nasceu em Caitité (BA), em 1900. Advogado e
pedagogo, formou-se em ciências jurídicas e sociais no Rio de Janeiro, em 1922.
Entre 1924 e 1928, ocupou o cargo de diretor geral de instrução do governo da
Bahia, promovendo a reforma do ensino naquele estado. Em seguida, transferiu-se
para os Estados Unidos, onde estudou na Universidade de Colúmbia, travando
contato, com as idéias pedagógicas de John Dewey, que
o influenciariam decisivamente.
Em 1931, de volta ao Brasil, trabalhou junto ao recém-criado
Ministério da Educação e Saúde, dedicando-se à tarefa de reorganização do
ensino secundário. Por essa época, assumiu a presidência da Associação
Brasileira de Educação (ABE) e foi - junto com Lourenço Filho, Fernando de
Azevedo e outros - um dos mais destacados signatários do Manifesto dos
Pioneiros da Escola Nova, documento que defendia uma escola pública, gratuita,
laica e obrigatória. Data dessa época também a forte oposição movida contra sua
pessoa pela hierarquia da Igreja Católica, cujo projeto educacional era calcado
sobre pressupostos inteiramente diferentes dos seus.
Íntimo colaborador do prefeito do Distrito Federal, Pedro
Ernesto Batista, foi seu secretário de Educação e Cultura, promovendo mudanças
na estrutura educacional da cidade e estimulando a criação de novos
estabelecimentos de ensino. Sua iniciativa mais ousada, porém, foi a criação da
Universidade do Distrito Federal, que gerou forte reação do Ministério da
Educação, dirigido por Gustavo Capanema, e de expoentes do pensamento católico
conservador, como Alceu Amoroso Lima.
Nessa época, Pedro Ernesto e diversos de seus
colaboradores, entre os quais Anísio, aproximaram-se da Aliança Nacional
Libertadora (ANL), ainda que não tenham a ela aderido formalmente. A ANL era
uma frente política que reunia diversos setores de esquerda, a partir de uma
plataforma de combate ao fascismo e ao imperialismo. Com certa frequência, Anísio escrevia artigos em A Manhã, o
jornal oficioso da ANL e, apesar de contrário às alternativas políticas violentas,
acabou sendo acusado de envolvimento no levante promovido por setores da ANL em
novembro de 1935. Dias depois, Pedro Ernesto foi obrigado de afastá-lo de seu
governo. Tempos depois, o próprio prefeito seria afastado de seu cargo,
enfrentando as mesmas acusações de envolvimento com os comunistas. Nos anos
seguintes, Anísio Teixeira dedicou-se exclusivamente aos seus negócios
privados.
Em 1946, vivendo na Europa, tornou-se conselheiro da
UNESCO. No ano seguinte, de volta ao Brasil, assumiu a Secretaria de Educação
da Bahia, a convite do governador Otávio Mangabeira. Na década de 50, dirigiu o
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). Em 1963, foi nomeado reitor
da Universidade de Brasília (UnB), sendo afastado desse posto no ano seguinte,
em virtude do golpe militar que derrubou o presidente João Goulart. Nos anos
seguintes, lecionou em universidades norte-americanas.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1971.
Data do Documento: 22/04/2004