Oswaldo Cruz[1]
Oswaldo Cruz nasceu no dia 5 de agosto de
1872, na cidade da serra paulista de São Luiz do Paraitinga. Filho mais velho
de Amália Taborda e Bento Gonçalves Cruz, Oswaldo Cruz é reconhecido pela
maioria dos brasileiros, como o grande médico e sanitarista que enfrentou as
epidemias da passagem do século XIX para o século XX no Brasil. A fundação
Oswaldo Cruz mantém vasto material sobre a vida e a obra do sanitarista na Biblioteca Virtual Oswaldo Cruz.
A biblioteca apresenta a trajetória do médico sanitarista, sua produção
intelectual, correspondências, homenagens e biografias. Dentre as realizações
que o tornaram famoso estão o combate à febre amarela que, no final do século
XIX, transformou o Rio de Janeiro na cidade insalubre que os marinheiros não
queriam aportar. Oswaldo Cruz investiu também contra a varíola e a peste
bubônica. No entanto, obteve muitas resistências de seus adversários e
opositores por causa de suas campanhas sanitárias. A vacinação obrigatória
contra a varíola provocou violenta turbulência na cidade, que entrou para a
história como a Revolta da Vacina de 1904. Mas a persistência de Oswaldo Cruz
tornou a vacinação uma prática corriqueira no Brasil. O grande sanitarista promoveu
expedições científicas que mapearam as principais questões da saúde em todo o
Brasil. Sua maior contribuição foi sem dúvida alguma a Fundação Oswaldo Cruz –
a Fiocruz, centro de medicina experimental. Formado pela Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro, o sanitarista estudou no Instituto Pasteur, em Paris, sendo,
segundo alguns, o primeiro brasileiro a freqüentar essa instituição. De volta
ao Brasil, Oswaldo foi convidado a ir a Santos, onde havia a suspeita de peste
bubônica. Confirmado o caso, foram tomadas medidas como a criação do Instituto
Soroterápico Federal, no Rio de Janeiro, cuja diretoria geral seria assumida
por Oswaldo Cruz em 1902. No mesmo ano, ele era indicado para assumir a
Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), cargo que, na época, equivalia hoje,
ao de Ministro da Saúde. Seus métodos polêmicos sanearam a cidade, apesar da
oposição dos jornais da época e da Revolta da Vacina. Em 1909, Oswaldo Cruz
deixaria a DGSP para dedicar-se com exclusividade ao Instituto Soroterápico. Na
construção da estrada de ferro Madeira-Marmoré, recomendou medidas drásticas,
como o desconto dos dias de trabalho em que os funcionários não ingerissem
quinino e gratificação para aqueles que passassem três meses sem contrair
malária. Em 1912, Oswaldo Cruz seria eleito para a Academia Brasileira de
Letras. Três anos mais tarde, complicações de saúde fariam com que ele se
afastasse da direção do Instituto e se mudasse para Petrópolis, onde assumiu a
prefeitura da cidade. Seus planos de saneamento e urbanização encontraram mais
uma vez resistência. A biografia de Oswaldo Cruz
pontua alguns dos aspectos mais importantes da história da saúde
pública no Brasil, como o saneamento da cidade do Rio de Janeiro e a fundação
do Instituto que hoje carrega seu nome. Para Clementino Fraga, no entanto, o
mérito maior de seu mestre não está na extinção da febre amarela, da peste
bubônica e da varíola, mas na fundação da medicina experimental no país. A
morte prematura, em 1917, aos 44 anos, pareceu interromper a "carreira gloriosa"
de Oswaldo Cruz, mas não impediu que fosse reconhecido mesmo com suas
estratégias contraditórias, cujo princípio que norteava as ações era o da
“polícia sanitária”. Há vasta obra biográfica sobre Oswaldo Cruz e também não é
menor a produção sobre a repercussão de seus de trabalhos tanto do ponto de
vista científico quanto político. Podemos citar como exemplos trabalhos de
Guerra SALLES (1940), José Murilo de CARVALHO (1987), Nicolau SEVCENKO
(1984), Jaime L BENCHIMOL (1982), Clementino FRAGA
(2005) e Moacyr SCLIAR (1996). (Ver referências
historiográficas).