JAMES WILLIAM WELLS.[1]
Profissão: Engenheiro civil ferroviário, membro da Royal Geographical Society (RGS), de
Londres, e da Constituction of Civil
Engineers, sendo considerado grande entendedor acerca das coisas do Brasil.
Chegou no Brasil em 1868, ou 1869, e aqui permaneceu até 1886, sendo também
encontrada referências à data de 1888. Fascinado que era pela vida nos
trópicos, veio, para o Brasil, em busca de aventuras, de melhores oportunidades
e com grande expectativa para desempenhar seu ofício. Juntamente com o
conhecimento que sua profissão favorecia, trouxe uma bagagem de informações
acerca do país. Cheio de expectativas otimistas, desembarcou no Brasil, sozinho
e ignorante da língua. Viajou para Minas Gerais, em fevereiro de 1873, vindo do
Rio de Janeiro, com uma equipe de engenheiros organizada pelo Public Works Construction Company, de
Londres, contratada pelo governo imperial para levantar um itinerário para o
trecho final da Estrada de Ferro D. Pedro II. Suas viagens abarcaram grande
parte do interior brasileiro, indo do rio Paraopeba, em Minas Gerais, até o rio
Tocantins, no norte do país. Escreveu Explorando e viajando três milhas
através do Brasil: do Rio de Janeiro ao Maranhão, publicada em 1886 e
traduzida para o português somente em 1995. Nesta obra sua narrativa centra-se
mais nas produções, nos transportes, no comércio, nas tecnologias ou na falta
dessas coisas, nos habitantes e seus costumes do que em folhas e bichos.
Descreveu o cotidiano da vida, das fazendas, das vilas e lugarejos, o comércio
local, os costumes e a linguagem, sobre a noção de tempo e o horizonte
econômico das pessoas. Tratou sobre os transportes, as tecnologias ou a falta
destas, e sobre as paisagens que viu. Travou relacionamento mais próximo das
pessoas mais pobres, em lugares mais interioranos. Visão sobre a educação: Fala
do desprezo pelo trabalho manual e da ignorância das invenções modernas. Vê “a
sociedade civilizada” no modo como se vestem, na alimentação, na maneira de
conversar e no conforto das moradias. Vê um interior ignorante e analfabeto,
apesar dos esforços do governo em estabelecer escolas em quase todos os
vilarejos. A instrução é vista como meio de se evitar a degeneração da raça.