Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em Santo Antônio de Leverger (MT), em 1865. Militar, cursou a Escola Militar do
Rio de Janeiro e, em 1889, ingressou na Escola Superior de Guerra. Foi aluno de
Benjamin Constant, de quem recebeu a formação positivista que conservou por
toda a vida. Ainda em 1889, participou do movimento político-militar no Rio de
Janeiro que derrubou a monarquia e instituiu o regime republicano no país.
Em 1891, tornou-se professor da Escola Militar. Nesse
mesmo ano, participou pela primeira vez da construção de linhas telegráficas no
interior do Brasil, atividade a qual se dedicaria durante grande parte da sua
vida. Estabeleceu, então, contatos amistosos com indígenas no estado do Mato
Grosso, em regiões próximas à fronteira com o Paraguai e a Bolívia, iniciando,
inclusive, a demarcação de suas terras. Em 1906, suas atividades estenderam-se
à Amazônia, para onde também foi enviado com a finalidade de construir linhas
telegráficas. Nessa ocasião, passou cerca de quatro anos internado na selva,
chegando a Manaus somente em 1910. Nesse mesmo ano foi criado o Serviço de
Proteção ao Índio (SPI), do qual se tornou o primeiro diretor.
Durante a década de 10, deu continuidade às suas
experiências de contato com os povos indígenas, promovidas através de
expedições científicas e de reconhecimento do território que se estende do Mato
Grosso à Amazônia. Em 1919, recebeu a patente de general do Exército.
No segundo semestre de 1922, deu combate, em regiões
situadas entre os estados do Paraná e Santa Catarina, aos rebeldes militares
que meses antes haviam se insurgido contra o governo federal em São Paulo e no
Rio Grande do Sul, e que logo em seguida dariam origem à Coluna Prestes. Em
1930, encontrando-se no Rio Grande do Sul, foi preso durante alguns dias pelas
forças revolucionárias que levaram Getúlio Vargas ao poder por se declarar fiel
ao presidente deposto, Washington Luís.
Entre 1934 e 1938, presidiu a delegação brasileira que
mediou as negociações entre Bolívia e Peru, em torno da disputa pelo controle
do porto de Letícia. Em 1934, foi nomeado para a presidência do Conselho
Nacional de Proteção ao Índio, órgão que substituiu o SPI.
Manifestou apoio à entrada do Brasil na Segunda Guerra
Mundial ao lado dos Aliados, no início da década de 40.
Detentor de enorme prestígio dentro e fora do Brasil,
recebeu diversas homenagens significativas: em 1955, o Congresso brasileiro
conferiu-lhe honras de marechal ; no ano seguinte, o território brasileiro de
Guaporé foi rebatizado com o nome de Rondônia; e, em 1957, foi indicado para o
Prêmio Nobel da Paz.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1958.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1958.
Fonte: : http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
Maria Isabel Moura Nascimento/UEPG
Data do Documento: 22/04/2004