Anísio
Espínola Teixeira[1]
Nasceu
em Caitité (BA), em 1900. Sem
dúvida, um dos maiores representantes do movimento escolanovista no Brasil.
Formou-se em ciências jurídicas e sociais no Rio de Janeiro, em 1922. Entre
1924 e 1928, ocupou o cargo de diretor geral de instrução do governo da Bahia,
realizou a reforma do ensino naquele estado. Transferiu-se posterioremente para
os EUA e, como estudante da Universidade de Colúmbia, tomou contato com a obra
de John Dewey, que o marcou profundamente.
Em
1931, retorna ao Brasil, e integra a equipe do recém-criado Ministério da
Educação e Saúde, dedicando-se à tarefa de reorganização do ensino secundário.
Nesse período assumiu a presidência da Associação Brasileira de Educação (ABE)
e foi - junto com Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e outros - um dos mais
destacados signatários do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, documento que
representou uma bandeira do liberalismo educacional no Brasil. Como expoente do
escolanovismo sofreu forte oposição dos intelectuais comprometidos com a
hierarquia da Igreja Católica, cujo projeto educacional era calcado na defesa
de uma educação religiosa.
Ligado ao prefeito do Distrito Federal, Pedro Ernesto
Batista, ocupou a Secretaria de Educação e Cultura. A criação da Universidade
do Distrito Federal foi uma das iniciativas de sua gestão. Em um momento de
acirramento das tensões políticas com o levante da Aliança Nacional Libertadora
(ANL) foi acusado de envolvimento com os comunistas. Afastado de seu cargo,
retomou sua trajetória política somente após a queda do Estado Novo, ocupando
diferentes postos e envolvendo-se na campanha de defesa da escola pública. Em
1963, foi nomeado reitor da Universidade de Brasília (UnB), sendo afastado
desse posto no ano seguinte, em virtude do golpe militar que derrubou o
presidente João Goulart. Nos anos seguintes, lecionou em universidades
norte-americanas. Morreu no Rio de Janeiro, em 1971.