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Anália Franco [1]

 

Nasceu no Rio de Janeiro em 1853, mas desde cedo mudou-se para o Estado de São Paulo, onde exerceu toda a sua carreira pedagógica e faleceu em 1919, em conseqüência da gripe espanhola. Aos 15 anos, já dava aulas no interior do Estado, aos 24 freqüentava o Curso Normal em São Paulo. Já formada professora, passou a militar em favor das crianças negras, enjeitadas das fazendas por ocasião da Lei do Ventre Livre. Recolhe-as e lhes dá aulas. Republicana, abolicionista e feminista, Anália Franco fez uma longa trajetória na educação paulista. Fundou mais de 100 creches-escolas entre cidades do interior e capital, acolhendo mães solteiras, profissionalizando-as, ao lado de seus filhos, ofeencendo-lhes educação. Foi influenciada pelas idéias de Fröbel e Mme. Pape-Charpentier em relação às escolas maternais e realiza uma educação inter-racial (com a presença de negros e brancos lado a lado, junto com descendentes já de imigrantes) e inter-religiosa, buscando despertar uma religiosidade natural nos alunos, respeitando-lhes os diversos modos de crer. Espírita, recebe também influência das idéias pedagógicas, sociais e de emancipação da mulher propostas por Allan Kardec. Foi ajudada pela Maçonaria na empreitada de sua Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, mantenedora das creches, colônias e pré-escolas. Para manter sua obra, criou um grupo de teatro e uma banda, ambos integrados apenas por meninas adolescentes e jovens, e viajava pelo interior fazendo apresentações. Escreveu diversas obras didáticas (Manuais, livros de leitura) e manteve o periódico A Voz Maternal.

 

Ver:

 INCONTRI, Dora. Pedagogia Espírita, um projeto brasileiro e suas raízes. Bragança Paulista, Editora Comenius, 2004

MONTEIRO, Eduardo Carvalho. Anália Franco, a grande dama da educação brasileira. São Paulo, Madras, 2004.

 



 



[1] Verbete preparado por Alessandro Cesar Bigheto

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