Fílon de Alexandria[1]
segundo Fröhlich, foi um judeu helenista,
filósofo da religião. Suas numerosas obras (conservadas quase integralmente)
consistem, em grande parte, de comentários do Pentateuco; as narrativas
bíblicas são interpretadas de maneira alegórica. Em 39, Fílon
foi a Roma, para conseguir a cidadania romana para os judeus alexandrinos
(FRÖHLICH, Roland. Curso Básico de
História da Igreja. (Trad. e adapt.)
Alberto Antoniazzi. São Paulo: Paulus,
1987. p.9). De acordo com informações de Pierrard, Fílon viveu, mais ou menos, entre 13 a.C. e 54 d.C.
(PIERRARD, Pierre. História da Igreja.
(Trad.) Álvaro Cunha. São Paulo: Paulinas, 1983. p.
14), tendo sido um representante típico desses judeus helenizados, que
organizavam a doutrina extraída das Escrituras em um sistema teológico e
filosófico elaborado, cuja influência chegava até às comunidades judias da Ásia
menor e da Síria. Seria esse sistema que iria preparar o caminho para a
teologia cristã. Boehner e Gilson, acreditam que S.
João Evangelista possa ter tomado como base o conceito de Logos da filosofia
grega, sobretudo de Fílon que via no Logos a idéia
divina do mundo, e o meio pelo qual Deus opera no mundo (idem, p.18). Além disso, esses autores mencionam que Fílon teria inspirado, ou influenciado as primeiras
interpretações teológicas à luz da filosofia grega (BOEHNER, Philotheus; GILSON, Etienne. História da Filosofia Cristã. (Trad. e notas) Raimundo Vier, OFM. Petrópolis: Vozes, 1995.
cf. p. 34-58 e 445). Além desse autores,
Daniélou se baseia nas descrições de Fílon sobre a cultura judaica nos primeiros anos da Era
Cristã, e atribui a Fílon o mais importante papel na
aliança do Evangelho nascente com a cultura grega.
(DANIÉLOU, Jean e MARROU, Henri. Nova História da Igreja: dos
primórdios a São Gregório Magno. (Trad.) Dom Paulo
Evaristo Arns OFM. In: ROGIER, L.J; Aubert, R.; Knowles,
M. D. Nova História da Igreja.
Petrópolis: Vozes, 1984. páginas 9; 29-46; e 138-145).