Milton Soares Campos nasceu
em Ponte Nova (MG), em 1900. Advogado, ingressou na Faculdade de Direito de
Belo Horizonte em 1918. Nesse ano, apoiou os candidatos oposicionistas da
Reação Republicana aos governos de Minas Gerais e da República, respectivamente
Francisco Sales e Nilo Peçanha, ambos derrotados. Ainda em seus tempos de
universitário, travou amizade com jovens literatos da capital mineira, na sua
maioria influenciados pelo modernismo, entre os quais Carlos Drummond de
Andrade, Afonso Arinos de Melo Franco e Gustavo Capanema.
A partir de 1925, sem abandonar
a advocacia, passou a dedicar-se profissionalmente ao jornalismo. Em 1930,
ainda em Belo Horizonte, deu apoio à candidatura de Getúlio Vargas à
presidência da República e, com a derrota de Vargas, ao movimento armado que
depôs o presidente Washington Luís. No ano seguinte, ingressou na Legião
Mineira, organização de vida efêmera, criada para dar apoio ao novo regime. Em
1932, foi nomeado advogado-geral do estado de Minas Gerais.
Em 1934,
elegeu-se deputado estadual constituinte em Minas Gerais, na legenda do Partido
Popular (PP), agremiação que oferecia sustentação aos governos federal e
estadual. Permaneceu na Assembléia Legislativa mineira até novembro de 1937,
quando o golpe do Estado Novo decretou o fechamento de todas as casas
legislativas do país. Nessa ocasião, manifestou-se contrário ao estabelecimento
da ditadura varguista.
Durante
o Estado Novo (1937-1945), dedicou-se ao ensino superior e à advocacia,
presidindo a seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Após o
início da Segunda Guerra Mundial, ingressou na Sociedade Amigos da América,
entidade que defendia o apoio aos Aliados e aos regimes democráticos. Foi um
dos signatários do Manifesto dos Mineiros, documento divulgado em outubro de
1943, representando a primeira iniciativa de envergadura dos setores liberais
contra o Estado Novo. Por conta disso, foi exonerado do cargo de advogado da
Caixa Econômica Federal.
Com o
início do processo de redemocratização do país, em 1945, foi um dos fundadores
da União Democrática Nacional (UDN), agremiação que reunia a oposição liberal
ao Estado Novo. Em dezembro desse ano, elegeu-se deputado federal constituinte
por Minas Gerais. Dois anos depois, ganhou a eleição para o governo mineiro,
numa ampla coligação que, além da UDN, incluía dissidentes do Partido Social
Democrático (PSD), o Partido Republicano do ex-presidente Artur Bernardes,
integralistas e comunistas. Terminou seu mandato em janeiro de 1951,
transferindo o governo a Juscelino Kubitscheck, eleito pelo PSD.
Em
outubro de 1954, voltou a eleger-se para a Câmara Federal. Em abril do ano
seguinte, assumiu a presidência nacional da UDN, e nesse mesmo ano foi lançado
como candidato udenista à vice-presidência da República, compondo chapa com o
general Juarez Távora, sendo ambos derrotados pela chapa Kubitscheck-João
Goulart. Em maio de 1957, afastou-se da presidência da UDN. Em outubro do ano
seguinte, elegeu-se senador por Minas Gerais. Dois anos depois voltou a concorrer
à vice-presidência da República, sendo novamente derrotado por João Goulart.
Participou
ativamente das articulações que levaram ao golpe militar de 1964, que afastou
Goulart da presidência. Em abril desse ano, logo após a instalação do novo
regime, foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Castelo Branco. Deixou
o cargo em outubro de 1965, retornando ao Senado. Filiado à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido criado após a instalação do bipartidarismo e base de
apoio ao regime militar, renovou seu mandato de senador em 1966.
Morreu
em Belo Horizonte, em 1972.
Colaboradores Alunos do curso de
Pedagogia UEPG
Maria Isabel Moura Nascimento
Colaboradores Alunos do curso de
Pedagogia UEPG
Maria Isabel Moura Nascimento
Fonte:
: http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
Data do Documento: 22/04/2004