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ANDREW BELL[1]

 

Nasceu em St. Andrew, na Escócia, em 1753. Entrou para a Universidade local em 1769, e após formar-se, sob as ordens da Igreja Episcopal, aceitou trabalhar na Virgínia (EUA), em um posto pedagógico. Entretanto, em 1781, pressionado pelo processo deflagrado pela Guerra da Independência, retornou à Inglaterra. Como clérigo da Igreja Episcopal Anglicana, embarcou para Madras, colônia inglesa na Índia, em 1787, para atuar como diretor do Asilo Militar de Egmore, destinado a meninos órfãos.

Os diversos procedimentos didáticos que criou para viabilizar sua tarefa pedagógica acabaram por constituir um método de alfabetização que incorporou, no aspecto prático, alguns recursos e procedimentos pedagógicos provenientes da região, como a escrita com os dedos, na areia. Essa prática foi considerada a principal contribuição local para o método

Para Sara Trimmer (1741-1810), uma personalidade próxima ao poder inglês, Bell pretendia, por meio da educação da juventude, formar bons alunos, bons homens e bons cristãos, e para isso era necessário evitar perda de tempo na escola, fornecer aos alunos condições de satisfação pessoal e, a todo custo, procurar manter a atenção em objetivos absolutamente adequados.

Bell buscava, no exercício pastoral, desenvolver e formar “hábitos de diligência, trabalho, verdade e honestidade”. Desejava instruir as pessoas que estavam sob sua responsabilidade religiosa nos conhecimentos úteis, para melhor atender aos interesses individuais, bem como para melhor servir ao Estado ao qual pertenciam; esses dois propósitos não eram pensados separadamente. Considerava que a melhor fase da vida do ser humano para semear seus propósitos era a juventude [entendida como infância], já que conforme os homens envelheciam confirmavam seus hábitos de pensar e de viver, dificultando ou mesmo inviabilizando qualquer grande mudança. Era, portanto, no campo da instrução da juventude que os seus esforços deveriam ser empregados. Aqui, dizia ele, o sucesso é certo.

Os ideais pedagógicos de Bell foram divulgados em 1796, após seu retorno a Londres, com a publicação do trabalho An Experiment in Education, no qual relatou sua experiência no Asilo de Madras. Esse livro foi editado 5 vezes, a última em 1814.

Bell, ao longo de sua vida, acumulou considerável fortuna, e com o apoio da Igreja Inglesa, e também da fundação National Society, conseguiu manter o ideal de promover a educação dos pobres, conseguindo atender a 900.000 alunos matriculados em 1831, e abrindo 25 escolas até 1861, bem como pôde fundar a Faculdade de Madras e um lectureship na Universidade de Edinburgh, nos princípios de seu ensino monitorial.

Andrew Bell faleceu em 1832, em Cheltenham, na Inglaterra. Foi enterrado como alto dignitário da Igreja Anglicana, na Abadia de Westminter, e em sua lápide encontra-se a inscrição “Autor do Sistema de Madras”.

 

Sugestão de leitura: NEVES, Fátima Maria. O Método Lancasteriano e o Projeto de Formação disciplinar do povo (São Paulo, 1808-1889). 2003, 293f. Tese (Doutorado em História) – UNESP, Assis, 2003. : NEVES, Fátima Maria. O Método Lancasteriano e o Projeto de Formação disciplinar do povo (São Paulo, 1808-1889). 2003, 293f. Tese (Doutorado em História) – UNESP, Assis, 2003.


[1] Elaborado pela Profª Drª Fátima Maria Neves, do Depart.  de Fundamentos da Educação da UEM/PR.


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