Nicolau de Lyra[1]
(1270-1349), ou Lirano, da Ordem dos Frades Menores, nasceu em Lyra. Foi
professor de Teologia em Paris e chamado doctor
planus ou doctor
utillis. Ele não admitia como canônicos os livros
Deuterocanônicos. Sua importância como exegeta consistiu
em que ele reconheceu corretamente a distinção entre o sentido literal e o
sentido místico, e o levou à prática. Esclareceu quase toda a Sagrada
Escritura. Sua Postilla Litteratis
exerceu grande influência. Ele foi o melhor exegeta da Idade Média tardia, e o
elo de união entre a Exegese da Idade Média e dos novos tempos. Ele foi uma
natureza profundamente piedosa e toda penetrada do ideal de Francisco de Assis
no amor a Cristo, na humildade, no trabalho e na submissão ao magistério da
Igreja. (Lexicon Für Theologie und Kirche,
Fribourg: 1962). Obras: Postilla
Litteralis et Moralis; Tractatus de Differentia nostrae Tramslatinis ab Hebraica Littera Veteris Testamenti; Probatio Adventus Christi; Responsio ad Quemdam Judeum; De Visione Beatifica; Oratio
Seu Contemplatio ad Honorem
S. Francisci; Commentariuus
in sententias Petri
Lombardi. Doctor Planus. Regente em Paris, insigne escriturista,
autor das Postillas Perpetuas in Universam Sacram Scrituram, obra que exerceu grande influência; escreveu
também vários tratados dirigidos aos hebreus (IRIARTE, Lázaro OFM. História Franciscana. Petrópolis:
Vozes/CEFEPAL, 1995. (Estudos Franciscanos. p. 203). Segundo Gemelli “o pensamento franciscano assinalou sua entrada na
literatura informativa e divulgativa do século XVI
com o Postilla Perpetuae
in Universam Sacram Scrituram e com o Repertorium
Super Bibliam de Nicolau de Lyra o doutíssimo exegeta normando, docente da Sorbonne,
tão conhecido, que dele se dizia: Si Lyranus non lyrasset, totus
mundus delirasset...”
(GEMELLI, Frei Agostinho. O Franciscanismo. Petrópolis,
Vozes, 1944. 468 páginas. p. 121).