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Augusto Amaral Peixoto

 

Augusto Amaral Peixoto Júnior nasceu em 1901, no Rio de Janeiro. Seu irmão, Ernani Amaral Peixoto, foi interventor no Estado do Rio de Janeiro durante o Estado Novo e influente político fluminense em épocas posteriores.

Militar, ingressou na Escola Naval do Rio de Janeiro, em 1919. Participou da repressão ao levante tenentista na capital paulista em julho de 1924, mas logo em seguida aderiu ao tenentismo. Em novembro daquele ano, junto com Hercolino Cascardo e outros, sublevou o encouraçado São Paulo e o torpedeiro Goiás, na baía da Guanabara. Os rebeldes do São Paulo retiraram-se para o sul do país, onde pretendiam se juntar aos rebeldes gaúchos que, sob a liderança de Luís Carlos Prestes, haviam sublevado diversas unidades militares do interior do estado. Não podendo, porém, atracar no litoral gaúcho por causa de problemas climáticos e sem víveres suficientes para prosseguir a luta, dirigiram-se ao Uruguai, onde se exilaram.

No Uruguai, Augusto Amaral Peixoto tomou parte em conspirações contra o governo brasileiro. Em 1926, participou da chamada Coluna Relâmpago, sublevação deflagrada numa unidade do Exército em Santa Maria (RS), sob a liderança dos irmãos Alcides e Nelson Etchegoyen, contra a posse de Washington Luís na presidência da República. Em abril de 1927, foi condenado, à revelia, a 11 anos de prisão, além de perder sua patente na Marinha.

Em 1930, participou em Porto Alegre das conspirações que antecederam o movimento revolucionário que depôs Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder. Iniciada a insurreição, participou de operações militares no sul do país. Com a vitória do movimento, foi anistiado e reincorporado à Marinha e, em seguida, nomeado ajudante-de-ordens do novo titular daquela pasta, Conrado Heck.

Tesoureiro do Clube 3 de Outubro, organização criada logo após a instalação do novo regime com a finalidade de coordenar a atuação política dos "tenentes". Em 1932, combateu o Movimento Constitucionalista, deflagrado em São Paulo contra o governo Vargas. No ano seguinte, elegeu-se deputado federal constituinte pelo Distrito Federal na legenda do Partido Autonomista. Na Constituinte, defendeu as teses do Clube 3 de Outubro, apesar de na época já ter abandonado a organização. Em 1934, voltou a eleger-se para a Câmara Federal. No final de 1935, integrou na Câmara o Grupo Parlamentar pró Liberdades Populares, constituído com o objetivo de combater o integralismo e defender o regime democrático. Ao mesmo tempo, no interior do Partido Autonomista, alinhou-se à facção contrária a Pedro Ernesto, interventor no Distrito Federal.

Em 1937, manifestou-se contrário à instalação da ditadura do Estado Novo. Com a perda de seu mandato parlamentar em função do fechamento de todas as casas legislativas do país, retornou às suas atividades na Marinha. Participou, então, de missões militares enviadas à Europa para a compra de armas. Entre 1941 e 1942, foi adido naval nas embaixadas brasileiras no Uruguai e Argentina.

Entre 1943 e 1945, dirigiu a Companhia Brasileira de Aços Finos, subordinada à Coordenação da Mobilização Econômica, órgão criado durante o período em que o Brasil esteve envolvido na II Guerra Mundial e que concentrava amplos poderes.

Em 1945, com a redemocratização do país, ingressou no Partido Social Democrático (PSD), agremiação que reunia os grupos políticos oligárquicos alinhados ao Estado Novo. Durante o governo Dutra (1946-1951), ocupou cargos do segundo escalão. Suplente de deputado federal pelo PSD do Distrito Federal, assumiu a vaga em 1953, concluindo seu mandato em 1955.

Sempre aliado a Vargas, compareceu à reunião realizada no Palácio do Catete na noite que antecedeu ao suicídio do presidente, em agosto de 1954. Durante o governo de Juscelino Kubitscheck, presidiu a Caixa Econômica Federal. Em 1962, sempre no PSD, elegeu-se deputado estadual na Guanabara.

Contrário ao regime militar instalado no país em 1964, após o fim do pluripartidarismo em 1965, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao novo regime. Por essa legenda, reelegeu-se deputado estadual pela Guanabara, em 1966. Entre 1969 e 1971 foi ministro de Tribunal de Contas do estado da Guanabara.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1984.

 

Morreu no Rio de Janeiro, em 1984.

 

Fonte: : http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/

Maria Isabel Moura Nascimento

Data do Documento: 22/04/2004

 

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