Alexandre de Gusmão[1]
Notável como educador, Gusmão escreveu “A Arte de Crear Bem os Filhos na Idade da Puerícia dedicada ao Minino de Belem IESU Nazareno”
(Existe uma edição fac-similar desta obra, publicada
recentemente, sob a responsabilidade de Elomar Tambara e Gomercindo Ghiggi; Pelotas: Seiva Publicações, 2000). Alexandre
de Gusmão escreveu, entre outras obras, “Meditações para todos os dias da semana [...]”
sobre a qual um dos pareceres favoráveis foi o de Antonil. Iniciou o seu
governo com uma visita a São Paulo onde determinou que não se fechasse o
Colégio, como tinha determinado o Provincial precedente, Antônio Oliveira. Lá,
concordou, juntamente com Andreoni e Benci, com as administrações locais dos índios, em
desacordo com a opinião do P. Vieira. Diz Serafim Leite que Gusmão “Dissentiu
dele [Vieira] noutros pontos, com razão ou sem ela, deixando-se influenciar por
alguns Padres, que não eram naturais nem de Portugal nem do Brasil”. Serafim
cita uma carta ao geral, escrita em 1690, onde ele fala do Visitador Vieira
como de “Violento e extravagante gobierrno” (LEITE, 1939, Tomo VIII, p.
289-298). Alexandre de Gusmão foi
provincial por duas vezes. A primeira, de 1684 a 1688, quando foi substituído
por Diogo Machado (1635+1713). Como este foi provincial exatamente nos anos em
que Vieira foi Visitador, sua biografia ficou um pouco eclipsada. Sabe-se,
porém, que era estimado de Vieira, do qual foi um dos poucos que nunca se
queixou. Depois de Diogo Machado, foi provincial Manuel Correia, de 1692 a 1693,
que faleceu subitamente. Retornou, então, Alexandre de Gusmão, para o seu
segundo mandato (LEITE, 1939, Tomo VII, p. 69). Gusmão participou ativamente da
questão de São Paulo, dos estrangeiros e contra a violência dos curraleiros do Rio São Francisco.