Pedro de Ribadeneira (SJ)[1]
(Pedro Ortiz de Cisneros),
Jesuíta e escritor
espanhol, contemporâneo de S. Inácio, nasceu em 1526 e faleceu em 1611.
Ingressou na Companhia em 1540. Santo Inácio tratou-o com predileção e
foram-lhe confiados altos poderes, Em Palermo, fundou um colégio e o tempo
livre era dedicado à pregação e à visita aos enfermos. Foi um dos principais
biógrafos de Santo Inácio e, segundo Gonçalves da Câmara, foi dos primeiros que
escreveram a biografia encomendada pessoalmente por S. Francisco de Borja. Isto
se deu em 1546, quando ele era estudante da Universidade de Pádua. Para
empreender seu mister, Ribadeneira considerou que o
primeiro requisito seria o de recolher dados seguros sobre o biografado, o que
fez juntamente com o Pe. Polanco
(In: LOYOLA, Inácio de. Obras
Completas de Santo Inácio de Loyola. (Introd.
e notas) Pe. Ignácio Iparraguirre,
S.J., com la autobiografia de San
Ignacio editada e anotada por el
Pe. Cândido de Dalmases,
S.J. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos – BAC,
1952. 1963, p.2). Além de A Vida de Santo Inácio de Loyola (1572)
escreveu, também, História do Cisma da Inglaterra (1588). A Obra de Ribadeneira referenciada por Benci
é Flos Santorum,
um tipo de escrito sobre a vida dos santos. No ofício divino e nas matinas das
casas religiosas, fazia-se a LEITURA (legenda) deste tipo de literatura
edificante: ‘vida dos santos’, muitas vezes fantasiosas e ‘legendárias’. Foi a
crítica histórica que procurou purificar a história do legendário. E no que
toca à vida dos santos, teve grande papel o crítico Hypolite
de Lehay, com seu livro Légendes
des Saints. Até então, as
vidas dos santos eram escritas dentro de um figurino ou formulário, de forma
que muitas vezes só se mudavam os dados pessoais de cada santo. Os fenômenos de
santidade eram estereotipados, para todos os santos. As lendas eram tão
exageradas que se diziam dos santos que desde, pequeninos, não mamavam no seio
da mãe para fazerem jejum nas sextas feiras.