João David Pernetta[1]
(1874-1933), nasceu em Curitiba,
onde fez seus primeiros estudos. Aos quinze anos ingressou no Ginásio Nacional
da capital do Império, terminando seus preparatórios já depois da Proclamação
da República. Foi nessa oportunidade que encontrou Benjamim Constant, tendo
guardado grata memória da sua pessoa. Matriculou-se em seguida na Escola
Politécnica do Rio de Janeiro. Republicano ardoroso tomou parte na resistência
republicana ao movimento federalista, como estudante de engenharia, tendo
pertencido ao batalhão acadêmico, e entrado em combates na Guanabara a favor de
Floriano. Em 1920 elegeu-se deputado federal, tendo apresentado projetos sobre
a "Organização do trabalho" e a "Lei do Ensino Primário".
Contribuiu para a aprovação de projetos que se transformaram nas leis que
regularam a entrada de estrangeiros, a criação da carteira de redescontos do
Banco do Brasil, a venda de tóxicos e o imposto do trânsito. Em 1930 foi
convocado pelo General Mario Tourinho, então Interventor Federal no Paraná,
para a função de Secretário de Estado do Interior e Obras Públicas, cargo que
exerceu de dezembro de 1930 a fevereiro de 1932. Publicou duas obras de sua
lavra: "Idade Moderna" em 1903, e "Os dois Apóstolos", em
1927. Esta apresenta um substancioso apanhado biográfico dos fundadores da
Igreja Positivista do Brasil, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes. Aos
domingos costumava fazer a leitura e a explicação do Catecismo Positivista para
seus filhos. Sabedores disso, alunos seus, entre os quais David Carneiro,
externaram o desejo de participar dessas sessões culturais. Para satisfazer o
pedido de alunos universitários, e de outras pessoas interessadas, tornou
públicas essas explicações, fundando em 1923 o Centro de Propaganda do
Positivismo no Paraná, o qual funcionou, de início em sua própria residência,
na Praça Osório n. 44. Posteriormente, essas reuniões foram transferidas para
uma sala na Rua XV de Novembro, 282, na qual se dispunha de um piano, e se
podia ver os quadros dos treze principais grandes tipos humanos, do calendário
positivista, de autoria de seu filho Augusto, pendurados na parede. Cf.
CARNEIRO, David. Como chegou o
positivismo ao Paraná. Curitiba: Centro de Propaganda do positivismo no
Paraná, 1978.