José Bento Monteiro Lobato nasceu
em Taubaté (SP), em 1882. Advogado, jornalista e escritor, diplomou-se pela
Faculdade de Direito de São Paulo, em 1904. Durante alguns anos, atuou como
procurador público e promotor em Taubaté e Areias (SP), ao mesmo tempo em que
colaborava com pequenos jornais do interior paulista.
Em 1911, herdou de seu avô uma
fazenda em Taubaté, mas não foi bem sucedido como administrador. Vendeu a
fazenda em 1917. Sua experiência como fazendeiro o inspirou a criar o Jeca
Tatu, personagem doente e preguiçoso, através do qual pretendia traçar um
retrato fiel da situação em que vivia o homem rural no Brasil.
Após transferir-se para a
capital paulista, Lobato passou a escrever regularmente no jornal O Estado de
São Paulo e em outras publicações. Em 1918, adquiriu a Revista do Brasil,
conferindo à publicação uma orientação nacionalista. Nesse mesmo ano, publicou
seu primeiro livro, Urupês , que obteve grande repercussão. Assumiu, então, a
defesa do saneamento básico do meio rural como forma de se melhorar as
condições de vida e de saúde do homem do campo. Ainda em 1918, fundou a Editora
Monteiro Lobato.
Em 1921, publicou alguns livros
de história infantil. No ano seguinte, dedicou duras críticas à Semana de Arte
Moderna, realizada em São Paulo, qualificando-a como uma manifestação de
"estrangeirismo". Com a falência de sua primeira editora, associou-se
a outras pessoas para fundar a Companhia Editora Nacional, empreendimento de
maior porte. Logo em seguida, transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Adido cultural do Brasil em Nova
York durante o governo de Washington Luís (1926-1930), retornou ao Brasil
somente em 1931, depois da vitória do movimento revolucionário de 1930, que
levou Getúlio Vargas ao poder. Fixando-se novamente em São Paulo, iniciou
apaixonada campanha em defesa da siderurgia e do petróleo nacional, procurando
sensibilizar governo e empresários para a importância do assunto. Fundou,
então, o Sindicato Nacional de Indústria e Comércio e a Companhia Petróleos do Brasil,
voltados, respectivamnete, à exploração do ferro e do petróleo. Iniciou também
nessa época suas denúncias contra os contratos mantidos pelo governo com a
Itabira Iron Ore Company. Ao mesmo tempo, acusava o governo de forjar laudos
que afirmavam a não existência de petróleo no Brasil, no intuito de beneficiar
as grandes empresas estrangeiras interessadas em manter inexploradas as
reservas petrolíferas brasileiras. Em 1934, criticou o Código de Minas
elaborado pelo governo e, dois anos depois, publicou O escândalo do petróleo.
Com a implantação da ditadura do
Estado Novo em 1937, e a conseqüente censura à imprensa, passou a se dedicar
prioritariamente à literatura infantil. Apesar disso, em 1940 escreveu a Vargas
acusando o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) de perseguir as empresas
nacionais. Por conta disso, foi preso em março 1941, sendo libertado somente no
mês de julho.
Em 1944, participou da fundação
da Editora Brasiliense, em São Paulo, ao lado de Artur Neiva e Caio Prado
Júnior. No ano seguinte, com o fim do Estado Novo e a redemocratização do país,
passou a criticar o capitalismo e defender posições simpáticas ao socialismo.
Decepcionado com o governo Dutra, transferiu-se para a Argentina, onde fundou a
Editora Acteon, em Buenos Aires. De volta ao Brasil, aproximou-se do Partido
Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB).
Morreu em São Paulo, em 1948.
Colaboradores Alunos do curso de
Pedagogia UEPG
Maria Isabel Moura Nascimento
Fonte:
: http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/
Data do Documento: 22/04/2004