(1542-1621),
foi um eminente jesuíta, teólogo e professor do colégio romano, as suas
“Controvérsias” tiveram uma tríplice significação histórica: a) foram um
retrato da Igreja tal como os católicos geralmente a concebiamno séc. XVI, com forte realce para a sua
jurídica estrutura hierárquica; b) põem em foco as posições protestantes, como
as viam os católicos do século XVI, centrando o debate no primado pontifício;
c) e marcaram o tom do pensamento católico da Igreja para os três séculos seguintes
(BANGERT, William V. (S.J.). História
da Companhia de Jesus.
Porto:Apostolado da Imprensa; São Paulo: Loyola, 1985. p.
75).Diz Magno Vilela: “Segundo a
definição célebre de Roberto Belarmino, que vigorou
até o Concílio Vaticano II, a Igreja era << a assembléia de homens
ligados entre si pela confissão da mesma fé cristã e pela comunhão dos mesmos
sacramentos, sob o governo dos legítimos pastores e principalmente de um só
vigário de Cristo sobre a terra, o pontífice romano>>. (VILELA, Magno. Uma
Questão de Igualdade: Antônio Vieira e a Escravidão Negra na Bahia do Século
XVII. Rio de
Janeiro: RelumeDumará,
1997. p.89). Villoslada classifica Belarmino entre os ‘controversistaspós-tridentinos’que bem defenderam a Igreja católica contra os protestantes. Para ele Belarmino foi um insígne jesuíta,
professor de teologia em Roma e mais tarde cardeal que participou da elaboração
de muitas obrascientíficas, de seu
tempo, particularmente da correção da Vulgata. Porém o que lhe deu
destaque foram as suas Disputas sobre Doutrinas controversas, conhecidas, mais
tarde como Controvérsias. Diz Villoslada que os
próprios adversários reconheceram as qualidades dessa obra e fizeram dela
arsenal para as suas controvérsias. Diziam que essa obra fez mais danos aos
protestantes do que todos os exércitos do Imperador (LLORCA, Bernardino, S.J.;
VILLOSLADA, R. Garcia, S.J.; MONTALBAN, F. S., S.J. Historia de la IglesiaCatolica: en sus cuatro grandes edades: antigua, media, nueva, moderna. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos – BAC, 1960. p. 1018-1049). Acrescenta Tüchle e Bouman que Belarmino escrevera, em defesa da Igreja “Disputationes de controversiis”
(“Disputas sobre Doutrinas controversas”). Entretanto, só com a Bíblia
não era possível argumentar sobre o primado papal...”
(Conferir, ainda, GALILEU GALILEI.
Ciência e Fé. São
Paulo: Nova Stella Editorial; Rio de Janeiro: MAST , 1988. (Coleção Clássicos
da Ciência, v. 3 e TÜCHLE, Germano; BOUMAN, C. A.Reforma e
Contra-Reforma. In: Rogier, L. J.; Aubert, R.E.; Knowles, M.D. (Diretores).Nova História da Igreja. Petrópolis: Vozes, 1983. p. 234).
[1]Verbete
elaborado por Ana PalmiraBittencourt
Santos Casimiro