Nasceu em Barbacena (MG), em 1870. Era integrante de uma das famílias de maior tradição na política brasileira, contando entre seus membros mais ilustres José Bonifácio de Andrada e Silva, o "Patriarca da Independência", seu tio-avô.
Advogado, estudou na Faculdade de
Direito de São Paulo, onde participou do movimento republicano antes de se
formar, em 1887. Iniciou sua carreira política ainda no final do século
passado, como vereador em Juiz de Fora, pelo Partido Republicano Mineiro (PRM).
Em 1902, foi nomeado secretário de Finanças de Minas Gerais, tendo durante sua
gestão participado das negociações que levaram à assinatura do Convênio de
Taubaté, pelo qual os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro
firmavam uma política de valorização do café, com o estabelecimento de um preço
mínimo para o produto através da compra dos estoques excedentes. Em 1906,
assumiu a prefeitura de Belo Horizonte por um breve período.
Ainda em 1906, tornou-se presidente da
Câmara Municipal de Juiz de Fora, o que na época representava o controle sobre
os assuntos executivos do município, ao mesmo tempo que acumulava o mandato de
senador estadual. Em 1911, elegeu-se deputado federal, permanecendo na Câmara
dos Deputados até 1917, tendo ocupado os postos de líder da maioria e de
presidente da Comissão de Finanças. Em setembro desse ano, a convite do
presidente Venceslau Brás, assumiu o Ministério da
Fazenda, onde permaneceu até novembro de 1918. Em maio do ano seguinte, voltou
à Câmara dos Deputados e em 1925 elegeu-se senador da República.
Em setembro do ano seguinte tomou posse
no governo de Minas Gerais. Sua gestão foi marcada por inovações, como a
instituição do voto secreto nas eleições estaduais e municipais, a reforma do
ensino primário e normal, dirigida por Francisco Campos a partir de postulados
do movimento pela Escola Nova, e a criação da Universidade de Minas Gerais.
Suas preocupações reformistas foi sintetizada na frase "Façamos a
revolução antes que o povo a faça".
Pelo acordo entre as oligarquias de São
Paulo e Minas, que vinha garantindo a alternância entre os dois estados no
comando do executivo federal, o sucessor de Washington Luís deveria ser um
mineiro, provavelmente o próprio Antônio Carlos. A opção de Washington Luís por
fazer do também paulista Júlio Prestes o seu sucessor desencadeou, porém, o
rompimento entre os dois estados. Preterido no processo sucessório, Antônio
Carlos passou, então, a articular o nome do gaúcho Getúlio Vargas à
presidência. Tal candidatura se concretizou com a formação da Aliança Liberal,
coligação que reunia os situacionismos de Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, sendo ainda apoiada pela maioria dos
"tenentes" que haviam lutado contra o governo federal nos anos
anteriores. A campanha eleitoral foi bastante acirrada mas, realizado o pleito
em março de 1930, a vitória acabou ficando com o candidato situacionista. Em
Minas, Antônio Carlos passou o governo estadual ao seu candidato, Olegário
Maciel.
Com a derrota eleitoral, setores da Aliança
Liberal, principalmente os "tenentes" e os políticos mais jovens,
como Oswaldo Aranha e Virgílio de Melo Franco, iniciaram as articulações
visando a derrubada de Washington Luís pelas armas. Antônio Carlos, a
princípio, manteve-se hesitante com relação ao seu apoio ao movimento armado,
chegando inclusive a propor o seu cancelamento. A evolução dos fatos, porém,
favoreceu os revolucionários e o movimento foi deflagrado em outubro de 1930,
com o apoio das forças políticas dos três estados que haviam criado a Aliança
Liberal. No mês seguinte, finalmente, Vargas chegaria ao poder.
Os momentos que se seguiram à vitória
do movimento de 1930 foram marcados pela luta entre os grupos que apoiavam o
novo governo. Em Minas Gerais essa luta tomou formas concretas com a criação da
Legião de Outubro, agremiação que procurava substituir o antigo PRM na condução
da política estadual. Antônio Carlos aderiu à nova organização, tendo feito
parte de sua direção. Participou também do efêmero Partido Social Nacionalista,
uma frustrada tentativa de se unificar as facções em luta na política mineira.
Em fevereiro de 1933, participou da fundação do Partido Progressista (PP). Em
maio seguinte, elegeu-se por essa legenda à Assembléia Nacional Constituinte.
Comprometido com a candidatura de Vargas na eleição para presidente a ser
realizada pela Assembléia Constituinte, recebeu o apoio deste para presidí-la e foi, de fato, eleito para o posto.
Após a promulgação da nova
Constituição, renovou seu mandato na Câmara Federal e foi confirmado como
presidente daquela Casa. Sua candiadtura chegou a ser
cogitada para a sucessão de Vargas, prevista para janeiro de 1938, mas não se
concretizou em virtude da oposição que lhe foi movida pelo próprio Vargas e
pelo governador mineiro Benedito Valadares. Em maio de 1937, foi derrotado por
Pedro Aleixo na eleição para a presidência da Câmara. Deixou, então, o PP e
fundou o Partido Progressista Democrático. Ao mesmo tempo manifestou apoio à
candidatura presidencial do governador paulista Armando de Sales Oliveira.
Perdeu seu mandato parlamentar em
novembro de 1937, quando Vargas implantou a ditadura do Estado Novo, cancelando
também a eleição que definiria o seu sucessor. Abandonou, então, a atividade politica para se dedicar aos seus negócios privados. Em
1943, negou-se a assinar o Manifesto dos Mineiros, que fazia críticas à
ditadura e rompia com a censura vigente no país desde 1937, por ser o documento
articulado por Pedro Aleixo e Virgílio de Melo Franco, dois de seus desafetos
na política mineira.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1946.
Fonte: : http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
Fonte: : http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
Data do Documento: 22/04/2004