MARIA GRAHAM[1]
Profissão: Viajante, escritora, desenhista e governanta. Nasceu em 19
de junho de 1785, em Papcastle e faleceu em 1842, em Londres. Filha de George
Dundas, um grande explorador, desde cedo viajou pelo mundo. Esteve na Índia, de
onde resultou seu primeiro livro de viagens, na Itália e na América do Sul. A
inglesa, de educação muito apurada, veio para a América do Sul, em plena
agitação autonomista. Na fragata Doris, capitaneada por seu marido,
Thomas Graham, exerceu a função de professora de literatura de um grupo de
guarda-marinhas que fazia uma viagem de aprendizagem e instruções no
navio-escola britânico. Chegou ao Brasil em setembro de 1821, aos 36 anos,
viajando, em março de 1822, para o Chile, onde presenciou a morte de seu
marido. Estando viúva, ficou sob os cuidados de Lord Cochrane. Voltou para o
Brasil em março de 1823, desembarcando no Rio de Janeiro. Como governanta da
princesa D. Maria da Glória, partiu para a Inglaterra, a fim de preparar
material didático para a educação da mesma, mandando imprimir em português os
livros didáticos mais famosos. Retornou para o Brasil em agosto de 1824. Partiu
definitivamente para a Inglaterra em fins de 1825, onde se casou novamente.
Graham se coloca como uma viajante a serviço da Coroa inglesa. Passou por
Pernambuco e Rio de Janeiro, deixando o seu relato na obra intitulada Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada neste país durante parte
dos anos de 1821, 1822 e 1823, publicada em 1824, tendo sua primeira
edição traduzida para o português em 1956, sendo reeditada em 1990. Mesmo não
seguindo nenhum projeto ilustrado em especial, sem qualquer desejo de
classificação em mente, não obedecendo a normas de qualquer Academia
Científica, registrou em desenhos magníficos as flores, árvores, paisagens e os
habitantes de nosso país. Em seus escritos apresenta um esboço da história do
Brasil até sua chegada. Tratou de assuntos políticos, e da vida social do
Brasil. Descreveu as cidades, a organização das ruas, a sujeira, a condição do
negro escravo, a condição da mulher; sobre os costumes, os hábitos de
alimentação, as festas, as vestimentas, o clero, o comércio e outros aspectos
mais. Apresenta a educação como estando em nível muito baixo, devido ao
isolamento da colônia e a falta de interesse do povo, estando mergulhada na
ignorância. Aponta para a deficiência da instrução, sem ciência e literatura
modernas ou jornais de qualidade e para a inexistência do hábito da leitura.
Mas, elogia o governo pelos esforços e pela preocupação com o estado da
educação da colônia/paí
ignorância. Aponta para a deficiência da instrução, sem ciência e literatura
modernas ou jornais de qualidade e para a inexistência do hábito da leitura.
Mas, elogia o governo pelos esforços e pela preocupação com o estado da
educação da colônia/país.