugar como uma
honra, na leitura dos outros, observe-se a ordem alfabética ou a promoção.
27. Listas dos livros. - Antes da reabertura das aulas, consulte a
tempo com o Reitor sobre a organização das lista de livros que, durante o ano,
deverão ser explica nas nossas aulas, para que se comunique ao Prefeito Geral e
aos professores. Do mesmo modo se determinem os livros ou autores que,
porventura, durante o ano, deverão ser substituídos.
28. Abundância de livros. -
Providencie a tempo com os livreiros públicos afim de que não venham a faltar
os livros que os nossos estudantes e os de fora terão que usar diariamente ou
no ano seguinte.
29. Determinação de lugares. - No princípio de cada ano, pessoalmente ou por
meio dos professores, determine para cada estudante, por meio dos seus
superiores para cada, aluno um pensionista, o seu lugar de aula e os
confessores, a não ser que, aqui ou ali, a ordem dos lugares obedeça à ordem de
formação. Aos nobres, (1832: onde
houver esse costume) se assinem os lugares mais distintos; aos nossos e também
a outros religiosos, se houver, bancos separados dos externos; e não consinta
que, sem seu conhecimento, se introduza alguma mudança notável.
30. Tempo de estudo privado. -É de grande importância que não só aos
nossos estudantes, mas também aos alunos internos e, se possível, também aos
externos, o Prefeito, por meio dos Professores ou dos outros Prefeitos dos
respectivos colégios, lhes determine um horário que reserve um bom tempo ao
estudo privado.
31. Nenhuma dispensa. - A não ser por motivo grave, não
dispense a ninguém, sobretudo por longo tempo, da composição dos versos e do
estudo do grego.
32. Declamações mensais. - Procure que as declamações mensais
(festivas) dos retóricos, nas suas aulas, sejam abrilhantadas pela presença não
só dos retóricos e humanistas, mas também dos alunos das classes superiores.
Avise, para isso aos Professores que convidem os seus alunos; dos nossos,
nenhum poderá faltar sem licença do Reitor.
33. Desafios das aulas. - Considere o tempo, o modo e o lugar em que
se deverão reunir as aulas para os desafios entre si; não só prescreva com
antecedência o método da discussão, mas ainda, durante o debate, procure com a
sua presença que tudo proceda com fruto, modéstia e serenidade. Do mesmo modo
esteja presente às declamações ou preleções que os retóricos e humanistas
costumam realizar no ginásio.
34. Academias. - Afim de que mais profundamente se gravem
os exercícios literários, procure, com o parecer do Reitor que, não só nas
classes de Retórica e Humanidade, mas também de Gramática, se fundem Academias,
nas quais, em dias certos, segundo as normas fixas indicadas no fim deste
livro, se realizem, pôr turnos, preleções e outros exercícios de um bom
estudante.
35. Prêmios públicos. - Lembre a tempo ao Superior a distribuição de
prêmios e as declamações ou então, porventura, se devem realizar. Nesta
distribuição observem-se as normas que vão indicadas no fim destas regras e
deverão ser lidas em todas as classes antes das provas escritas.
36. Prêmios particulares. - Procure que, além dos prêmios públicos,
os professores estimulem em suas aulas, os alunos com pequenos prêmios
particulares, ou outros símbolos de vitória dados pelo Reitor do Colégio e que
sejam merecidos por quem venceu o adversário, repetiu ou aprendeu de cor um
livro, ou realizou algum outro esforço notável.
37. Censor ou pretor. - Segundo o costume de diferentes regiões,
nomeie em cada classe um censor público, ou, se não soar bem o nome de censor,
um decurião chefe ou um pretor e para que seja mais respeitado pelos
condiscípulos deverá ser distinguido com algum privilégio e terá o direito de
impor com a aprovação do mestre, algumas penas menores aos companheiros. Será
ainda seu ofício, observar se algum discípulo passeia pelo antes do sinal, se
entra em outra aula, ou deixa a própria aula ou lugar. Leve também ao
conhecimento do Prefeito os que faltam cada
dia; se alguém que não pe estudante entrou na aula; enfim qualquer falta cometida em aula, na ausência ou em presença
do professor.
38. Corretor. - Por causa dos que faltarem ou na aplicação ou em
pontos relativos aos bons costumes a aos quais não bastarem as boas palavras e
exortações, nomeie-se um Corretor, que não seja da Companhia. Onde não for
possível, excogite-se um modo que permita castigá-los por meio de algum
estudante ou[1] de maneira
conveniente. Por faltas, porém, cometidas em casa, não sejam punidos em aula a não
ser raras vezes e por motivo bem grave.
39. Os que recusam a correção. - Os que não aceitarem as correções
corporais ou sejam a elas constrangidos, se possível, ou se isso não puder ser
convenientemente, corno no caso dos mais crescidos sejam afastados do nosso
Colégio, avisando-se previamente o Reitor. Do mesmo modo se proceda com os que
faltam freqüentemente às aulas.
4O. Eliminação do Colégio. - O aluno para o qual não forem
suficientes nem as palavras nem a ação do Corretor e não der esperança de emenda
e for de escândalo aos outros, melhor é eliminá-lo do colégio do que
conservá-lo onde para ele há pouco proveito e para os outros pode haver
prejuízo. Deixe-se, porém, a decisão a critério do Reitor, para que em tudo se
proceda, como é de razão, para a glória e serviço de Deus.
41. Punições. - Se acontecesse algum caso em que a expulsão do
colégio não parecesse reparação suficiente do escândalo dado, leve ao
conhecimento do Reitor para que este veja que providência convenha ainda tomar.
Na medida do possível, porém, proceda-se com espírito de doçura, conservando a
paz e a caridade com todos.
42. Readmissão no colégio. - Não sejam readmitidos nos nossos
colégios os que dele foram uma vez expulsos, ou, sem justa causa,
espontaneamente se retiraram, sem antes consultar o Reitor, que julgará o que
for conveniente.
43. Ordem nos pátios. - Nos pátios e nas aulas, ainda superiores,
não se tolerem armas, ociosidade, correrias e gritos, nem tampouco se permitam
juramentos, agressões por palavras ou fatos; ou o que quer que
seja de desonesto ou leviano. Se algo acontecer, restabeleça logo a ordem e
trate com o Reitor do que possa perturbar e tranqüilidade do pátio.
44. Visita do pátio e das aulas. - Não só durante o
tempo das aulas esteja freqüentemente no pátio ou no claustro donde se possa
ver o pátio, mas ainda visite as aulas antes do sinal de entrada e se encontre sempre na porta do pátio durante a
saída geral.
45. Igreja e missa. - Procure que, na Igreja, a entrada e saída de
alunos se faça sem rumor; não assistam à Missa senão acompanhados por um ou
mais professores; a ela não só assistam todos, cada dia e com devoção, mas
ainda dispostos com correção e ordem.
46. Confissão. - Providencie para que, nos dias e horas
marcadas para as confissões dos alunos, os confessores cheguem à hora; durante
o tempo das confissões entre algumas vezes na Igreja e se esforce para que os
meninos se portem com modéstia, e piedade.
47. Não chamar os alunos das aulas. - Nem o próprio Prefeito, a não ser
raras vezes, chame os alunos das aulas, especialmente durante o tempo da
preleção; e se outros faltarem neste ponto, informe o Reitor.
48. Não se servir do trabalho dos alunos. - Não se sirva nunca nem permita que os outros se sirvam do
trabalho dos alunos para escrever ou para outro fim.
49. Afixar publicamente as regras. - As regras comuns aos alunos
externos, deverão ser afixadas onde possam ser lidas pelo público, e também em
cada aula, em lugar patente; no começo de cada mês sejam lidas na retórica e
nas outras classes inferiores.
50. Função do Prefeito Geral. - Onde não houver Prefeito de estudos
superiores, torne sobre si, com a aprovação do Reitor, o cuidado de rever o que
se deverá declamar em público, e também informando o Reitor de distribuir os
livros aos nossos escolásticos.
NORMAS DA PROVA ESCRITA.
1. Presença dos alunos. - Entendam todos que, se alguém faltar, no
dia da prova escrita, a não ser por motivo grave, não será levado em
consideração no exame.
2. Tempo da prova. - Venham a tempo à aula para que possam ouvir
exatamente a matéria da prova e os avisos que por si ou por outrem der o
Prefeito e terminem tudo dentro do horário escolar. Dado o sinal do silêncio, a
ninguém será permitido falar com outros nem mesmo com o Prefeito ou com quem o
substituir.
3. Preparação. - Os alunos devem trazer os livros e o mais que for
necessário para escrever afim de que não seja necessário pedir cousa alguma a
quem quer que seja durante a prova.
4. Forma. - A prova será adaptada ao nível de cada classe, escrita
com clareza, de acordo com as palavras do ditado e de acordo com o modo
prescrito. O que for duvidoso será interpretado no sentido falso; as palavras
omitidas ou mudadas sem razão para evitar dificuldade, considerem-se como
erros.
5. Cuidado com os que sentam juntos. - Tome-se cuidado com os que
sentam juntos: porque, se porventura duas composições se apresentam semelhantes
ou idênticas, tenha-se ambas como suspeitas por não ser possível averiguar qual
o que copiou do outro.
6. Saída da aula. - Para evitar fraudes, se iniciada a prova,
obtiver alguém, por motivo de força maior, licença para sair, deixe tudo o que
escreveu com o Prefeito ou com quem no momento estiver encarregado da aula.
7. Entrega das provas. - Terminada a composição, poderá cada um, em
seu lugar, rever, corrigir e aperfeiçoar, quanto quiser o que escreveu; porque,
uma vez entregue a prova ao Prefeito, se depois quiser fazer alguma correção,
já lhe não poderá ser restituída.
8. Assinatura do
nome. - Cada qual dobre a sua prova conforme as instruções do Prefeito, e
no verso escreva em latim só o nome e cognome do autor para que mais facilmente
se possam dispor todas em ordem alfabética, se preferida.
9. Conclusões da prova.- Os que se aproximam do Prefeito para a
prova levem consigo os próprios livros, afim de que, uma vez entregue, se
retirem logo da aula em silêncio; enquanto saem alguns, não mudem os outros de
lugar, mas terminem a composição onde a
começaram.
10. Tempo. - Se alguém não terminar a prova no tempo prescrito,
entregue o que escreveu. Convém, por
isto, que saibam todos exatamente o tempo que é dado para escrever, para copiar
e para rever.
11. Apresentação aos exames. - Finalmente, quando se apresentem para
o exame (oral), levem consigo os livros explicados durante o ano e sobre os
quais hão de ser interrogados; enquanto é examinado um, os demais prestam toda
a atenção; não façam, porém, sinais ao outros nem corrijam, se não forem
perguntados.
NORMAS PARA A DSITRIBUIÇÃO DE PRÊMIOS.
1. Número de prêmios. – Para a
classe de Retórica haverá oito prêmios: dois para prova latina, dois para
poesia; dois para prosa grega e outros tantos para poesia. Para a classe de
Humanidades e a primeira classe de Gramática haverá seis prêmios, na mesma ordem,
omitindo-se a poesia grega que, de regra, não ocorre abaixo da Retórica. Para
todas as outras classes inferiores, quatro prêmios, omitindo-se também a poesia
latina. Além disso, dê-se também, em todas as classes, um prêmio ao aluno ou
aos dois alunos que melhor houverem aprendido a doutrina cristã. Conforme o
número, grande ou pequeno dos estudantes, poderão distribuir-se mais ou menos
prêmios, contanto que se considere sempre mais importante o de prosa latina.
2. Dias de prova. - A prova escrita de concurso deverá ser dividida
em vários dias, de modo que se determine um para a prosa latina, outro para a
composição de versos, e outros dois para a prosa e a poesia grega.
3. Horas marcadas. - Nos dias e horas marcadas para a prova escrita
reúnam-se todos, cada qual na sua aula.
4. Saída e falar, proibidos. - Indicado o assunto da prova, antes de a terminar e entregar, ninguém saia
da aula nem fale com outrem, dentro ou fora do ginásio; se for necessário sair,
com licença, deixe-se tudo o que se houver escrito em mãos de quem estiver
encarregado da aula.
5. Prorrogação do tempo. - Se alguém pedir prorrogação de prazo
para dar melhor acabamento ao seu trabalho, poderá conceder-se-lhe o tempo que
quiser contanto que não saia da aula nem vá além do pôr do sol.
6. Provas sigiladas. - Ao sair, entregue cada um ao Prefeito do
Ginásio ou ao seu substituto a própria prova escrita com empenho e marcada com
um sinal livremente escolhido, mas sem nome; ao mesmo entregue também outro papel,
onde, com o mesmo sinal se inscreva o nome e cognome do autor, mas
cuidadosamente sigilado de modo que se não possa ler o nome.
7. Conservar com cuidado os papéis. - O Prefeito conservará tudo com cuidado e fidelidade, e não abrirá os
papeis que encerram os nomes antes do julgamento.
8. Julgadores. - Escolha-se três julgadores, doutos e dignos, um dos
quais, se assim o pedir o costume da região, poderá ser de fora e que ignorem
os autores de cada prova. Lidos todos os trabalhos escritos e diligentemente
examinados, declarem, por maioria de votos e em ordem, os vencedores de cada
grupo e, também, um ou dois dos que mais se aproximarem dos vencedores.
9. Forma do julgamento. - No julgamento deverá ser preferido o que
escreveu com melhor estilo ainda que outros tenham escrito mais. Se alguns
forem iguais na qualidade e no estilo, aos que menos escreveram preferir-se-á o
que escreveu mais. Se ainda nisto forem iguais, seja vencedor o que avantaje na
ortografia. Se na ortografia e no mais empataram, dê-se o premio ao de melhor
caligrafia. Se em tudo forem iguais, os prêmios poderão ser divididos,
multiplicados ou tirados em sorte. Se algum levar aos outros a palma em todas
as espécies de composição, receberá também os prêmios de todas.
10. Abertura do sigilo. – Terminado o julgamento, o Prefeito, na
presença do Reitor e do Prefeito Geral, abra os papéis que encerram os nomes
dos concorrentes com os respectivos sinais, apurem com cuidado, para evitar
enganos, os nomes dos vencedores e não os comunique senão aos Professores.
11. Solenidade dos Prêmios. - No dia marcado, com a maior solenidade
e assistência de convidados possível, leiam-se publicamente os nomes dos
vencedores e cada um dos chamados levantar-se-á no meio da assembléia e
receberá com toda a honra os seus prêmios. Se faltar alguém, sem licença dada,
pelo Prefeito, por justas causas, reconhecidas pelo Reitor, perderá o direito
ao premio inda que bem merecido.
12. Distribuição. – O leitor chamará um dos premiados mais ou menos
com esta fórmula: “Para maior glória e progresso das letras e de todos os
alunos deste ginásio, mereceu o primeiro, o segundo e o terceiro etc. prêmio em
poesia latina, em poesia grega, N.” Entregue então o prêmio o premi ao
vencedor, acompanhando-o geralmente com uma brevíssima estrofe adaptada à
circunstância e que, se possível, será logo entoada pelos cantores. Por último
leia também os nomes dos que mais se aproximaram dos vencedores, os quais se
poderá distribuir também alguma distinção.
13. Penalidades contra as fraudes. – Se alguém transgredir estas
normas, ou cometer alguma fraude, a sua prova seja anulada.
REGRAS COMUNS AOS PROFESSORES DAS CLASSES INFERIORES.
1. Fim.- Aos jovens confiados à educação da Companhia forme o Professor de modo que
aprendam, com as letras, também os costumes dignos de um cristão. (Const. p.4,
c. 7, n. 2) Concentre de modo especial a sua intenção, tanto nas aulas quando
se oferecer o ensejo corno fora delas, em moldar a alma plástica da juventude
no serviço e no amor de Deus, bem como nas virtudes com que lhe devemos
agradar. De modo particular observe o seguinte: (Const. p. 4, c. 16, n. 4)
2. Oração antes da aula. -
Antes do começo da aula recite alguém uma oração breve e apropriada, que o professor
e todos os alunos ouvirão atentamente de cabeça descoberta e de joelhos; ao
iniciar a lição o Professor, de cabeça descoberta, faça o sinal da Cruz e
principie.
3. Missa e pregação. - Procure
que assistam todos à missa e à pregação; à missa diariamente, à pregação nos
dias de festa. Durante a quaresma envie-os ao sermão pelo menos duas vezes na
semana, ou mesmo os acompanhe, se este for o costume do lugar.
4. Doutrina cristã. - Nas
classes de gramática principalmente e, se for mister, também nas outras,
aprenda-se e recite-se de cor a doutrina cristã, ás sextas-feiras e aos
sábados; a menos se julgasse melhor que em algum lugar os alunos novos a
recitassem mais vezes.
5. Exortação. - Haja também às
sextas-feiras ou aos sábados, por meia hora, uma exortação espiritual ou
explicação da doutrina. Exortem-se principalmente os alunos à oração
quotidiana a Deus, de modo particular à recitação diária do terço ou do oficio
de Nossa Senhora; ao exame vespertino de consciência, à recepção freqüente e
digna dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, à fuga dos maus hábitos,
ao horror ao vício e finalmente à prática das virtudes dignas do cristão. (Const., p. 4. c. 7, n. 2)
6. Colóquios
espirituais. - Nas conversas particulares inculque também as práticas de
piedade, de modo, porém, que não pareça querer aliciar alguém a entrar na nossa
Ordem; se encontrar alguém com esta inclinação, encaminhe-o para o confessor.
7. Ladainhas e
devoção a Nossa Senhora. - Nos sábados à tarde mande rezar na aula as
ladainhas de Nossa Senhora, ou, se for costume, leve os alunos à igreja para
ouvi-las com os outros; aos seus discípulos aconselhe com empenho a devoção à
mesma Virgem e ao Anjo da Guarda.
8. Leitura
espiritual. - Recomende vivamente a leitura espiritual, sobretudo da vida
dos santos. Pelo contrário, quanto aos escritores impuros nos quais se encontre
algo que possa ser nocivo aos bons costumes, não só se abstenha pessoalmente de
explicá-los à juventude mas ainda se esforce com todo empenho para apartar da
sua leitura aos discípulos também fora da aula (Const. p. 4, c. 5, E.).
9. Confissão. - Procure que ninguém omita a confissão mensal;
prescreva que entreguem todos aos Confessores um cartão com o próprio nome,
cognome e classe para que depois, pela verificação dos cartões, saiba os que
faltaram (Const., p. 4, c. 16, n. 1).
10. Rezar pelos alunos.
- Ore muitas vezes a Deus pelos
seus discípulos e os edifique com os exemplos de sua vida religiosa.
11. Obediência
ao Prefeito. - Obedeça ao Prefeito dos estudos ginasiais em tudo quanto se
refere à disciplina escolar. Sem o consultar não admita ninguém na aula ou dela
o expulse, não comece explicar livro algum, nem dispense ninguém dos exercícios
escolares comuns.
12. Grau de cada aula. - Conserve todas as aulas no seu nível. Da
Retórica e da Humanidade tratar-se-á abaixo em particular; da Gramática haverá
três classes com as quais se completará o seu curso. Todas as regras do P.
Alvarez (da Gramática) deverão, portanto, dividir-se em três partes, uma para
cada classe, de tal modo, porém, que em cada uma delas se repita sempre o que
foi ensinado na classe imediatamente inferior, como se indicará nas regras dos
Professores respectivos.
13. Divisão da Gramática grega. -
A Gramática grega dividir-se-á mais ou menos assim. A primeira parte,
começando com os primeiros elementos, compreenderá os nomes simples, o verbo
substantivo e também os verbos simples. A segunda, os nomes contractos, os
verbos incomplexos, os verbos em μι e as formações mais
fáceis. A terceira, as demais partes da oração, ou seja, tudo o que se inclui
sob o nome de rudimentos, com exceção dos dialetos e das observações difíceis.
A quarta, que pertence à Humanidade, inclui toda a sintaxe. A quinta,
finalmente, para a Retórica, contém a arte métrica.
14. Divisão do tempo. - A divisão do tempo, que abrange para a
Retórica, ao menos, duas horas e para a Humanidade e outras classes, duas horas
e meia, pela manhã e outras tantas pela tarde, e duas horas no mínimo no dia
feriado, conservar-se-á sempre a mesma, para que fique determinado que horas se
empregarão em cada exercício.
15. Como pode ser alterada. - A ordem destes exercícios poderá ser
modificada, por prescrição do Provincial, de acordo com o costume do lugar,
contanto que a cada um deles se reserve o mesmo tempo indicado nas regras do
respectivo professor, e se mantenha inalterado o que foi uma vez estatuído.
16. Dia festivo no sábado. - Se cair algum dia festivo no sábado, os
exercícios deste dia transfiram-se para o anterior ou omitam-se de todo.
17. Divisão no dia feriado. - Nos dias feriados, em que não se
marcarem exercícios especiais, mantenha-se a mesma divisão, encurtando-se
proporcionalmente os que se fazem nos outro dias; ou, por turno, se omitam
alguns e se reserve algum tempo para o desafio.
18. Costume de falar latim. - De modo, especial conserve-se com rigor o costume de falar latim
exceto nas aulas em que os discípulos, o ignoram; de modo que tudo quanto se
refere à aula nunca seja permitido servir-se do idioma pátrio, dando-se nota
desfavorável aos que forem negligentes neste ponto; por este mesmo motivo, o
professor fale sempre latim.
19. Exercício de memória. - Os alunos recitem as lições aprendidas
de cor aos decuriões, de cujo falará abaixo na regra 36, a não ser que, na
Retórica, se prefira outro costume. Os decuriões recitem-nas ao decurião chefe
ou ao professor; todos os dias o professor mande recitar alguns, quase sempre
dos mais desidiosos e dos que chegaram tarde à aula, afim de provar a
fidelidade dos decuriões e manter a todos no cumprimento do dever. Aos sábados
recite-se em público o que foi aprendido de cor numa ou em várias semanas;
terminado um livro, poderão escolher-se alguns que da cátedra o recitem desde o
princípio, não sem prêmio.
20. Trabalhos escritos. - Nas classes de gramática, todos os dias, apresentem-se, com exceção do
sábado, trabalhos escritos; nas outras, exercícios escritos de prosa, todos os
dias, exceto o sábado e o dia feriado, exercícios de poesia, só duas vezes, nos
dias seguintes ao domingo e ao feriado; tem grego, ao menos uma vez, de tarde,
em dia escolhido pelo professor.
21. Correção dos trabalhos escritos. - De regra, os trabalhos
escritos deverão corrigir-se em particular e voz baixa, com cada aluno, de modo que aos
outros se deixe, no intervalo, tempo para exercitarem-se em escrever. É bom,
contudo, no principio ou no fim da aula, ler e comentar publicamente alguns
espécimes ora dos melhores, ora dos piores.
22. Método de corrigir. - Em geral é este o método de corrigir ou indicar se foi violada alguma regra; perguntar como se poderá emendar; mandar que os rivais corrijam
publicamente o erro logo que o advertirem e indiquem a regra transgredida;
elogiar, em fim, tudo o que é perfeito. Enquanto isto se realiza, publicamente,
cada aluno leia e corrija a primeira cópia do trabalho (que se deverá trazer
sempre além da que se entrega ao professor).
23. Corrigir o maior número. - Todos os dias deveria o professor
corrigir os trabalhos escritos de cada um, porque desta prática resulta
muito e grande fruto. Se, porém, não o permitir o número elevado dos alunos,
corrija quantos puder de modo que os omitidos num dia sejam chamados no
seguinte. Para este fim, principalmente nos dias em que se deve trazer poesia,
distribua alguns trabalhos para serem corrigidos pelos rivais (no intuito de
facilitar esta distribuição escreva cada qual no verso do trabalho, não só o
próprio nome senão também o do rival), outros, corrija-os o próprio professor,
de tarde, enquanto se recita a lição de cor, outros, ainda, em casa, se quiser.
24. Exercícios na aula. - Enquanto corrige os trabalhos escritos,
prescreva ora um ora outro exercício, de acordo com o nível da aula. Pois nada
arrefece tanto o fervor dos alunos como o fastio.
25. Repetição. - Do mesmo modo faça-se a repetição da lição do dia e
da véspera, ou toda, por um só aluno, ou, melhor, em partes por vários, afim de
que se exercitem todos; perguntem-se os pontos mais importantes e mais úteis,
primeiro aos alunos mais adiantados depois também aos outros, que responderão
em recitação seguida ou intercalada pelas interrogações do professor, enquanto
o êmulo do repetente o corrigirá, se erra, ou antecipará a resposta se tardar.
26. Sabatina. — No sábado recorde-se tudo o que foi ensinado na
semana. Se, de quando em quando, se oferecerem alguns para responder sobre
todas estas lições ou sobre um livro inteiro, escolha o professor os melhores e
os demais o ataquem, cada qual, com duas ou três perguntas; e não fique isto
sem recompensa.
27. Preleção. - Na preleção só se
expliquem os autores antigos, de modo algum os modernos. De grande proveito
será que o professor não fale sem ordem nem preparação, mas exponha o que
escreveu refletidamente em casa e leia antes todo o livro ou discurso que tem
entre mãos. A forma geral da preleção é a
seguinte:
Em primeiro
lugar leia seguidamente todo o trecho, a menos que, na Retórica ou na
Humanidade, fosse demasiadamente longo.
Em segundo lugar exponha em poucas palavras o argumento e, onde for mister,
a conexão com o que procede.
Em terceiro lugar leia cada período, e, no caso de explicar em latim,
esclareça os mais obscuros, ligue um ao outro e explane o pensamento, não com
metafrase pueril inepta, substituindo uma palavra latina por outra palavra
latina, mas declarando o mesmo pensamento com frases mais inteligíveis. Caso
explique em vernáculo, conserve quanto possível a ordem de colocação das
palavras para que se habituem os ouvidos ao ritmo. Se o idioma vulgar não o
permitir, primeiro traduza quase tudo, palavra por palavra, depois, segundo
índole do vernáculo.
Em quarto lugar, retomando o trecho do
princípio, faça as observações adaptadas a cada classe, a menos que prefira
inseri-las na própria explicação Se julgar que algumas devem ser apontadas - e
não convém que sejam muitas - poderá ditá-las ou a intervalos durante a
explicação, ou, terminada a lição, em separado. É bom que os gramáticos não
tomem notas senão mandados.
28. Preleção de historiador e de poeta. - A diferença entre a preleção de um historiador
e a de um poeta é que, em geral, o historiador pode ser lido mais rapidamente
enquanto que, no poeta, a paráfrase em prosa, feita com cuidado, é muitas vezes
de grande conveniência; procurem-se que os alunos habituem-se em distinguir entre
o estilo do poeta e o do orador.
29. Preleção das regras. - Na preleção da retórica de Cipriano
(Soares), da métrica, da gramática latina, da grega ou disciplinas semelhantes
relacionadas com preceitos, leve-se mais em consideração o conteúdo do que a
forma (Edição de Praga: Proponham-se e traduzam-se logo exemplos breves dos
melhores autores).
Nas classes de gramática, sobretudo nas inferiores, quando ocorrer algum
ponto mais difícil, repita-se por um ou mais dias, ou intercalem ou recapitulem
pontos mais fáceis de outras partes da Gramática.
30. O tema de composição não deve ser ditado de improviso, mas
preparado e quase sempre escrito, quanto possível seja dirigido para a imitação
de Cícero e segundo o modelo de uma narração, persuasão, congratulação, admoestação
ou coisa semelhante; quando ditado palavra por palavra, deveria escrever-se em
latim e em vernáculo. Logo depois mande o professor reler o ditado; explique
alguma dificuldade maior que porventura ocorra; subministre palavras, frases e
outros subsídios, e durante o ditado lembre sempre, exceto na Retórica, como as
diversas partes deverão ser escritas e pontuadas. Algum trabalho extraordinário
maior que o de costume deverá ser prescrito quando ocorrerem vários dias
festivos ou se aproximarem às férias maiores e menores.
31. Desafio. - O desafio que poderá organizar-se ou por perguntas do
professor e correção dos êmulos, ou por perguntas dos êmulos entre si deve ser
tido em grande conta e posto em prática sempre que o permitir o tempo a fim de
alimentar uma digna emulação, que é de grande estimulo para os estudos. Poderá
bater-se um contra um, ou grupo contra grupo, sobretudo dos oficiais, ou um
poderá provocar a vários; em geral um particular provocará outro particular,
um oficial outro oficial; um particular poderá às vezes desafiar um
oficial e se o vencer conquistará a sua graduação, ou outro prêmio ou símbolo
de vitória conforme o exigir a dignidade da classe e o costume da região.
32. Exercícios
extraordinários. - Os exercícios extraordinários (e os espécimes públicos)
são de grande utilidade. Deles deve
dizer-se em geral que os que
prestarem exame publico deverão preparar-se com empenho; para que não se exercite só a memória dos
alunos mas também se lhes cultive a inteligência, o professor poderá limar os
trabalhos que se apresentarão em público, nunca, porém, compô-los
integralmente; o mesmo se diga das poesias recitadas em público. Esforce-se
também para que os alunos, na voz e no gesto e em todo porte, se apresentem com
dignidade.
33. Preleção e
declamação na aula. - Na Retórica e na Humanidade, haja, em sábados
alternados, uma preleção grega ou latina, oração ou uma poesia recitada, em que
uma aula convide outra; nas outras classes, uma vez só ao mês, haja não uma
preleção nova, mas repetição de uma já ouvida do mestre, e sem convidados.
34. Desafio com classe
imediata. - Algumas vezes no ano, em dia escolhido pelo Prefeito dos
estudos inferiores, haja por uma hora desafio com a classe imediata, sobre os
pontos comuns e ambas sob a direção de
ambos os professores. Dois três ou mais dentre de uma e outra classe
sustentarão o de debate ou preparados de antemão por perguntas e respostas
sobre um assunto preestabelecido, ou por perguntas feita livremente ou também
com respostas feitas às dificuldades feitas pelo adversário, sobretudo na
Retórica.
35. Oficiais. - Cada mês, ou de dois em dois meses, deverão ser
escolhidos os oficiais e também, se parecer conveniente, premiados, salvo se na
Retórica, se julgasse, em algum lugar, menos necessário. Para esta escolha haja
uma prova escrita em prosa, em poesia ou em grego, durante todo o tempo da
aula, a menos que nas classes inferiores não fosse preferível deixar meia hora
para o desafio. O que apresentar a melhor composição receberá, a mais alta
dignidade, os que lhe seguirem receberão os outros postos de honra aos quais,
para maior aparência de erudição, se atribua títulos tirados da república ou do
exército grego, ou romano. Para alimentar a emulação, por via de regra poderá a
aula dividir-se em dois campos, cada um com os seus oficiais, uns opostos aos
outros, tendo cada aluno o seu êmulo. Os primeiros oficiais de ambos os campos
ocuparão o lugar de honra.
36. Decuriões. - Nomeie também
o professor os decuriões que deverão tomar as lições de cor, recolher os
exercícios para o professor, marcar num caderno os erros de memória, os que não
trouxeram o exercício, ou não entregaram as duas cópias e observar tudo o mais
que lhes indicar o Professor.
37. Preparação do exame. - Um mês, mais ou menos, antes do exame
para assegurar promoção geral, em todas as classes, com exceção talvez da
Retórica e nos pontos mais importantes, sejam os alunos submetidos a intensos
exercícios. Se algum aluno se houver distinguido notavelmente no decurso do
ano, informe o Professor ao Prefeito para que, após um exame privado, seja
promovido à classe superior.
38. Pauta dos alunos. - No começo do ano entregue ao Prefeito uma
pauta dos alunos dispostos em ordem alfabética; no decorrer do ano seja ela
revista para que se introduzam as modificações necessárias; e com especial
cuidado pouco antes do exame geral. Nesta pauta classifique os alunos em
categorias, a saber, ótimos, bons, medíocres, duvidosos, insuficientes (para
repetir o ano), categorias que se poderão indicar por meio de números 1, 2, 3,
4, 5, 6.
39. Cuidado da disciplina. - Nada mantém tanto a disciplina quanto a
observância das regras. O principal cuidado do professor seja, portanto, que os
alunos não só observem tudo quanto se encontra nas suas regras, mas sigam todas
as prescrições relativas aos estudos: o que obterá melhor com a esperança da
honra e da recompensa e o temor da desonra do que por meio de castigos físicos.
40. Modo de
castigar. Não seja precipitado no castigar nem demasiado no inquirir;
dissimule de preferência quando o puder sem prejuízo de ninguém; não só não
inflija nenhum castigo físico (este é
ofício do corretor) mas abstenha-se de qualquer injúria, por palavras ou atos
não chame ninguém senão pelo seu nome ou cognome; por vezes é útil em lugar do
castigo acrescentar algum trabalho literário além do exercício de cada dia; ao
Prefeito deixe os castigos mais severos ou menos costumados, sobretudo por
faltas cometidas fora da aula, como a
ele remeta os que se recusam aceitar os castigos físicos (1832; a correção)
principalmente se forem mais crescidos (Const. p. IV, c. 7, n. 2 D).
41. Freqüência. - Exija dos alunos a máxima freqüência e, por isto,
não os deixe ir à jogos ou espetáculos
públicos. Se alguém faltar, mande-lhe à casa um condiscípulo ou outra pessoa e,
se não apresentar escusas aceitáveis, seja castigado pela ausência. Os que, sem
causa, faltarem muitos dias, enviem-se ao Prefeito e não se recebam sem seu
consentimento.
42. Dia das confissões. – Para que não se omita nenhum dever escolar
por motivo das confissões, envie-se, a principio, três, ou, onde necessário,
mais alunos a confessar-se; depois, à medida que vai voltando cada qual, sejam
mandados um ou dois dos outros, a menos que, em algum lugar, seja costume irem
à confissão todos juntos.
43. Silêncio e modéstia. – Procure
com particular cuidado que observem todos o silêncio e a modéstia: não passeiem
pela aula, não mudem de lugar, não passem de um lado para outro presentes ou
bilhetes, não saiam da aula, principalmente dois ou mais ao mesmo tempo.
44. Saída da
aula. - Evite-se que sem razão sejam os alunos chamados por quem quer que
seja, principalmente durante a preleção. Para que se evite na saída o atropelo
e a gritaria, saiam primeiro os que se acham mais perto da porta, enquanto o
professor assiste na cátedra ou à porta; ou de outra maneira se organize a
saida de todos modestos e silenciosos.
45. Acadêmicos. - Com aprovação do
Reitor, institua Academias de acordo com as regras especialmente escritas para
este fim, e nelas se reúnam os alunos, sobretudo nos dias festivos, afim de
evitar a ociosidade e as más companhias.
46. Falar com os pais. - Se, para o bem dos alunos, for necessário
algumas vezes falar com os seus pais, proponha ao Reitor para que eles sejam
chamados pelo Prefeito ou por outra pessoa; ou ainda se a dignidade da pessoa
o exigir, para que sejam visitados.
47. Familiaridade. Conversa. - Não se mostre mais familiar com um do
que com outro; fora da aula não fale com os alunos senão por pouco tempo, de
cousas sérias e em lugar visível, isto é, não dentro da aula, mas fora, à
porta, no pátio, ou na portaria do colégio, para que se dê mais edificação.
48. Repetidores. - Não proponha pessoa alguma como repetidor
particular, sem ouvir o Reitor e aos repetidores não permita que sobrecarreguem
os alunos com outras preleções, mas exijam somente as ouvidas em aula.
49. Nenhuma despesa para a aula. - Não se utilize dos serviços de
ninguém para cópias ou outros trabalhos que não sejam os exercícios habituais
da aula; e, em caso nenhum, permita contribuição financeira dos alunos para
fins escolares.
50. Finalmente, com o auxílio da graça divina, seja em tudo diligente,
pontual e zeloso do progresso dos estudantes tanto nas lições como nos outros
exercícios literários. Não despreze a ninguém, vele com o mesmo cuidado pelos
estudos do pobre como do rico, e se empenhe de modo especial pelo progresso de
cada um dos seus alunos.
REGRAS DO PROFESSOR DE RETÓRICA.
1. Grau. - O nível científico desta aula não pode ser definido com
facilidade dentro de limites fixos; pois compreende a formação perfeita para a
eloqüência que abraça as duas mais altas faculdades, a oratória e a poética (e
entre as duas se deve dar sempre preferência à primeira); e atende não só ao
que é útil senão também à beleza da expressão.
De modo geral, contudo, pode dizer-se que abrange três pontos principais:
regras de oratória, estilo e erudição.
Quanto às regras, ainda que se possam procurar e observar em todas as
fontes, não se deve, contudo explicar, na preleção quotidiana, senão nos livros
retóricos de Cícero, na Retórica de Aristóteles, e, se parecer conveniente,
também na sua Poética.
No que concerne ao estilo, ainda que se devam percorrer os melhores
historiadores e poetas, deverá ser formado quase exclusivamente em Cícero; para
esse fim se adaptam perfeitamente todos os seus livros, mas as orações deverão
ser só explicadas afim de que nelas se vejam a aplicação dos preceitos da
oratória.
A erudição deverá ser recolhida da história e dos costumes dos povos, dos
autores mais abalizados e de toda espécie de conhecimentos, mas com parcimônia
proporcionada à capacidade dos alunos.
No que se refere ao grego pertence À Retórica a medida das sílabas e um
conhecimento mais completo dos autores e dialetos. No fim do ano, não explique
o Professor de Retórica o Resumo da Lógica.
2. Divisão do
tempo. - A divisão do tempo é a seguinte: Na primeira hora da manhã,
tome-se a lição aprendida de cor, corrija o professor os exercícios escritos
recolhidos pelos decuriões, prescreva no intervalo aos alunos vários trabalhos
que serão mencionados abaixo na regra 5; por fim repasse a última preleção. A
segunda hora matutina seja consagrada à preleção, ou dos preceitos, se de tarde
se explica a oração, ou da oração se de tarde se explicam os preceitos,
contanto que se mantenha constante a ordem estabelecida no principio do ano;
siga-se a repetição, dê-se, quando necessário, o assunto do trabalho escrito,
prosa ou poesia; se sobrar ainda algum tempo, seja empregado no desafio ou na
revisão do que se escreveu na primeira hora.
Na primeira hora da tarde, depois da repetição da anterior haja nova
preleção ou de oração, se de manhã se expuseram os preceitos, ou vice-versa.
Siga-se a repetição habitual.
Na segunda hora vespertina, depois da repetição da última lição de autor
grego, explique-se e tome-se a nova lição; o tempo restante seja empregado ou
na correção dos exercícios gregos, ou na sintaxe e métrica grega ou no desafio
de grego.
No feriado semanal explique-se e repita-se um historiador ou poeta
ou algum ponto de erudição.
No sábado, após uma revisão breve de toda a semana, de manhã, na
primeira hora, explicação de um historiador ou poeta (1832: omite-se poeta); na
última hora, preleção ou declamação de um aluno, ou assistência a atos
escolares semelhantes na aula de Humanidade, ou desafio. De tarde, explicação
de um poeta e repetição de grego.
Se em algum lugar, além das duas horas, matutinas e vespertinas, se
acrescentar mais meia hora de aula, seja ela empregada num historiador ou
poeta. Onde se fizer assim, as preleções de sábado ou não se distingam das dos
outros dias, ou, em lugar delas, haja uma repetição mais completa e um desafio.
3. Exercício de memória. - Como ao retórico é necessário o
exercício diário da memória e na sua classe ocorram muitas vezes lições
demasiado longas para serem aprendidas de cor, determine o Professor o que e
quanto se deverá aprender, e, caso ele exigisse, de que modo recitá-lo. Seria
útil que, de quando em quando, dissesse alguém, da cátedra, os trechos
aprendidos nos clássicos, a fim de unir o exercício da memória com a
declamação.
4. Método de correção dos trabalhos escritos. - Na correção dos trabalhos escritos aponte as
faltas cometidas contra as regras da arte oratória ou poética, contra a
elegância e apuro da linguagem, contra a conexão do discurso, o ritmo, a
ortografia, etc; assinale qualquer expressão falsa, obscura ou vulgar; qualquer
falha contra a dignidade do dizer, qualquer digressão demasiado longa e outros
defeitos desta natureza. Finalmente, o discurso, que antes foi trazido por
partes, uma vez concluído, deverá ser apresentado ao Professor inteiramente
copiado ou pelo menos corrigido, para que se veja que todo o trabalho está
pronto.
5. Exercícios na aula. - Enquanto o professor corrige os trabalhos
escritos, poderão os alunos fazer os exercícios seguintes: imitar um trecho de
algum orador ou poeta; fazer uma descrição, por exemplo, de um jardim, de uma
igreja, de uma tempestade ou cousa assim; variar a mesma frase de diferentes
modos; traduzir um trecho de prosa grega em latim; ou vice-versa; exprimir em
prosa latina ou grega os versos de um poeta; passar uma forma poética para
outra; compor epigramas, inscrições, epitáfios; respigar frases gregas ou
latinas de bons oradores e poetas; adaptar certos assuntos ou figuras de
retórica; tirar dos tópicos e lugares retóricos vários argumentos para um
determinado assunto; ou fazer outros trabalhos deste gênero.
6. Preleção. - Há duas espécies
de preleção: uma relativa à teoria, na qual se explicam as regras, outra, ao
estilo, na qual se explicam, as orações. Numa e noutra se devem ter presentes
duas questões: primeiro, que autores escolher; segundo qual o método a seguir
na sua explicação. A primeira questão já foi suficientemente respondida na
primeira regra: nas orações leia-se unicamente Cícero na teoria, além de
Cícero, também Aristóteles (além de Cícero, também Quintiliano e
Aristóteles). Nunca se deve omitir a oração; a explicação das regras
deveria também continuar por todo o ano, por ser grande a importância das
regras oratórias. Em seu lugar, porem, onde for costume, não se proíbe, no fim
do ano, a leitura de algum autor que tenha mais erudição e variedade. Algumas
vezes em lugar da oração ou da teoria poderá intercalar-se alguma preleção
sobre um poeta.
7. Explicação das regras. - Quanto ao método de explicação, os preceitos expliquem-se do seguinte
modo: Em primeiro lugar torne-se claro o sentido da regra; se oferecer alguma
obscuridade e os intérpretes não estiverem de acordo, comparem-se as suas
opiniões. Em segundo lugar citem-se outros autores retóricos que tratam do
mesmo assunto, ou do mesmo autor outros lugares em que ensina o mesmo. Em
terceiro lugar apresente-se alguma razão da regra. Em quarto lugar aduzam-se
alguns trechos semelhantes e bem notáveis, de oradores e poetas, em que se
aplica a regra. Em quinto lugar, acrescente-se, se for o caso, alguma cousa de
história e erudição de várias fontes, relativa ao assunto. Mostre-se enfim como
a regra se pode aplicar às circunstâncias atuais e faça-se esta aplicação com o
maior apuro na escolha e elegância das expressões.
8. Explicação de um orador. - Quando se explica uma oração ou
poesia, exponha-se em primeiro lugar o sentido, se escuro, e critiquem-se as
diferentes interpretações. Em segundo lugar, esquadrinhe-se toda a arte da
composição: a invenção, divisão e exposição; com que habilidade se insinua o
orador, com que propriedade se exprime, ou em que lugares vai buscar argumentos
para persuadir, ornar ou comover; como freqüentemente num só trecho aplica
muitas regras; de que modo reveste as razões que convencem com figuras de
pensamento e, por sua vez, às figuras de pensamentos associa as figuras de
palavras. Em terceiro lugar citem-se alguns trechos semelhantes pelo conteúdo
ou pela forma ou pela forma e aleguem-se, outros oradores ou poetas que se
serviram da mesma, para provar ou narrar cousa parecida. Em quarto lugar, se
for o caso, confirme-se o pensamento com a autoridade de homens de saber. No
quinto lugar, procure-se na história, na mitologia e em todos os domínios do
conhecimento o que possa contribuir para esclarecer a passagem. Por último
ponderem-se as palavras, a sua propriedade, elegância, riqueza e harmonia. Os
pontos acima foram indicados não para que o Professor os percorra sempre todos,
senão para que, dentre eles, escolha os que caírem mais a talho.
9. Argumento da oração escrita. - O argumento para uma oração, deve ser ditado integralmente no princípio de
cada mês, ou por partes, cada semana (pois, no máximo, cada mês deverá
compor-se uma oração). Seja breve, percorra todas as partes da oração; indique
os lugares donde se poderão haurir as provas e amplificações, as figuras
principais que se poderão empregar e também, se parecer conveniente, alguns
lugares de bons autores que se podem imitar. Algumas vezes, indicando-se o
autor que deverá servir de modelo, o assunto poderá ser proposto oralmente.
10. Assunto de uma poesia. - O tema para uma poesia poderá ser dado
de viva voz, por escrito, por simples proposta do título ou por indicação de um
pensamento poderá ser breve de modo que se possa concluir como no caso de um
epigrama, uma ode, elegia ou mais longo, de maneira que complete, em várias
vezes, como acima uma oração, assim aqui um poema.
11. Tema grego. - Mais ou menos do mesmo modo se proporá o tema
grego, com a exceção talvez de que por algum tempo se julgue conveniente, pelo
menos uma vez por semana, ditar tudo, palavra por palavras, tanto para a prosa
quanto para a poesia.
12. Desafio. - O desafio ou exercício de aula poderá versar sobre a
correção das faltas que um dos êmulos descobrir entre a arte militar de gregos
e romanos, arqueologia dos jardins e da indumentária, salas de refeição,
triunfo, sibilas e outras questões afins, sempre, porém, com discrição.
16. Declamação privada. - Em sábados alternados, na presença dos alunos
de Humanidade, na última hora matutina, um ou dois alunos apresentem, da
cátedra uma declamação, ou preleção, ou poesia, ou oração ou uma oração seguida
logo da recitação de uma poesia.
17. Declamação pública. - No
salão ou na igreja, haja, uma vez por mês, uma oração mais importante ou uma
poesia, ou ambas as cousas, ora em latim, ora, em grego (ora em vernáculo), ou
um debate com argumentos de um e outro lado e julgamento. Tudo, porém, deverá
ser revisto e aprovado pelo Prefeito dos estudos superiores.
18. Exposição de poesias. - De
dois em dois meses mais ou menos, na comemoração de alguma festa mais solene,
na promulgação dos oficiais ou em outra oportunidade, exponham-se nas paredes
da aula as poesias mais escolhidas, compostas pelos aluno. Poder-se-á também
afixar, segundo os costumes da região, alguns trechos curtos de prosa como, por
exemplo, inscrições de escudos, templos, sepulturas, jardins, estátuas;
descrições de uma cidade, de um porto, de um exército; narrações dos feitos de
algum santo; frases paradoxais. Poder-se-á acrescentar às vezes, mas com
licença do Reitor, algum desenho relativo ao emblema ou assunto proposto.
19. Representação privada. - Poderá às vezes o professor passar aos alunos
como assunto algum tema dramático, como uma écloga, algumas cenas ou um
diálogo, e o trabalho melhor poderá ser representado na aula, distribuídos os
papeis entre os alunos, mas sem nenhum aparato.
20. Quanto à formação dos nossos estudantes, aplicam-se-lhes, como aos
outros, todos os exercícios de que trata o método de ensino; em particular,
porém, deverão ter em casa, três ou quatro vezes por semana, por espaço de uma
hora, no tempo que ao Reitor melhor parecer, repetições na presença do
Professor ou de outro pelo Reitor designado. Nelas repitam-se as lições de
latim ou grego, e corrijam-se os exercícios latinos e gregos, de prosa e de
poesia. Para cultivo da memória aprendam todos os dias alguma cousa de cor, e
leiam muito e com atenção. E nada estimula tanto a inteligência quanto submeter
cada um ao exercício freqüente de falar, não só na cátedra do salão, da igreja
e da aula, o que lhes é comum com os seus condiscípulos externos, mas também no
refeitório. Para o mesmo fim contribuirá finalmente a exposição em lugar
público conveniente das próprias poesias, aprovadas pelo Professor e assinadas
com o nome do autor.
REGRAS DO PROFESSOR DE HUMANIDADES.
1. Grau. - A finalidade desta aula é preparar, nos que terminaram a
gramática, o terreno à eloqüência. Para este fim concorrem três meios: o conhecimento
da língua, alguma erudição e uma introdução breve aos preceitos da Retórica.
Para conhecimento da língua, que
consiste principalmente na propriedade e riqueza das palavras, explique-se, nas
lições quotidianas, dos oradores exclusivamente Cícero, e, de regra,
escolham-se os seus livros de filosofia moral; dos historiadores, Cesar,
Salústio, Lívio, Curtius e outros semelhantes; dos poetas, principalmente
Virgílio com exceção de algumas éclogas e do 4o. livro da Eneida,
odes seletas de Horácio e também elegias, epigramas e outras composições de
poetas ilustres, contanto que expurgados de qualquer inconveniência de
expressão.
Conhecimentos eruditos sejam ministrados com parcimônia para
estimular às vezes e recrear a inteligência, não para impedir a atenção à
língua.
Dos preceitos de retórica dê-se no
segundo semestre um breve resumo do Cipriano Soares; neste período os escritos filosóficos de Cícero, poderão
tomar-ser algumas das suas orações mais fáceis, como Pro lege Manilia, pro
Archia, pro Marce1lo ou outras pronunciadas na presença de César.
Da língua grega
pertence a esta aula a parte que constitui propriamente a sintaxe; procure-se
também que os alunos entendam regularmente os autores e aprendam escrever
alguma cousa em grego.
2. Divisão do Tempo. - O tempo será dividido do seguinte modo. Na
primeira hora da manhã recite-se o trecho decorado de Cícero e da arte métrica,
tomado pelos decuriões; corrija o Professor os exercícios recolhidos pelos
decuriões, passando, entretanto, aos alunos vários exercícios mencionados
abaixo na regra 4; por fim recitem algum em voz alta e o Professor examine as
notas dadas pelos decuriões. Na segunda hora matutina repita-se brevemente a
lição anterior, e, durante uma meia hora ou pouco mais explique-se a nova,
sobre a qual sejam logo interrogados, se sobrar ainda tempo, empregue-se no
desafio entre os alunos. Na última meia hora, no principio do primeiro
semestre, explique-se em dias alternados um historiador e a arte métrica;
terminada a arte métrica, explique-se, ou repita-se todos os dias, a retórica
de Cipriano, ou estabeleça-se debate.
Na primeira hora da tarde recite-se de cor o poeta ou o autor grego
enquanto o Professor revê as notas dos decuriões e corrige os exercícios
escritos que foram passados pela manhã ou ainda restaram dos trazidos de casa.
Por fim dite-se o tema do trabalho escrito. A hora e meia seguinte divida-se
igualmente entre a explicação e repetição de um poeta e a lição e exercício
escrito de grego.
No dia feriado, na primeira hora recite-se de cor a lição do
dia feriado anterior e corrija-se como de costume, os trabalhos escritos
restantes. Na segunda hora, explique-se ou repita-se algum epigrama, ode ou
elegia, algum ponto do livro 3 de Cipriano acerca das metáforas, das figuras principalmente do ritmo e sílabas longas e
breves no discurso, para que desde o principio do ano se lhes habituem os
alunos, ou algum cria, ou outro exercício escolar, ou finalmente, algum
desafio.
No sábado, na primeira hora matutina, recitação de cor, em voz alta, das
lições de toda a semana; na segunda hora, repetição. Na última meia hora,
declamação ou lição por algum dos alunos, ou assistência a exercícios escolares
dos retóricos, ou desafio. Pela tarde na primeira meia-hora recitação de cor de
algum poeta e do catecismo, enquanto o professor revê os trabalhos escritos da
semana porventura ainda não revistos e percorre as notas dos decuriões. A hora
e meia seguinte divida-se igualmente entre a repetição de um poeta ou a
explicação de alguma poesia seguida de interrogação, e o estudo do grego feito
do mesmo modo. Na última meia, explicação do catecismo ou exortação espiritual,
a menos que não tenha sido feita na sexta-feira; neste caso, empregue-se o
tempo do estudo naquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Método de corrigir os exercícios. - Na correção dos exercícios
indique as faltas contra a propriedade, a elegância e o ritmo da linguagem;
contra a expressão menos correta do trecho proposto à imitação, contra a
ortografia, etc. Mande exprimir o mesmo pensamento de diferentes modos, para
que os alunos com este exercício adquiram variedade de expressão.
4. Exercícios durante a correção. - Enquanto corrige os trabalhos escritos pode passar algum dos exercícios seguintes:
colher frases dos trechos explicados e variá-las de muitas maneiras;
reconstituir um período de Cícero que haja sido desarticulado; fazer versos,
passar uma poesia de uma para outra forma; imitar um trecho, escrever em grego
(ou em vernáculo) e outros semelhantes.
5. Preleção. - A preleção poderá ser às vezes levemente salpicada
com ornamentos de erudição quanto exigir a explicação do trecho; concentre,
porém, o professor o seu trabalho nas observações relativas à língua latina,
força e etimologia das palavras baseadas nos autores mais abalizados,
principalmente antigos no emprego e variedade das expressões, na imitação do
autor; nem julgue alheio ao seu objetivo exprimir alguma cousa em vernáculo,
principalmente quando possa contribuir para a interpretação do autor ou encerre
algo, de particularmente interessante.
Quando explica, porém, uma oração, examine também as regras da arte. Por
último, se parecer conveniente, poderá traduzir tudo no idioma pátrio, mas com
uma elegância acabada.
6. Tema do exercício escrito. - O tema do exercício escrito deverá ser ditado: no primeiro semestre será
sempre uma carta na língua materna para ser revertida literalmente e convirá
compô-la de tal modo que seja tirado de vários pontos das lições já explicadas;
um por semana, porém, escrevam sem auxilio, depois de explicado um dos gêneros
epistolares e indicadas às cartas de Cícero e de Plínio que a este gênero
pertencem. No segundo semestre estimule-se a inteligência e escreva-se primeiro
crias, depois exórdios, narrações, composições elegantes sobre assunto fácil e
proposto com certo desenvolvimento. O argumento para poesia latina dite-o com
grande variedade de expressões.
O tema grego seja proposto do mesmo modo da prosa latina com a diferença de
que deverá ser tirado quase todo do autor e a sintaxe, explicada previamente.
7. Desafio. - O desafio ou
exercício escolar deverá versar sobre erros que um êmulo descobriu no trabalho
do outro, sobra perguntas relativas aos pontos em que se exercitaram na
primeira hora, sobre a recitação de cor e variação de frases dadas pelo
Professor, sobre a recitação e aplicação dos preceitos do estilo epistolar e da
retórica, sobre perguntas feitas acerca da quantidade das sílabas, aduzindo de
memória a regra respectiva ou o exemplo de um poeta; sobre a investigação de
alguma significação própria ou de alguma etimologia; sobre a interpretação de
algum autor latino ou grego, sobre a flexão e formação de palavras gregas mais
difíceis e irregulares, e outras questões semelhantes, a critério do professor.
8. Métrica e retórica. - A métrica deverá ser percorrida rapidamente,
insistindo-se apenas nos pontos de maior necessidade e mais como quem aplica do
que explica. Do livro de retórica de Cipriano Soares (1832 só: do livro de
retórica) esclareçam-se não tanto as palavras quanto às regras,
acrescentando-se exemplos do mesmo texto (dos mestres) e, se o comportar
o assunto, das lições diárias.
9. Preleção de grego. - Na preleção de grego, explique-se, em dias
alternados, a gramática e o autor. Na gramática repita-se brevemente o que foi
ensinado na classe anterior e continue-se com a sintaxe e a teoria dos acentos.
Quanto ao autor, tome-se no primeiro semestre algum prosador dos mais fáceis,
como algum as orações de Sócrates, de S. João Crisóstomo e de S. Basílio,
algumas epístolas de Platão e Sinésio, ou trechos seletos de Plutarco; no
segundo semestre explique-se alguma poesia, por exemplo, de Focilides,
Teognides, S. Gregório Nazianzeno, Sinésio ou outros semelhantes.
A explicação, porém, como pede o nível desta aula, deverá ser mais ao
conhecimento da língua do que à erudição.
Para o fim do ano, porém, poderá alternar-se com o autor a explicação da
prosódia grega e também se recompor poesias que tenham sido desarticuladas.
10. Exposição de poesias. - De dois em dois meses, mais ou menos, na
comemoração de alguma festa mais solene, na promulgação dos oficiais ou em
outra oportunidade, exponham-se nas paredes da aula as poesias mais escolhidas,
compostas pelos alunos. Poder-se-ão também fixar, segundo os costumes da
região, alguns trechos curtos de prosa, como, por exemplo, inscrições de
escudos, templos, sepulturas, jardins, estátuas; descrições de uma cidade, de
um porto, de um exército; narrações dos feitos de algum santo; frases
paradoxais (1832, omitem-se estas duas palavras). Poder-se-á
acrescentar, às vezes, mas com licença do Reitor, algum desenho relativo ao
emblema ou assunto posto (V. Regras do Professor: de Retórica n. 18)
REGRAS DO PROFESSOR DA CLASSE SUPERIOR DE GRAMÁTICA.
1. Grau. - O objetivo desta classe visa o conhecimento perfeito da
gramática: por isto repete sintaxe desde o princípio, acrescentando todos os
apêndices (e idiotismos) e depois explica a construção figurada e
retórica; em grego, porém, as oito partes da oração ou aquilo que se compreende
sob o nome de rudimentos, exceção dos dialetos e das notas mais difíceis.
Quanto às leituras, poderão explicar-se no primeiro semestre dos prosadores, as
cartas mais importantes de Cícero aos parentes, a Ático, ao irmão Quinto; no
segundo, o 1ivro da Amizade, da Velhice, os Paradoxos e outros assim; dos
poetas no primeiro semestre algumas elegias ou epístolas de Ovídio, escolhidas
e expurgadas, no segundo, trechos, também escolhidos e expurgados, de Catulo,
Tibulio, Propércio e das Éclogas de Virgílio, ou ainda, do mesmo Virgílio, os
livros mais fáceis como o 4o. das Geórgicas, o 5o. e o 7o.
da Eneida; dos autores gregos, S. João Crisóstomo, Esopo, Agapetos e outros
semelhantes.
2. Divisão do tempo. - O tempo será dividido do seguinte modo. Na
primeira hora da manhã, repetição de cor, aos decuriões, de Cícero e da
gramática; correção pelo professor dos exercícios recolhidos pelos decuriões
enquanto os alunos se ocupam em vários exercícios, mencionados abaixo na regra
4. Na segunda hora matutina, repetição breve da última lição de Cícero, explicação por meia hora da
nova, que será logo objeto de interrogação, por último, ditado do tema. Na
última meia hora da manhã, repetição da lição de gramática, explicação e
interrogação da nova, algumas vezes acrescente-se um desafio. Durante o primeiro
semestre percorram-se as regras de construção ensinadas na classe anterior,
explique-se, em seguida, o que é próprio desta classe; e, em dias alternados,
as regras da métrica, omitindo as exceções; no segundo semestre, repita-se, ao
menos por dois meses, a parte da gramática própria desta classe, e, em dias
alternados, a métrica percorrendo brevemente as regras já explicadas e
insistindo nos outros quanto for necessário.
Terminada a repetição da gramática,
explique-se diariamente a métrica acrescentando as exceções, os gêneros
poéticos e as regras dos nomes patronímicos
e do acento.
Na primeira meia hora da tarde, recitação de cor de um poeta e do autor
grego enquanto o Professor revê as notas dos decuriões, e corrige os
exercícios, que foram passados pela manhã ou que ainda restaram dos trazidos de
casa. A hora e meia seguinte divida-se de tal modo entre a explicação e
repetição do poeta, e a preleção e exercício escrito do grego, que ao grego se
reserve mais de meia hora. A última meia hora ou o tempo que ainda sobrar
empregue-se em desafios.
No sábado, de manhã, recitação de cor pública das lições de toda a semana
ou de todo o livro. Segunda hora, repetição. Última meia hora, desafio. De
tarde, mesmo horário, com a diferença de que na primeira se recite de cor
também o catecismo.
A última meia hora seja empregada na explicação do catecismo ou exortação
espiritual, a menos que não tenha sido feita na sexta feira; neste caso,
empregue-se o tempo no estudo daquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Modo de corrigir os exercícios. - Na correção dos exercícios
escritos aponte as faltas contra as regras de gramática, ortografia e
pontuação; note se o aluno evitou as dificuldades, se descuidou a elegância e
imitação dos clássicos.
4. Exercícios na aula. - Enquanto corrige os trabalhos escritos, o professor poderá passar aos
alunos os exercícios seguintes: verter para o latim um ditado em vernáculo de
modo que imite o autor e observe as
regras da sintaxe, traduzir a lição de Cícero (dos autores) para a
língua pátria, em seguida retrovertê-la para o latim e respigar-lhe as frases
mais elegantes, recolher das gramáticas recentemente explicadas, dificuldades
para propor aos êmulos, fazer versos ou reconstituí-los, desfeitos, escrever em
grego e outros semelhantes.
5. Preleção. - A preleção obedecerá à seguinte. Primeiro resuma o
assunto em latim e em seguida interprete cada período de modo que a exposição
vernácula se siga imediatamente à latina. Em terceiro lugar retomando o trecho
de principio (a menos que prefira inserir este ponto na exposição) escolha duas
ou três: palavras, explique-lhes o sentido e a derivação, confirmando esta
explicação com um ou dois exemplos tomados principalmente do mesmo autor.
Desenvolva também e esclareça as metáforas; sobre a mitologia, a história, e
quanto se refere erudição, se ocorrer, passe rapidamente; colha duas o três
frases mais elegantes; por último percorra o trecho autor em vulgar (em vernáculo
mais elegante). Poder também ditar o mais brevemente possível o assunto em
latim, as observações, as propriedades e frases.
6. Assunto dos exercícios escritos. - O assunto do exercício
escrito, quase sempre em forma epistolar, deve ditar-se palavra por palavra, na
língua materna e referir-se à aplicação das regras de sintaxe e à imitação de
Cícero. Uma vez, porém, aproximadamente cada mês, ou em casa em vez
da composição diária, ou na aula, para escolha dos oficiais, quanto mais
adiantados, escrevam de própria iniciativa, após a explicação de algum gênero
epistolar, a indicação das cartas de Cícero a ele pertencentes, e o ditado pelo
professor de alguns modelos do mesmo gênero.
7. Poesia. - Poderá ditar-se também alguma poesia, a
principio, com as palavras em ordem de prosa, mais tarde, mudadas algumas
palavras, por fim, indicando um assunto muito fácil com grande variedade de
expressões.
8. Tema grego. - O tema de
grego obedecerá ao mesmo método que o de prosa latina com a diferença que
deverá ser tirado do mesmo autor, e as regras de sintaxe se hão de explicar de
antemão.
9. Preleção grega. - A preleção de grego, que raras vezes excederá
um quarto de hora, seguirá o mesmo processo, a não ser que, iniciado o estudo
do autor grego (e poderá iniciar-se quando o julgar o Prefeito em dias
alternados com a gramática) as palavras deverão ser examinadas uma por uma e
indicadas também de um modo geral, se parecer conveniente, as regras mais
fáceis da sintaxe.
10. Desafio. - O desafio ou exercício de aula poderá versar sobre as
falhas que um êmulo descobrir nos trabalhos escritos do outro, sobre questões
relativas aos pontos em que se exercitaram na primeira hora, sobre a repetição
de cor das frases dadas pelo professor, sobre traduções e variações de frases
vernáculas para a aplicação da sintaxe e imitação de Cícero (dos autores), (procure-se
que o interrogado repita imediatamente, com as mesmas palavras a expressão
proposta e, depois de breve reflexão, a enuncie, não palavra por palavra, mas
toda de uma só vez, em latim), sobre a exposição das regras do gênero
epistolar, sobre a interrogação da quantidade das sílabas, aduzindo de cor a
regra ou um exemplo de poeta, sobre a investigação do sentido próprio ou da
etimologia de uma palavra, sobre a interpretação de alguns trechos de autor
grego ou latino, sobre a flexão e formação, respectivamente, dos substantivos
e dos verbos gregos e sobre outros pontos semelhantes a juízo do professor.
REGRAS DO PROFESSOR
DA CLASSE MÉDIA DE GRAMÁTICA.
1. Grau. - O
objetivo desta classe é o conhecimento ainda que imperfeito de toda a
gramática; por isto nela se explica do principio do livro
segundo até a construção figurada, com os apêndices mais fáceis, ou, segundo o
método romano, da construção comum à construção figurada das palavras, com os
apêndices mais fáceis.
De grego, pertencem
a esta classe os nomes contractos, os verbos circunflexos, os verbos em
(símbolo) e as formações mais fáceis.
Nas preleções só se
usem as epístolas familiares de Cícero, algumas poesias muito fáceis de Ovídio
e, no segundo semestre, se o Prefeito julgar conveniente, o Catecismo grego e a
tábula de Cebes.
2. Divisão do
tempo. - O tempo dividir-se-á do
seguinte modo. Na primeira hora da manhã recitação de cor aos decuriões de
Cícero e da gramática; correção pelo professor dos exercícios escritos
recolhidos pelos decuriões enquanto os alunos se ocupam em outros trabalhos
mencionados na regra 4; na segunda hora matutina repetição breve da preleção de
Cícero, explicação da nova, que será logo objeto de interrogação, finalmente
ditado do tema. Na última meia hora da manhã repetição de algum ponto do
primeiro livro da gramática como, por exemplo, declinação dos nomes, mais tarde
dos pretéritos e supinos, e este exercício poderá ser feito a modo de desafio.
Na primeira hora
da tarde, lição de cor de gramática latina e grega, recitação nos dias
marcados, de algum poeta, enquanto o professor revê as notas dos decuriões e
corrige os trabalhos escritos passados pela manhã ou que ainda sobraram dos
trazidos de casa; por fim, repetição da gramática e, em dias alternados, da
última preleção de poeta. Na segunda hora vespertina, explicação e
repetição, por meia hora, da sintaxe no segundo semestre, porém com a
explicação da sintaxe alterne-se a de um poeta. A outra meia hora seja
consagrada ao grego. Na última hora, desafio ou exercício.
No sábado, na
primeira hora da manhã recitação de cor, pública, das preleções de toda a
semana ou de todo o livro; Na segunda hora, repetição; na última meia hora,
desafio. Mesma divisão do tempo, de tarde, a não ser que, juntamente com a
gramática e o poeta se deva recitar também o catecismo. Na meia hora final,
explicação do catecismo ou, às vezes, exortação espiritual, a menos que já
tenha sido feita na sexta feira; neste caso, empregue-se o tempo no estudo
daquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Modo de
corrigir os exercícios. - Na correção dos exercícios aponte as faltas
cometidas contra as regras da gramática, ortografia e pontuação; note se evitou
as dificuldades; explique tudo de acordo com as normas das regras gramaticais e
tome ocasião para relembrar as conjugações e as noções elementares.
4. Exercícios na
aula, durante a correção dos exercícios. - Durante a correção dos trabalhos escritos poderá passar os
exercícios seguintes: traduzir para o latim um ditado em vernáculo, para
imitação de um autor ou aplicação das regras da sintaxe; verter para o
vernáculo um trecho de Cícero e depois retrovertê-lo para o latim; recolher
das regras de gramática recentemente explicadas, dificuldades e locuções para
propor aos êmulos; escrever em grego, e outros trabalhos semelhantes.
5. Exigir a
gramática. - Ao repetir a preleção colha às vezes a oportunidade para
declinar e conjugar as palavras mais difíceis e, de qualquer modo, exigir a
gramática.
6. Preleção de
Cícero. - A preleção de Cícero,
que, por via de regra, não excederá 7 linhas, observe o método seguinte: Em
primeiro lugar, leia seguidamente todo o trecho, e indique-lhe resumidamente,
em vernáculo, o sentido. Em segundo lugar, traduza o período no idioma pátrio,
palavra por palavra. Em terceiro lugar, retomando o trecho desde o princípio,
indique-lhe a estrutura e, analisando o período, mostre as palavras e os
casos por elas regidos; estenda-se sobre a maior parte dos pontos relativos as
regras de gramática já explicadas; faça uma ou outra observação, mas muito
simples sobre a língua latina; explique as metáforas com exemplos muito
acessíveis; por fim escolha uma ou duas frases que ditará juntamente com o
argumento. Em quarto lugar, percorra o trecho de autor, mas em vernáculo.
7. Assunto dos
exercícios escritos. - O assunto de
exercício escrito deverá ser ditado, palavra por palavra, eu vernáculo; ser
claro, não exceder geralmente 7 linhas e servir à aplicação das regras de
sintaxe e à imitação de Cícero. Às vezes poderá mandar-se os alunos que
transcrevam alguma versão curta de Cícero, ou algum tempo grego ou a declinação
de um nome.
8. Preleção de
gramática. - A preleção de gramática deve reduzir-se a uma só regra, no
máximo, com algum breve apêndice ou
exceção.
9. Preleção de
grego. - No ensino de grego
observe-se proporcionalmente o mesmo método; parece útil associar a cada caso e
pessoa a palavra vernácula correspondente e explicar tudo, quase sempre na
10. Desafio. - O
desafio ou exercício de aula poderá versar sobre as falhas que um êmulo
descobrir nos trabalhos escritos do outro, sobre questões relativas aos pontos
em que se exercitaram na primeira hora, sobre a repetição de cor das frases
dadas pelo professor, sobre traduções e variações de frases vernáculas para a
aplicação de sintaxe e imitação de Cícero (imitação dos autores) (procure-se
que o interrogado repita imediatamente, com as mesmas palavras, a expressão
proposta e depois de breve reflexão a enuncie, não palavra por palavra, ms
toda, de uma só vez, em latim); sobre as flexões de nomes e verbos mais
difíceis, especialmente dos que ocorram na preleção, conservando ou saltando a
ordem dos casos e tempos, declinando os nomes isolados ou articulando
substantivos, adjetivos e pronomes, Sobre a recitação rápida de pretéritos e
supinos e outros pontos semelhantes a critério do professor.
REGRAS DO PROFESSOR DA CLASSE INFERIOR DE
GRAMÁTICA.
1. Grau. - O objetivo desta classe é o conhecimento perfeito dos
elementos da gramática, e inicial da sintaxe. Começa com as declinações e vai
até a construção comum dos verbos. Onde houver duas subdivisões, na subdivisão
inferior se explicarão, do primeiro livro, os nomes, verbos, as regras
fundamentais, as quatorze regras da construção, os gêneros dos nomes; na
superior do primeiro livro a declinação dos nomes sem os apêndices, e ainda os
pretéritos e os supinos; do livro segundo, a introdução à sintaxe sem os
apêndices até aos verbos impessoais. Em grego, a subdivisão mais atrasada
aprenderá a ler e escrever, a mais adiantada os nomes simples, o verbo
substantivo e o verbo barítono. Nas preleções adotem-se, dentre as cartas de
Cícero, só as mais fáceis, escolhidas para este fim, e, se possível, impressas
separadamente.
2. Divisão do tempo. - O tempo dividir-se-á do seguinte modo. Na
primeira hora da manhã recitação de cor, aos decuriões, de Cícero e da gramática,
correção pelo professor dos trabalhos escritos recolhidos pelos decuriões,
enquanto os alunos se ocupam em outros exercícios mencionados na regra 4. - Na
segunda hora matutina, repetição rápida da última preleção de Cícero,
explicação, por meia hora, da nova que será logo objeto de interrogação,
finalmente ditado do tema.
Na última meia hora da manhã, explicação ou repetição, às duas subdivisões,
de algum ponto do primeiro livro da gramática que lhes couber, o que se poderá
fazer em dias alternados para cada subdivisão ou, todos os dias, para ambas:
por fim, perguntas sobre toda a matéria vista, ou pelo professor ou, uns aos
outros, pelos alunos em forma de desafio.
Nos dias em que, de tarde, não se explicar uma nova regra de
construção (na maior parte dos dias deverá inculcar uma só regra) esta preleção
matutina deve tomar o lugar da vespertina; a última meia hora da manhã, porém,
seja sempre empregada toda em desafio ou exercício de aula.
Na primeira hora da
tarde recitação de cor da gramática, latina e grega, enquanto o professor revê
as notas dos decuriões e corrige, durante uma meia hora no máximo, os trabalhos
escritos passados pela manhã, ou os que sobraram dos trazidos de casa. Por
último, repetição da última lição de gramática.
Na segunda hora da
tarde, explicação da sintaxe à subdivisão mais adiantada, e à outra, dos
elementos sobre os gêneros dos substantivos e depois das quatorze regras. Para
o grego reserve-se pouco mais de um quarto de hora.
Na última meia
hora, desafio ou explicação de algum ditado sobre as regras da gramática.
No sábado, na
primeira hora da manhã, recitação de cor, pública, de todas as preleções da
semana. Segunda hora repetição; última meia hora, desafio (desafio
declamação).
Mesmo horário de
tarde, a não ser que na primeira hora, à recitação de gramática se acrescente
também a de catecismo. Na última meia hora, explicação de catecismo ou
exortação espiritual, salvo quando tenha sido feita na sexta feira; neste caso,
empregue-se o tempo na estudo daquilo que cedeu o lugar ao catecismo.
3. Método de
corrigir os trabalhos escritos. - Na correção dos trabalhos escritos,
aponte as falhas cometidas contra as regras de gramática, de ortografia e de
pontuação; observe se foram evitadas as dificuldades; explique tudo de acordo
com as normas da gramática e não deixa passar ocasião de repetir as conjunções
e declinações.
4. Exercícios durante a correção dos trabalhos escritos. - Enquanto corrige os trabalhos escritos, poderá
o professor passar aos alunos os exercícios seguintes: verter para o latim um
ditado vernáculo de acordo com as regras da sintaxe, traduzir um trecho de
Cícero do latim para o vernáculo e em seguida retrovertê-lo para o latim; das
regras de gramática, sobretudo das explicadas recentemente, recolher dificuldades
ou expressões para propor aos êmulos, articular ou compor concordâncias, copiar
grego, e outros semelhantes (Ver nota p. 446 em Prachtler).
5. Exigir gramática. - Na repetição da preleção colha às vezes (muitas
vezes) o ensejo de declinar, conjugar e interrogar gramática de todos os
modos.
6. Preleção dos autores. - A preleção de Cícero, que por via de regra não excederá quatro linhas,
obedecerá ao método seguinte: Em primeiro lugar leia seguidamente todo o trecho
e indique, resumidamente, em vernáculo, o sentido. Em seguida traduza o
período no idioma pátrio, palavra por palavra. Em terceiro lugar, retomando o
trecho de princípio, indique-lhe a estrutura, e, analisando o período, mostre
as palavras e os casos por elas regidos, estenda-se sobre a maior parte dos
pontos relativos às regras de gramática explicadas; faça uma ou outra observação, mas muito
simples, sobre a língua latina; explique as metáforas com exemplos muito
acessíveis e não dite cousa alguma, a não ser talvez o argumento. Em quarto
lugar percorra de novo o trecho do autor em vernáculo.
7. Assunto dos exercícios escritos. - O assunto de exercício escrito
deverá ser ditado, palavra por palavra, em vernáculo; ser claro, não exceder,
geralmente, quatro linhas e servir principalmente à aplicação das regras de
gramática. Às vezes poderá mandar-se aos alunos que transcrevam alguma versão
curta de Cícero, ou alguma expressão para aplicação das regras de sintaxe, ou a
própria lição dos elementos de grego que deverão estudar a ou outros trabalhos
semelhantes.
8. Preleção de gramática. - A lição de gramática, restrinja-se, no
máximo, a uma regra e antes de estar bem aprendida, não se passe à seguinte.
9. Desafio. -
O desafio ou exercício de
aula pode versar sobre as faltas que um êmulo descobriu nos trabalhos escritos
do outro, sobre questões relativas aos pontos em que se exercitaram na primeira
hora, sobre perguntas de locuções vernáculas para aplicação regra de sintaxe
(procure-se que o interrogado repita, imediatamente, com as mesmas palavras, a
expressão posta e depois de breve reflexão enuncie quanto possível, não palavra
por palavra, mas toda, de uma só vez, em latim), sobre as flexões de nomes e
verbos mais especialmente dos que ocorreram na preleção, conservando ou
saltando a ordem dos casos e tempos, declinando os nomes isolados ou
articulando substantivos, adjetivos pronomes, sobre a recitação das definições
das noções elementares, ou exemplos, sobre a versão rápida das formas verbais
do latim para o vernáculo e vice-versa, sobre transposição da voz ativa para a
passiva, sobre a indicação dos pretéritos e supinos, dos gêneros e casos dos
nomes propostos e outros exercícios semelhantes a critério do professor.
REGRAS DOS ESCOLÁSTICOS DA NOSSA COMPANHIA
1. Pureza dalma e intenção. - Esforcem-se,
antes tudo, os nossos escolásticos por conservar a pureza dalma e ter nos
estudos intenção reta, não procurando neles senão a glória de Deus e a salvação
das almas. Nas suas orações peçam freqüentemente a graça de adiantar na ciência
e de se tornar capazes, como deles espera a Companhia, de cultivar, com a
doutrina e o exemplo, a vinha de Cristo Senhor Nosso.
2. Aliança das virtudes sólidas com o
estudo. - Apliquem-se aos estudos com seriedade e constância; e como se
devem acautelar para que o fervor dos estudos não arrefeça o amor das virtudes
sólidas e da vida religiosa, assim também se devem persuadir que, nos colégios,
não poderão fazer cousa mais agradável a Deus do que, com a intenção que se
disse acima, aplicar-se diligentemente aos estudos; e ainda que no cheguem nunca a exercitar o que aprenderam, tenham
por certo que o trabalho de estudar, empreendido, como é de razão, por
obediência e caridade, é de grande merecimento na presença da divina e soberana
majestade.
3. Estudar de conformidade com a direção do
Superior. - Siga cada um a faculdade e ouça os professores que lhe assinar
o superior; observem todos com empenho o horário e método de estudos prescritos
pelo Prefeito ou Professor e não utilizem outros livros além dos que lhe forem dados
pelo mesmo Prefeito.
4. Diligência. - Sejam assíduos em ouvir as aulas, diligentes
em prepará-las e, depois de ouvidas, em repeti-las; perguntem o que não
entenderam; tomem nota das cousas mais importantes para auxiliar as
deficiências da memória.
5. Disputas públicas. - Compareçam às
disputas ordinárias das aulas que freqüentam e procurem, mas com modéstia, dar
boa prova de seu saber.
6. Disputas privadas. - Assistam todos, também, às disputas e
repetições privadas de cada dia, e os que disputam obedeçam religiosamente ao
que presida.
7. Modéstia. - No caminho para as
escolas públicas vão e voltem juntos, com a modéstia interna e externa que
contribua para a edificação própria e dos de fora.
8. Conversa com os externos. - As
conversas dos que tiverem licença de falar com os estudantes externos, versem
exclusivamente sobre assuntos literários ou relativos ao aproveitamento
espiritual, conforme parecer a todos mais conveniente, para a maior glória de
Deus.
9. Uso do latim. - Todos, mas de modo especial os que se aplicam
aos estudos de humanidades, falem latim; aprendam de cor o que lhes for
prescrito pelo professor e, nas composições, trabalhem, com esmero, o estilo.
10. Tempo de estudo. - Ninguém se aplique por mais de duas horas ao
trabalho de ler e escrever sem interromper o estudo com algum breve intervalo.
11. Método do estudo privado. - Nas horas marcadas para o estudo
privado os que seguem as faculdades superiores releiam em casa os apontamentos
da aula curando entendê-los e, uma vez entendidos, formulem a si mesmos as
dificuldades, e as resolvam; o que não conseguirem apontem para perguntar ou
disputar.
DIRETIVAS PARA OS QUE REPETEM PRIVADAMENTE A
TEOLOGIA EM DOIS ANOS.
1. Regras dos escolásticos. - Observem como os outros, as regras dos
escolásticos, exceto as que se referem à freqüência das aulas e às repetições
respectivas; esforcem-se especialmente, com todo empenho para que não arrefeça,
com o fervor dos estudos, o amor das virtudes sólidas.
2. Presença na conferência
de casos e nas disputas. - Como os outros estudantes de teologia estejam
presentes à conferência de casos, aos outros atos e disputas mensais.
3. Resumir os argumentos. - Às disputas mensais dos filósofos não só
devem estar presentes, mas poderão também resumir os argumentos. O mesmo se
diga das disputas semanais dos estudantes de teologia, quando os professores
não estiverem presentes.
4. Questões omitidas ou percorridas resumidamente. - De conformidade com o método de estudos e o
horário prescrito pelo Prefeito, apliquem-se com diligência e rigor às questões
que ou não estudaram ou só percorreram por alto e, para este fim, utilizem-se
os melhores comentários.
5. Estudo das questões importantes. - Aplique-se em seguida às
questões importantes de toda a teologia, como, por exemplo, da primeira parte,
acerca da visão de Deus, da ciência divina, da predestinação, da SSma.
Trindade, e assim, das outras partes. E não só considerem com empenho o que
escreveram os autores, mas também, com o esforço pessoal da inteligência
disponham os fundamentos e os princípios da teologia dos quais dependem as
séries das questões principais, observando em tudo com a máxima fidelidade o que
prescrevem as Constituições da Companhia sobre o dever de seguir a doutrina de
Santo Tomás.
6. Escrever algumas questões. - Escrevam de propósito algumas questões com os seus fundamentos, as suas
conclusões e soluções de dificuldades, à maneira escolástica, como se as
devessem apresentar como lições e cada mês ou de dois em dois meses, as mostrem
ao Prefeito de estudo para ser por ele dirigido.
7. Lições privadas. - Poderão também, às vezes, dar essas aulas ou,
em particular na presença dos nossos professores, ou nas repetições dos
estudantes de teologia por três quartos de hora, para que, no fim, possam os
padres presentes opor objeções, ou ainda, se parecer bem, no refeitório.
8. Lições públicas. - Poderão ainda apresentar questões semelhantes
sobre algum assunto importante, contanto que
se possa concluir, no máximo, em dez lições, dadas em aula e hora, nas quais os
estudantes de teologia que o quiserem possam assistir.
9. Atos. - Seja-lhes assinado tempo
para quatro atos particulares e um geral: o primeiro particular, seja mais ou
menos no começo do primeiro semestre, o segundo no fim, e assim, em cada
semestre, os demais, de maneira que o ato geral encerre o último semestre.
10. Como poderão defender as opiniões próprias. - É-lhes permitido,
nos atos, afastar-se das opiniões dos seus mestres, e, se quiser, defender as
próprias, contanto que não contradigam à doutrina de Santo Tomás, em
conformidade com o decreto da quinta Congregação. Neste caso, porém, deverão a
tempo entender-se com o Prefeito e com quem presidirá ao ato, não somente
acerca das próprias teses, senão também dos fundamentos e princípios com que a
querem defender. E para que melhor possam dar mostra do seu talento, deixe-os o
Presidente responder livremente e não os interrompa senão quando for de
absoluta necessidade.
11. Erudição. - Saibam finalmente que, durante este biênio, se devem
esforçar não só para se instruir e habilitar na teologia, senão também para
adquirir erudição das ciências eclesiásticas que convém a um teólogo.
12. Conci1ios, controvérsias, cânones. - Para este fim determinem
todos os dias tempo certo, destinado à leitura cuidadosa da Sagrada Escritura,
dos Concílios, das Controvérsias e do Direito canônico; apontem, com ordem, o
que parecer digno de nota; não preparem, porém, de propósito, pregação alguma;
destas notas, poderão às vezes, apresentar alguma cousa, como lições, no
refeitório ou em outro lugar que ao Superior parecer conveniente.
13. Estudo do Direito Canônico. - No estudo dos cânones omitam a
parte judiciária e dediquem-se exclusivamente à eclesiástica (1832...).
14. Seguir a inclinação da natureza - Apliquem-se, especialmente,
com o maior empenho ao estudo para o qual se sentem mais inclinados depois de
tratar diligentemente o assunto com o Superior; não omitam, porém, nenhuma das
disciplinas prescritas.
REGRAS DO AJUDANTE DO PROFESSOR OU BEDEL.
1. Obediência ao Professor. - Seu dever é executar fielmente tudo o
que lhe prescrever o Professor e de modo especial quanto se refere aos
exercícios escolares.
2. Sobre a aula. - Zele pelo asseio da aula e da cátedra;
providencie para que nela haja algum quadro piedoso; não faltem assentos;
estejam limpos e em ordem; se consertem os quebrados ou estragados; se reservem
para os nossos e para os outros religiosos lugares separados dos externos; as
aulas se abram a tempo.
3. Avisar a tempo os estudantes. - Avise com antecedência, de
acordo com o que for determinado pelo Professor, os estudantes que a seu tempo
deverão disputar, repetir, defender teses ou desempenhar-se de outras
obrigações.
4. Teses. - Avise com antecedência de sete dias os que deverão defender as teses
semanais. Procure que estas teses se escrevam a tempo; apresente-as primeiro à
correção do Professor, depois à revisão do Prefeito; corrigidas e revistas,
avise o defendente que traga copiados o número de exemplares necessários;
destes afixe um, bem escrito, em lugar público, na manhã da véspera da disputa,
os outros distribua mais tarde entre os argüentes.
5. Relógio. - Tenha sempre consigo um relógio tanto aulas como nas
disputas, avise o Prefeito e o Professor do tempo passado afim de que os
argüentes não ultrapassem os limites marcados. Segundo as ordens do Prefeito dê
nas disputas o sinal do começo e do fim.
6. Atos públicos. - Procure ornar a
aula ou o salão para os atos públicos em conformidade com os costumes da
Academia e distribua os lugares aos que a estes atos ou quaisquer disputas
foram convidados para argumentar ou dar brilho à cerimônia.
7. O que deve referir ao Superior. - Se notar que algum dos nossos
estudantes não comparece às lições, repetições, disputas ou deixa de cumprir
algum dos deveres relativos ao estudo ou à disciplina, leve-o ao conhecimento
do Superior.
REGRAS DOS ALUNOS EXTERNOS DA COMPANHIA.
1. Aliança da ciência à piedade. - Os que, com o fim de se instruir,
freqüentam os colégios da Companhia de Jesus, entendam que, com a graça de
Deus, se empregará todo o cuidado para que sejam formados não menos na piedade
e nas outras virtudes do que nas artes liberais.
2. Aula que se deverá freqüentar. – Freqüentará cada um a aula, que,
após exame, lhe for assinada pelo Prefeito.
3. Confissão e missa. – Confessem-se todos ao menos uma vez por mês;
assistam piedosamente à missa, todos os dias, na hora marcada e nos dias
festivos à pregação.
4. Doutrina cristã. – Uma vez por semana compareçam todos à
explicação do catecismo (da doutrina cristã) a lhe aprendam o compêndio,
conforme lhes prescreveram os professores.
5. Proibição de armas. – Nenhum aluno entre no colégio com armas,
espadins, canivetes e outros instrumentos proibidos, segundo a diversidade de
lugar e de tempo.
6. De que se devem abster. – Abstenham-se completamente de
juramentos, insultos, injúrias, detrações, mentiras, jogos proibidos, lugares
perniciosos ou interditos pelo Prefeito de aulas, numa palavra, de quanto possa
ofender a honestidade dos costumes.
7. Recurso ao corretor. – Entendam que, em tudo quanto se refere ao
estudo e à disciplina, se forem ineficientes as ordens e os avisos, recorrerão
os Professores ao corretor para puni-los. Os que recusarem aceitar recusar o
castigo, ou não derem esperança de emenda ou incomodaremos colegas e com o seu
exemplo lhes forem prejudiciais, saibam que serão despedidos dos nossos
colégios.
8. Obediência. – Obedeçam todos aos seus professores e, tanto nas
aulas como em casa, observem com toda a diligência o método de estudo por eles
prescrito.
9. Diligência. – Apliquem-se aos estudos com seriedade e constância;
sejam assíduos em freqüentar cedo as aulas, e diligentes em ouvir e repetir as
lições e dar conta dos outros exercícios. Se não houverem compreendido bem
algum ponto ou sobre ele tiverem dúvida, consultem o Professor.
10. Tranqüilidade e silêncio. - Nas
aulas não vão de um para outro lado; mas fique cada um no seu lugar, modesto e
silencioso, atento a si e aos seus trabalhos. Sem licença do Professor não
saiam da aula. Não estraguem nem manchem os bancos, a cátedra, as cadeiras, as
paredes, portas e janelas ou outros lugares, com desenhos, ou escrituras, com
canivete ou de outra maneira.
11. Fugir das más companhias. - Fujam
das companhias más ou simplesmente suspeitas; tratem somente com aqueles cujo
convívio e exemplo possam aproveitar no estudo e na virtude.
12. Livros de que se devem abster. - Abstenham-se
completamente da leitura de livros perniciosos e inúteis.
13. Proibidos
espetáculos e teatros. - Não vão a espetáculos públicos, comédias, nem à
execução de condenados; e sem licença dos Professores e do Prefeito de estudos,
não representem nenhum papel em teatros de fora.
14. Piedade.
- Esforcem-se por conservar a sinceridade e pureza da alma e obedecer com
toda a fidelidade a lei divina. Recomendem-se com freqüência e com fervor a
Deus (ao Sagrado Coração de Jesus), à Santíssima Virgem e aos demais
santos. Implorem muitas vezes a ajuda dos Santos Anjos, especialmente do Anjo
da Guarda. Observem a modéstia sempre e em toda a parte, mas principalmente na
igreja e na aula.
15. Exemplo da vida. - Finalmente em
todas as suas ações comportem-se de tal modo que cada um veja logo que se
aplicam eles não menos à prática da virtude e a inteireza da vida do que às
letras e à ciência.
REGRAS DA ACADEMIA.
1. Natureza da Academia. - Sob o nome
de Academia entendemos uma união de estudantes (distintos pelo talento e pela piedade), escolhidos entre todos os alunos, que, sob a
presidência de um membro da companhia, se congregam para entregar-se a certos
exercícios relacionados com os assuntos.
2. Os que se devem admitir. - À Academia pertencem todos os membros da
Congregação Mariana pelo simples fato de serem nela recebidos, e os religiosos
que, porventura, freqüentem nossas aulas. Onde for costume e o Reitor aprovar,
poderão ser também admitidos os que não pertencerem à Congregação e mesmo que
não sejam nossos alunos.
3. Qualidades dos membros da Academia. - Nas
virtudes cristãs e na piedade, na aplicação aos estudos e observância da
disciplina escolar deverão os membros da Academia avantajar-se a todos os outros
estudantes e servir-lhes de modelo.
4. Diretor da Academia. - À frente de cada Academia ponha o Reitor do
Colégio, como Diretor, algum dos professores ou outro membro idôneo da
Companhia.
5. Número de Academias. - Numa Academia
poderão reunir-se os estudantes de teologia e filosofia, em outra, os de
Retórica e Humanidades, numa terceira todos os gramáticos, se não forem muito
numerosos nem muito desiguais no aproveitamento de modo que os mesmos
exercícios possam ser úteis a todos; no caso contrário, cada aula poderá ter a
sua Academia.
6. Freqüência e exercício. - O bom
resultado da Academia depende principalmente da freqüência e do empenho nos
exercícios, da parte seus membros. Por isso, os que faltarem muitas vezes ou
recusarem desempenhar-se dos exercícios que lhes tocarem, principalmente os
que, por sua imodéstia, perturbarem e escandalizarem os outros, deverão ser
despedidos.
7. Oficiais. - Os oficiais que, em cada
Academia, de três em três ou de quatro em quatro meses deverão ser eleitos pela
votação secreta, são, por via de regra, os seguintes: o reitor da Academia,
dois conselheiros e um secretário. A estes poderão acrescentar-se outros
dignitários e distribuir-lhes os respectivos ofícios, de acordo com o número
dos Acadêmicos e os costumes do lugar, a juízo do Reitor do Colégio.
8. Reitor. - Na Academia dos estudantes
de teologia, o Reitor deverá ser, de regra, um teólogo; se algumas vezes
parecer conveniente eleger um filósofo, seja pelo menos um metafísico (estudante
do último ano). Na Academia dos
estudantes de retórica e de gramática, quando constar de várias classes,
seja da classe superior, ou alternadamente das classes inferiores, a juízo do
Reitor do Colégio. Como Reitor deverá eleger-se o que excele na virtude, no
talento e no saber; seu ofício é promover a Academia, marchar à frente dos
demais na virtude e na aplicação e no princípio ou no fim do seu reitorado
desempenhar-se de algum dos atos mais importantes da Academia, O Reitor da Academia
dos teólogos, se for teólogo, poderá, por vezes, na ausência do professor
dirigir a disputa dos filósofos, assistir os defendentes, resumir e urgir as
dificuldades dos argüentes.
9. Conselheiros. - No lugar de honra os
conselheiros vem imediatamente depois do reitor, e o primeiro conselheiro o
substituirá quando ausente; na ausência também do primeiro conselheiro, o
substituto será o segundo; desempenharão os misteres que lhes assinar o Diretor
da Academia por si ou por intermédio do reitor.
10. Secretário.
- O Secretário conservará com cuidado todos os livros da Academia;
escreverá num livro os nomes dos acadêmicos na ordem em que foram recebidos, nele apontará separadamente os
nomes dos oficiais e a data da eleição e todos os atos da Academia com os nomes
dos Acadêmicos que desempenharam alguma função; na Academia dos Retóricos
transcreva também, escolhidas pelo Diretor, algumas das orações, poemas e
poesias, que foram afixadas. Avise
também com tempo para que se preparem os que souber foram designados pelo
Diretor para certos exercícios acadêmicos, a menos que, na Academia dos
teólogos, este ofício se julgasse melhor deixar ao bedel. No fim de cada sessão
avise, publicamente, os exercícios da sessão seguinte e os nomes dos que
deles se hão de desempenhar. Com antecedência, proponha em público as teses, e,
na retórica, a solução de problemas e enigmas.
11. Consultas. -
Três ou quatro vezes no ano, isto é, após a eleição do Reitor, reúnam-se
consultas de todos os acadêmicos ou, pelo menos, dos oficiais com o Diretor
afim de tratar do desenvolvimento da Academia e da remoção dos obstáculos que
lhe possam impedir o progresso.
12. Leitura das
regras. - Nas consultas, ou antes, da eleição do Reitor leiam-se as regras
da Academia que deverão estar escritas num quadro ou no livro da Academia em
que depois se hão de registrar os nomes dos Acadêmicos.
REGRAS DO PREFEITO DA ACADEMIA.
1. Estimular à
piedade. - Procure estimular os acadêmicos não só aos estudos, senão também
à piedade; valendo-se, para este fim, do exemplo de virtudes e, em se
oferecendo a ocasião, de conversas particulares.
2. Observância
das regras. - Procure que se observem com rigor as regras da Academia,
sobretudo nos exercícios quotidiano dos acadêmicos exija freqüência e
diligência.
3. Exercícios. -
Providencie para que todos os acadêmicos, quanto for possível, sejam
exercitados, por turno, nas várias formas de atividade.
4. Nenhuma inovação
sem licença. - Sem licença do
Reitor, não suprima costumes recebidos nem introduza novos; não tome iniciativa
de alguma importância sem o informar; o que for prescrito execute com
fidelidade.
5. Horário da
Academia. - Organize o horário da Academia, isto é, das repetições,
disputas e cousas semelhantes, de modo que não se perturbe o horário da
Congregação, afim de que os acadêmicos possam assistir a ambos os exercícios;
por esta mesma razão, sem motivo grave, durante a reunião da Congregação,
ninguém deverá ser detido em conversas particulares.
REGRAS DA ACADEMIA DOS TEÓLOGOS E FILÓSOFOS.
1. Espécies de exercícios. - Os exercícios desta Academia são,
geralmente, de quatro espécies: repetições diárias das preleções, disputas,
preleções ou disputas científicas, atos solenes de defesa pública de teses.
2. Repetições. - As repetições, que duram uma hora mais ou menos,
fazem-se todos os dias de aula, exceto os impedidos pelas disputas mensais.
Escolha-se a hora mais cômoda, contanto que, na Quaresma, ao menos duas vezes
semana, se deixe livre para assistir ao sermão.
3. Forma das repetições. - Cada classe repetirá separadamente, uma
de teologia e três de filosofia se tantos forem os professores; um ou dois
acadêmicos repetirão a lição, e um ou dois farão dificuldades. Às repetições de
teologia presidirá ou o próprio Prefeito da Academia, ou o seu substituto, ou,
pelo menos, um teólogo do quinto ano dos mais adiantados, designados pelo
Reitor do Colégio. Às repetições de filosofia presidirá e por via de regra, em
cada classe, um dos teólogos da Companhia, nomeado igualmente pelo Reitor.
4. Forma das disputas. - As disputas realizar-se-ão uma vez por
semana, quando forem poucos os membros da Academia, duas, quando numerosos, no
dia feriado ou também no domingo. No domingo, depois do jantar, durante uma
hora, quase sempre, um filósofo defenderá e dois argumentarão; no dia feriado,
por duas horas, defenderão dois ou três, um teólogo e os outros filósofos,
outros tantos ou mais argumentarão.
5. Teses. - O teólogo, se for o único a defender, apresente sempre
algumas teses filosóficas, o metafísico algumas físicas e lógicas. Contra
teólogos argumentarão sempre teólogos; contra filósofos argumentará em primeiro
lugar algum da classe imediatamente superior, em seguida, um condiscípulo.
6. Presidência das disputas. – Nas disputas tanto de filósofos
quanto de teólogos, se estiver presente o professor do defendente, caber-lhe-á
a presidência; do contrário, presidirá o Prefeito da Academia ou o seu
substituto.
7. Preleções. – De tempos a tempos poderá haver preleções; nelas, um
membro da academia trate, da cátedra, em forma erudita alguma questão
desenvolvida com trabalho pessoal ou um problema interessante com a exposição e
confirmação das razoes pro e contra; um ou dois proporão objeções. Estas
preleções, antes de se realizarem, deverão ser apresentadas ao Prefeito da
Academia e por ele aprovadas.
8. Atos. – Dos atos mais solenes que se poderão realizar no Natal,
na Páscoa, no Pentecostes ou em outra ocasião desincumbir-se-á, salvo razão em
contrário o próprio Reitor da Academia ou outro escolhido pelo Prefeito. Nestes
atos, sob a presidência do Professor, se abrangerá e defenderá, em algumas
teses, uma parte da teologia ou da filosofia.
9. Solenidade dos atos. – Deve procurar-se que estes atos se
realizem com certa solenidade; o defendente abra com um prólogo e remate com um
epílogo, que deverão ser antes submetidos como tudo o que se lê em publico, à
revisão e aprovação do Prefeito geral dos estudos. Para dar mais brilho à
disputa poderão convidar-se também os alunos externos para argumentar e outras
pessoas para assistir.
10. Introdução. – Um mês, mais ou menos, antes do começo das aulas,
se parecer ao Reitor, por uns quinze dias no mínimo haja, para os que vão
começar a filosofia, um curso de introdução ou sumário feito por um dos nossos,
determinado pelo Reitor ou talvez por um acadêmico escolhido pelo Prefeito.
11. Revisão de teses. - Todas as teses, tanto as dos atos solenes
como as semanais, antes de serem defendidas ou afixadas, deverão ser revistas
pelo Prefeito da Academia e pelo Professor do defendente.
REGRAS DO PREFEITO DA ACADEMIA DOS
TEÓLOGOS E FILÓSOFOS.
1. Forma dos exercícios. - Além das diretivas comuns, do Prefeito em
geral, mencionadas nas regras da Academia, procure que nas repetições diárias se
observem a mesma forma e maneira de repetir, argumentar e disputar que seguem
os nossos estudantes nas repetições domésticas; nos atos, porém, e na defesa
de outras teses atenha-se ao método comum.
2. Inspecionar as repetições. - Para este fim inspecione freqüentes
vezes as repetições, ora estas, ora aquelas, e verifique se se realizam com
diligência e modéstia, se os repetidores se desempenham com acerto do seu
oficio, dirigindo-os, onde for mister.
3. Os que deverão ser mais exercitados. - Será conveniente
exercitar com mais freqüência os que deverão defender logo o curso de filosofia
ou teologia ou realizar algum ato da Academia, e, para que se apresentem mais
preparados, procure adverti-los e dirigilos.
4. Do assistente. - Com licença do Reitor poderá dividir a sua
responsabilidade e trabalho com um assistente, confiando-lhe, se nada houver
em contrário, as repetições de teologia, com ele presidindo as disputas e alternadamente, sobretudo
nos dias feriados, e executando, por seu intermédio, conforme julgar
necessário, tudo o mais que se refere às teses diárias e aos atos extraordinários.
REGRAS DA ACADEMIA DOS RETÓRICOS HUMANISTAS.
1. Dias de reunião. - Reunir-se-ão os acadêmicos nos domingos, ou, se
for mais conveniente, nos dias feriados em local designado pelo Reitor do
colégio.
2. Exercícios por parte do
Prefeito. - Os exercícios desta Academia são, de ordinário, os seguintes.
Conforme lhe parecer oportuno, poderá o Prefeito dar uma lição ou formular
questões acerca de um assunto escolhido ou de um autor; às vezes explicar
alguns preceitos da oratória mais difíceis, de Aristóteles, Cícero ou outros
mestres de retórica; outras percorrer seguidamente um autor e depois interrogar
os acadêmicos, ou propor-lhes questões a resolver e outros semelhantes.
3. Por parte dos acadêmicos. - Muitas vezes, omitidos estes
exercícios, os próprios acadêmicos apresentem discursos, poesias, declamações,
de cor ou de improviso; instituam entre si, com aprovação do Prefeito, debate
forma de acusação e defesa; dêem uma lição contra qual pelo menos dois
apresentem objeções; defendam e ataquem uma tese, em forma oratória
mais do que dialética; excogitem problemas e insígnias sobre determinado
assunto; componham inscrições ou descrições e resolvam enigmas; exercitem-se na
invenção pensando cada um nos argumentos para provar um assunto proposto, de
improviso ou com preparo de reflexão; adaptem, na expressão ao assunto pensado
as figuras de palavras e de sentença; escrevam temas de diálogos, poemas e
tragédias; imitem uma oração inteira de algum orador insigne ou uma poesia;
componham algum trabalho coletivo, contribuindo cada qual com a sua sentença
sobre um assunto proposto; apresentem todos as sentenças ou livro que lhes tenha
sido distribuído. Numa palavra exercitar-se em tudo quanto pode formar para a
eloqüência ou dela resulta.
4. Exercícios públicos. - E’ de grande vantagem que alguns dos melhores dentre estes exercícios —
preleções, declamações, defesas de teses — sejam feitos, sobretudo pelo reitor
da Academia com certa solenidade e assistência de ouvintes ilustres.
5. Prêmios particulares. - De quando em quando poderão dar-se
prêmios particulares aos que melhor escreverem algum trabalho, ou recitarem ou
resolverem enigmas e problemas retóricos.
6. Prêmios públicos. - Uma vez no ano poderão distribuir-se a todos
os acadêmicos juntos prêmios mais solenes, obtidos por contribuição ou de
outro modo que ao Reitor do Colégio parecer melhor.
7. Festa de Nossa Senhora ou do Santo Patrono. - Uma vez, pelo menos, no ano (em todos os
anos), com grande pompa de orações, poesias, versos afixados à parede,
variedade de emblemas e insígnias, celebre-se uma festa de Nossa Senhora (ou do
Patrono), determinada pelo Reitor do Colégio.
REGRAS DA ACADEMIA
DOS GRAMÁTICOS.
1. Exercício de gramática. - Em geral, o Prefeito explique, como
que antecipando algum ponto escolhido da gramática que hão de ver na aula, ou
leia trechos de algum autor elegante e ameno, ou exija uma repetição ou exercício
do que foi exposto na aula.
2. Repetição. - No começo da sessão deve haver sempre um preparado
para responder sobre o que foi dito na sessão anterior; contra ele três ou mais
poderão formular dificuldades ou propor locuções vernáculas para se traduzirem
em latim; do mesmo modo repetirão imediatamente a lição dada pelo Prefeito.
3. Disputem com freqüência e com vigor: os exercícios poderão versar sobre
o estilo, a memória, a variação de frases, a tradução e a gramática grega, e
outros assuntos semelhantes prescritos pelo Prefeito.
4. Às vezes venham preparados alguns ou mesmo todos preparados para contar
de cor um apoftegma curto ou um fato.
5. Outras vezes poderão recitar da cátedra as lições dadas na aula pelo
Professor, acrescentando-lhes uma pequena introdução ou ainda, se parecer,
algumas observações.
6. Haverá também proveito em que os acadêmicos, e de modo especial o
Reitor, dêem por vezes alguma aula com certa solenidade e convite de outras
pessoas; acrescente-se um desafio de dois ou três, e, se parecer conveniente,
distribuam-se prêmios particulares.
7. Poderá o Prefeito impor, com penalidade, um trabalho literário e mandar
ler em público os nomes dos que se portaram com menos acerto e diligência.
8. Em conclusão, proponham-se e variem-se os exercícios de modo que não só
sejam úteis, senão também agradáveis e dignos, afim de que os acadêmicos, com
estas horas aprazíveis, sejam mais atraídos ao estudo.
A.M.D.G
P. Leonel Franca, S. J.
BIBLIOGRAFIA
I – FONTES PRIMÁRIAS.
AGUILERA, E., S.J., Provinciae Siculae Societatis Iesu Ortus et Res Gestae ab anno 1546 ad annum 1611 Auctore Emmanuele Aguilera, eiusdem Sacietatis Presbytero, Panormi, 1737.
ALVAREZ, Emmanuel, S.J., Emmanuelis Alvari e Societati Iesu De Institutione Grammatica Libri tres juxta editionem Venetam anni 1575, Parisiis, excudebant Adrianus Le Clere et Soc., 1859, 559 pp.
BENCIUS, Franciscus, Francisci Bencii e Societati Iesu, Orationes et Carmina, cum Disputatione de Stylo et Scriptione de Stylo et Scriptione, Ingolstadii, excudebat David Sartiorus, anno 1595.
BONIFACIO, Juan, Christiani Pueri Institutio Adolescentiaeque Perfugium Authre Ioanne Bonifacio Soc. Iesu Sacerdote, Salmanticae, Excudebat Mathis Gastius, 1576. É esta a editio princeps de um dos primeiros tratados de pedagogia, publicados pelos Jesuítas.
BRAUNSBERGER, Otto, S.J., Beati Petri Canisii Societatis Iesu Epistilae e Acta, Friburgi Brisgoviae, Herder, 1896-1923, 8 vols.
CAMPION, Edmund, S.J., Edmundi Campiani Societatis Iesu, Martyris in Anglia, Opuscula Omnia nunc primum e M.S. edita, Mediolani, apud Baptistam Bidellium, 1625.
CARAYON, Auguste,
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Constitutiones Societatis Jesús Latinae et Hispanicae cum earum declarationnibus, Madrid, 1892. Ed., P. de la Torre, xiv + 420 pp.
CORCORAN, T., S.J., Renatae Litterare, saeculo a
Chr. XVI in
scholis Sacietatis Iesu stabilitae, Dublín, University College. 1927, 371 pp. –
Encerra vários documentos extraídos do Mon. Histor. Soc, Jesu, e largos
excertos das várias edições (1586, 1591, 1599) do Ratio.
CORCORAN, T., S.J., Renovatio Litterarum in Scholis a saec. A Chr. XVI Deducta, Dublin, University College, 1925, 237 pp. Coletânea de documentos e excertos de humanidades do Renascimento, importantes para a história da pedagogia.
CRUCIUS, Ludovicus, S.J., Tragicae Comicaeque Actiones in Regio Collegio Societatis Iesu, Datae Conimbricae in Publicum Theatrum, auctore Ludovico Crucio, eiusdem Societatis, Lugduni, 1605.
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Chartularium Universitatis Parisiensis, 4 vols., Paris, 1889-1897.
Der Jesuiten
Perpina, Boniacius, und Possevin ausgewählte Pädagogische Schriften. Uebersetzt von J. Stier, H., Scheid,
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Freiburg i. Breisgau: Herder, 1901, x + 564 pp.
Der Jesuiten
Sacchini, Juvencius und Kropf Erläuterunggschriften zur Studienordnung der
Gesellschaft Jesu. Eubersetzt von. J. Stier, R. Schwickerath, F. Zorell, S.J., in Bibliothek der Katholischen
Pädagogik, vol. X, Freiburg i., B.: Herder, 1898, xii + 470 pp.
FICHET, Alexander, S.J., Arcana Studiorum Omnium Methodus et Bibliotheca Scientiarum Librorumque, earum ordine Tributorum, univesitalis. Auctore R.P., Alexandro Fichet Societatis Iesu, Lugduni, 1649.
FRUSIUS, Andréas, S.J., (Des Freux), De Utraque Copia Verborum et Rerum Praecepta Antuérpia, ex officina Palntiniana, 1568.
Institutum Societatis Iesu, Florentiae, 1892, 3 vols. Contém os documentos pontifícios relativos à Companhia de Jesus, as Constituições de S. Inácio, os decretos da Congregações Gerais, e outros documentos oficiais da Ordem.
Jouvancy, Joseph, S.J., Christianis Litterarum Magistris de Ratione Discendi et Docendi, Lugduni, 1692, sem indicação do autor nem do editor. A edição “oficial” é: Magistris Scholarum Inferiorum Societatis Iesu De Ratione Discendi et Docendi. Ex decreto Congregat., Generalis XIV. Auctore Josepho Juventio Soc., Iesu, Florentiae, apud Michaelem Nestenium, 1703. É talvez o mais conhecido dos documentos pedagógicos da Ordem, depois do Ratio. Jouvancy foi um escritor extraordinariamente fecundo. Sommervogel consagra-lhe 29 colunas (t. IV 830-859). O seu tratado pedagógico encontra-se quase integral no Thesaurus Spiritualis Magistrorum q.v., uma tradução alemã completa foi incluída na Bibliothek der katolischen Paedagogik, vol. X; a francesa, de Lefortier, foi impressa em Paris, 1803. Do original latino tiraram-se numerosas edições em Paris (1692, 1696, 1711, 1721, 1725, 1780, 1764, 1778, 1809, 1825), Florença (1703, 1708), Francfort (1706), Lublin (1746), Varsóvia, s.d., Palermo (1755), Gand (1788).
JUVENTIUS, Joseph, S.J. Vd. Jouvancy, Joseph, S.J.
KROPF, F.X., S.J., Ratio et Via recte atque ordine Procedenti in Literis Humanioribus aetati tenerae tradentis, Munich, 1763. Gymnasial-Pädagogik in Bibliothek der Katholischen Paedagogik, Vol. X.
Litterae Annue Societatis Iesu, 1581, 1586-1587, 1592, 1593, 1594-1595, 1597, 1600. São relatórios oficiais enviados à Roma de todas as Províncias da Ordem, e impressos em vários lugares.
MANAREUS, Oliverius, S.J., De Rebus Societatis Iesu Commentarius,
Florentiae, 1886.
Manuel dês Jeunes Professeurs, Paris, 1842, 588 pp.
Manual compilado para os professores jesuítas. Encerra:
a)
Observations
relatives à la bonne tênue d´un pensionnat ;
b)
P. Sacchini
(q.v.) Paraenesis ad magistro acholarum inferiorum S.J. ;
c)
P. Sacchini
Protrepti ad magistros etc. ;
d)
P. Gaudier,
De recto agendi nostrorum cum convictoribus ;
e)
P. Yudde,
Instructions pour les jeunes professeurs ;
f)
Instructio
pro magistris Societatis ;
g)
Ratio
Studiorum pro scholis inferioribus.
Monumenta Historica Societatis Iesu nunc
primum edita a Patribus eiusdem Societatis, Madrid, 1894. Inestimável coleção de documentos
originais relativos à história dos primeiros tempos da Companhia de Jesus.
Publicada pelos jesuitas espanhois. Os volumes mais utilizados para o nosso
estudo foram os seguintes :
1.
Epistolae
Patrum Paschasii Broet, Claudii Jaii, Ioannis Codurii et Simonis Rodericii, Madrid, 1903.
2.
Sanctus
Franciscus Borgia Quartus Gandiae Duz et Soc. Iesu Praepositus Generalis
Tertius, 5 vols., Madrid,
1894-1911.
3.
Chronicon
Societatis Iesu auctore Ioanne Alphonso de Polanco, 6 vol.,
Madrid, 1894-1898.
4.
Epistolae
Mixtae ex variis Europae locis ab anno 1573 ad annum 1556 scriptae, 5 vols., Madrid, 1898-1901.
5.
Beati
Petri Fabri Primi Sacerdotis e Societate Iesu Epistolae, Memoriale et
Processus, Madrid, 1914.
6.
Sancti Ignatii
de Loyola Epistolae et Instructiones, 12 vols., Madrid, 1903-1911.
7.
Scripta
de Sancto Ignatio de Loyola, 2 vols., Madrid, 1904, 1918.
8.
Lainii
Monumenta. Epistolae et Acta Patris Iacob Lainii secundi Praepositi Generalis
Societatis Iesu, 8 vols.,
Madrid, 1912-17.
9.
Litterae
Quadrimestres ex universis praeter Indiam et Brasiliam locis in quibus aliqui
de Societate Iesu versabantur Roman missae, 7 vols., Madrid, 1984-1932.
10.
Epistolae
P. Hieronymi Nadal, 4
vols., Madrid, 1898-1905.
11.
Monumenta
Paedagogica Societatis Iesu quae primam Rationem Studiorum anno 1586 editam
praecessere, Madrid,
1901.
12.
Polanci
Complementa, epistolae et commentarii, 2 vols., Madrid, 1916-17.
13.
Patris
Petri de Ribadeneira Soc. Iesu Sacerdotis Confessiones, Epistolae aliaque
scripta inedita, 2 vols.,
Madrid, 1920-1923.
14.
Monumenta
Xaveriana ex autographis vel ex antiquioribus exemplis Collecta, vol. I, Madrid, 1899.
MURETUS, M. Antonius, M. Antonii Mureti
Operum in usum scholarum selectorum tomi III, 3 vols., Patavii, apud
Josephum Cominum, 1741.
MURETUS, M. Antonii Mureto Variae
Lectiones, ed Ruhnken, Lugduni, 1798.
NADAL, Hieronymus, S.J., Scholia in
Constitutiones S.P. Ignatii auctore P. Hieronymo Nadali e Societate Iesu, Prati
in Etruria, 1883.
NEGRONE, Julius, S.J., Iulii Nigroni
Genuensis Societatis Iesu Orationes Quinque et Virginti nunc primum editae,
Mediolani, apud Haeredes Pacifici Pontii et Jo. Bapt., Piccaleum, 1608, 824 pp.
ORLANDINUS, Nicolas, S .J., Historia
Societatis Iesu, auctore Nicolao Orlandino, Societais eiusdem Sacerdote, Coloniae
Agrippinae, 1615. É a primeira parte da antiga História Geral da Ordem
continuada por Sacchini e Cordara ; abrange o período que vai de sua
fundação à morte de S. Inácio (1556).
PACHTLER, G.M., S.J., Ratio Studiorum et Institutiones Acholasticae Societatis Jesu per Germaniam olim vigentes, 4 vols., Berlim, Hofmann, 1887-1894. Constituem os 4 vols. II, V, IX e XVI dos Monumenta Germaniae Paedagogica, editados pelo Dr Karl Keherbach e encerram as várias edições do Ratio Studiorum, as ordenações escolares expedidas pelos Superiores maiores e outros documentos.
PERPINIANUS, Petrus, S.J., Petri Ioannis Perpiniani Valentini e Societate Iesu Orationes duodeviginti, Romae, apud Zennettum et Ruffinellum, 1587, 601 pp.
PERPINIANUS, Petrus, S.J., Petri Ioannis Perpiniani Societatis Iesu Aliquot Epistolae, ubi praeter caetera, de artis rhetoricae locis communibus, ac de inventute Graecis Latinisque literis erudienda agitur, Parisiis, 1683, 192 pp.
PERPINIANUS, Petrus, S.J., Petri Ioannis Perpiniani Valentini e Societate Iesu Opera, 3 vols., Romae, 1749.
PETAVIUS, Dionysius, S.J., Dionysii Petavii Aurelianensis e Societate Iesu Orationes. Editio ultima auctior et castigatior, Lutetiae Parisiorum, apud Sebast. Cramoisy, 1653.
PETAVIUS, Dionysius, S.J., Dionysii Petavii Aurelianensis e Societate Iesu Epistolarum libri três, Parisiis, apud Sebast. Cramoisy, 1652.
PONTANUS, Jacobus, S.J., Progymnasmatum Latinitatis sive Dialogorum Libri Iv, Ingolstadii, 1658.
PONTANUS, Jacobus, S.J., Iacobi Pontani de Societate Iseu Poeticarum Institutionum Libri III, Ingolstadii, 1658.
POSSEVINUS, Antonius, S.J., Antonii Possevinii Mantuani Societatis Iesu Bibliotheca Selecta de Ratione Studiorum, Coloniae Agrippinae, apud Ioannem Gymnicum, 1607.
PUTEANUS, Erycius, Eryci Puteani palaestra Bonae Mentis, Lovanii, e Bibliopolio Flaviano, 1611.
Ratio Atque Institutio Studiorum per Sex Patres ad id iussu R.P. Praepositi Generalis deputados conscripta, Romae, in Collegio Societatis Iesu. Anno Domini MDXXXVI, 330 pp. É a primeira edição do Ratio, da qual restam raríssimos exemplares. Foi republicado por Pachtler em Monumenta Germaniae Paedagogica, q.v.
Ratio Atque Institutio Studiorum, Romae, in Collegio Societatis Iesu. Anno Domini MDXCI. Cum facultate Superiorum, 332 + 58 pp. – Excertos em Corcoran, Renatae litterae, q.v.
Ratio Atque Institutio Studiorum Societatis Iesu. Superiorum permissu, Neapoli, in Collegio eiusdem Societatis. Ex typographia Tarquinii Longi, MDXCVIII, 208 pp., no fim, Neapoli, apud Tarquinium Longum, 1599. – É a edição definitiva do Ratio, reproduzida muitas vezes no correr dos tempos. Texto integral em Pachtler, q.v.
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b. Secunda Pars sive Lainius Auctore R.P. Franc Sacchino Soc. ej. Sac. Antuerp., 1620, ap. Filios Martini Nutii. Fol. – de 1556-64.
c. Tertia Pars sive Borgia Auctore eod. Romae Typis Manelfi, 1649. Fol. – De 1556-72.
d. Quarta Pars sive Ecerardus Auctore eod. Romae typis Dominici Manelphii [sic], Fol. – De 1573-80.
e. Quinta Pars sive Claudius. Tomus Prior Auctore eod. Res. extra Europam gestas et alia quaedam supplevit Petrus Possinus ex ead. Soc. Romae ex typogr. Varesii, 1661. Fol. – De 1581-90.
f. Quinta Pars. Tomus posterior ab a. 1591-1616. Auctore Jos. Juvencio Soc. ej. Sac. Romae, 1710. Fol.
g. Sexta Pars. a. complectens res gestas sub Mutio Vitellesco. Tomus prior ab a. 1616-25. Auctore Julio Cordara Soc. ej. Sac. Romae ex typogr. Antonii de Rubeis, 1750. Fol.
h. Sexta Pars. b. complectens res gestas sub Mut. Vit. Tomus secundus ab. a. 1625-1633. Auctore eod. Romae typis Civilitatis Catholicae, 1859. Fol.
Historiae Provinciae Austriae S.J. Pars I. ab
exordio Soc. ejusdem ad annum Christi 1590. Auctore Antonio Socher ejusdem Soc.
Presbyteri. Viennae Austriae, typis Greg. Kürtzböck, Univ. Typographo. Fol.
Historiae Provinciae S.J. Germanicae Superioris.
Pars I. Quinque primas annorum complexa decades. Authore Ignatio Agrícola S.J.
Sacerdote. Sup.
Permissu. Augustae Vindel., sumptibus Georgii Schlütler et Martini Happach.
Anno 1727. Fol.
Pars
II. Ab. Anno
1581 ad 1600. Authore Ign. Agricola S.J. Sacerdote. Sup. Permissu. Aug. Vind. sumptibus Martíni Happach et Fr. Xav. Schüter.
Monachii, typis Mar. Magdal. Riedlin, 1729. Fol.
Pars
III. Historiae
Prov. S.J. Germ. a P. Ignatio Agricola S.J. p.m. olim coeptae, nunc
continuatae Pars Tertia ab Anno 1601 ad 1610. Authore Adamo Flotto S.J.
Sacerdote. Sup. Perm. Aug. Vind. Sumptibus Haeredum Martini Happach et
consortis. Anno 1734, Fol.
Pars
IV. Ab anno 1611
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