Nascido em 1090 e falecido em 1153, foi monge cisterciese
e abade de Claraval, estando praticamente presente em
todos os grandes acontecimentos de sua época. De evidentes tendências místicas,
foi pregador, polemista, conselheiro, escritor espiritual e fundador de vários
mosteiros da sua Ordem. Sua espiritualidade reflete sua experiência religiosa
vivida pessoalmente e em
profundidade. No seu Sermão XX, sobre o Cântico dos Cânticos,
ele fala sobre a Misericórdia “Eu me lembro de vos haver apresentado dois
perfumes: o do arrependimento, que se estende a todos os pecados, e o do
reconhecimento, que afirma todos os benefícios de Deus. Mas há um perfume que supera em muito estes dois. Eu o
chamarei perfume da compaixão. Ele se compõe, com efeito, dos horrores da
pobreza, das angústias em que vivem os oprimidos, das inquietudes da tristeza,
das faltas dos pecadores, enfim, de todo o sofrimento dos homens, ainda que
estes sejam nossos inimigos. Tais ingredientes parecem desprezíveis e, no entanto,
o perfume por eles composto é superior a todos os outros. É um bálsamo que
cura: ‘felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia’! Quem é, na
vossa opinião, ‘este homem feliz que tem compaixão do outro e lhe empresta os
seus bens’ (Sl 112, 5), inclinado à misericórdia e
pronto a socorrer o próximo, mais contente em dar do que em receber?” (Matos,
Henrique Cristiano José. Caminhando pela História da Igreja. Belo
Horizonte: Ed. O Lutador, 1995. p. 127).
Segundo Pierini, Dentre os contestadores do método
dialético como elemento essencial da cultura escolástica, estava Bernardo de Claraval “para integrar e corrigir, na vertente dogmática,
ascético-mística, artística, pastoral (PIERINI, Franco; ZAGHENI, Guido. Curso de história da Igreja. (Trad.) José Maria de Almeida. São Paulo: Paulus, 1997. 4 v. p. 138).