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ROQUE SPENCER MACIEL DE BARROS[1]

 

Roque Spencer Maciel de Barros, filho de Paulo Maciel de Barros e Leontina Albuquerque Maciel de Barros, nasceu em Bariri, no interior de São Paulo, no dia 05 de abril de 1927. Passou sua infância e adolescência em São Joaquim da Barra; iniciou seus estudos no interior do Estado e os completou na capital, onde viria a viver e desenvolver sua atividade profissional.

Casou-se duas vezes. A primeira, com Maria da Conceição Rabêllo de Barros, com quem teve três filhos (Angela Rabello Maciel de Barros, Saulo Rabello Maciel de Barros e Rubem Rabello Maciel de Barros) e a segunda, com Gilda Naécia Maciel de Barros, com quem conviveu até o final de sua vida.

Dentre os teóricos do liberalismo e da educação brasileira Roque Spencer destaca-se tanto por suas pesquisas e seus escritos, como pela defesa intransigente que fez do liberalismo, pelo combate ao totalitarismo e pela “defesa da Escola Pública” na segunda metade da década de 50. Sua obra é bastante extensa, porém, circunscreve-se basicamente em torno do liberalismo. Mesmo quando trata do totalitarismo e da educação, o faz desde a perspectiva do liberalismo.

O autor dedica sua vida profissional à educação formal, mas faz desta, digamos assim, uma espécie de laboratório para as pesquisas e defesa de sua cosmovisão liberal. Com a mesma finalidade, sistematicamente, escreve artigos e os publica nos jornais O ESP e Jornal da Tarde, através dos quais, pretendia atingir e educar a sociedade. Afirma que, aos cinco anos, sua mãe o alfabetizou com as páginas do O Estado de S. Paulo e que em sua casa nunca entrou outro jornal a não ser este. No dia 15 de março de 1948, quando ainda era aluno, começou a trabalhar para o referido jornal como redator na seção de política internacional. Depois, além de articulista, foi editorialista para assuntos educacionais. Afirma que os diretores do O ESP foram seus colegas de turma na Faculdade de Filosofia e estava profundamente ligado a eles “por relações de amizade e coincidência de pensamento, desde vinte anos”. Quanto ao Jornal da Tarde, começou “a colaborar desde o seu primeiro ano” (Roque Spencer Maciel de Barros. 1971, p. 11). Os artigos de Roque Spencer versavam principalmente sobre Filosofia, Filosofia da Educação e Filosofia Política (liberalismo). Além disso, escreveu ensaios, organizou e publicou diversos livros.

Em 1946, quando ingressou no Curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, já defendia os princípios do liberalismo. Definindo-se como liberal e como “Anticomunista” (Cf. Ester Buffa e Paolo Nosella, 1986,  p. 50), começa a escrever artigos relacionados ao liberalismo e propondo soluções para o país a partir desta perspectiva. Essa atividade iria ampliar-se nos anos 50 e 60 e resultar no livro denominado Introdução à filosofia liberal (1971). Mais tarde, reunindo uma série de artigos sobre a mesma temática, organiza e publica Estudos liberais (1992) e Razão e Racionalidade (1993).

Roque Spencer também estuda os positivistas, com destaque para Luiz Pereira Barreto (tese de doutorado), a quem considera “o primeiro positivista brasileiro ‘completo’ e percuciente analista da problemática nacional” (1967, Vol. 1, p. 9). Quanto ao Romantismo, que é  representado no Brasil principalmente por Gonçalves de Magalhães, o autor diz que foi a primeira filosofia a inspirar a busca de nosso destino como nação.

Ao longo de sua obra, Roque Spencer chama a atenção repetidas vezes sobre os problemas do cientificismo, da ideologia e, sobretudo, do totalitarismo que, para ele, constituem-se em “ameaças à liberdade”; considera que sempre é pouco o que se diz e rediz sobre estas questões, tendo em vista  os perigos que representam (BARROS, 1971, p. 14).

O autor dedicou praticamente toda sua vida à atividade educativa. Foi um estudioso incansável; pesquisou a história da cultura desde a antigüidade até nossos dias, principalmente a filosofia, a educação, as questões ligadas ao liberalismo, ao totalitarismo, à ética, à religião, à mitologia, ao romantismo e ao positivismo. Porém, sua preocupação pedagógica ultrapassava a universidade. Através dos jornais e dos livros propõe-se a educar toda a sociedade.

A publicação de artigos em jornal revestia-se de muita importância. Principalmente se entendida de acordo com o pensamento do antigo redator de O ESP e da Folha da Noite, da Folha da Tarde e da Folha da Manhã, Olival Costa, para quem a função do jornal não é apenas informar e noticiar: é, a um só tempo, selecionar e orientar (Cf. Carlos Guilherme Mota & Maria Helena Capelato, 1981, p. 15). Ou, como entendia Plínio Barreto, que também foi diretor de O ESP:

 

‘um verdadeiro jornal é a publicação onde por meio de notícias e de artigos se dão alimento à curiosidade do público e normas para a disciplina do seus espírito e de seus costumes ... constitui para o público uma verdadeira bênção. Dispensa-o do trabalho de formar idéias. Dá-lhes já feitas e polidas todas as tardes, sem disfarces e sem enfeites, lisas, claras e puras’ (Cf. Maria Capelato & Maria Lígia Prado, 1980, p. 95).

 

Nesse sentido, Roque Spencer desenvolve um intenso trabalho como articulista e editorialista procurando atingir e educar toda a sociedade com base nos princípios liberais. Quanto à postura filosófica, diz que, no final dos anos 70, com o aprofundamento de suas investigações sobre o fenômeno totalitário, suas convicções evoluíram do idealismo para o “empirismo transcendental” (BARROS, 1993, p. 263). Contudo, apesar de ter incorporado em sua cosmovisão a base biológica da conduta humana, que dizia estar escamoteada e mascarada pelo idealismo, não consegue romper com o próprio idealismo.

Roque Spencer não concorda que o classifiquem como culturalista, como o faz Antônio Joaquim Severino[2]. Antonio Paim diz que, apesar de estar muito próximo do culturalismo, não pode ser classificado como pertencente a esta corrente (Antonio Paim, 1984, p. 528). Roque Spencer se auto-define como simplesmente um liberal. Dizia: “não gosto dos istas e dos ismos. Só sei que, politicamente, sou um liberal, que detesta o rótulo de neoliberal”[3].

Aposentou-se cedo, aos 56 anos de idade. Entretanto não abandonou suas atividades intelectuais. Ao contrário, a partir daí, desenvolveu uma atividade ainda mais intensa do ponto de vista de suas preocupações. Continuou a escrever artigos e livros, fiel ao espírito liberal.

No final do curso clássico e no início do curso superior que Roque Spencer praticamente já constrói e define sua imago mundi e sua imago hominis, a concepção de mundo e de homem que o acompanhariam por toda vida.

Relata que, em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial estava com 18 anos de idade quando fazia o último ano do curso clássico e que, além de Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia, Grego, Latim, estudava Filosofia. Diz também que, como tinha que fazer um trabalho no final do curso, influenciado pelos horrores da guerra e pelo existencialismo, então em voga, decidiu fazê-lo sobre a angústia tendo como principal referência o pensamento de Heráclito, filósofo pré-socrático que o marcou por toda a vida. Afirma ele:

 

a recordação de Heráclito é a minha recordação do filósofo de Éfeso, estreitamente ligada ao fim de minha adolescência, à minha formação e à definição de minha imago mundi, que envolve também – e naturalmente – uma imago hominis (1993, p. 209).

 

Além de Heráclito, travou contato com Nietzsche (A origem da tragédia), Kierkegaard (O conceito de angústia), Gurvitche (As tendências atuais da filosofia alemã), Alberto W. Reyna (A ontologia fundamental de Heidegger) e Rivaud (As grandes correntes do pensamento antigo), dentre outros que viriam a influenciá-lo.

Depois de travar conhecimento sobre as polêmicas em torno de Heráclito e Parmênides, com E. Zeller diz que

 

‘enquanto Parmênides nega o devir para manter o conceito do ser em toda a sua pureza, Heráclito, ao contrário, nega o ser para conservar em toda a sua integridade a lei do devir. Enquanto o primeiro vê a idéia de mudança e de movimento como uma ilusão dos sentidos, o segundo descobre tal ilusão na idéia do ser persistente. Enquanto um considera absurda a opinião comum, porque ela admite o nascimento e a morte, o outro chega à mesma conclusão quanto ao seu absurdo, partindo da opinião contrária’ (BARROS, 1993, 217).

 

         Parmênides e Heráclito apresentam duas formas diferentes de compreender e resolver o problema do “posto do homem no cosmos”[4]. Porém, é com o filósofo obscuro, como Diógenes de Laércio denominava Heráclito, que Roque Spencer se identifica.

Depois de concluir o curso colegial e prestar o exame do vestibular para o curso de Filosofia, foi para um sítio em Caieira onde diz que teve a “intuição original” que marcaria definitivamente a sua maneira de compreender o homem. Mais tarde, a 07 de março de 1946, através de um poema que denominou de Ensaio de interpretação da liberdade expressou essa “intuição original” nos seguintes termos:

 

Emerges lentamente do universo

para, transcendendo, te fazeres homem.

Trazes nos olhos uma tragédia mal desvendada

que te separa do mundo ventre, opaco e neutro.

 

Emparedado na tua liberdade,

estás irremediavelmente só no centro do universo.

E carregarás tua solidão e teu abismo,

lúcido e livre,

até a queda no todo indiferente.

Só e livre,

à espera do gozo da dissolução na morte (BARROS, 1993, 212).

 

Roque Spencer constrói sua imagem de homem e de mundo debatendo-se entre os limites da natureza e da afirmação da liberdade ou, se se quiser, entre a tragédia e a liberdade.

De acordo com Benedito Ferri de Barro, Roque Spencer era uma espécie de diretor intelectual de um grupo de liberais que acorriam a ele em busca de luzes para definir os rumos a seguir e foi nesta trilha que prosseguiu seus estudos e que resultaram na obra O fenômeno totalitário, que é a de maior amplitude escrita no Brasil sobre o totalitarismo.

         Entre 1939 e 1942 Roque Spencer cursou o ginásio no Liceu Municipal de Orlândia e entre 1943 e 1945 no colégio no Colégio Paulistano, em São Paulo, na capital. A seguir entrou para a Universidade e, em 1948, graduou-se Bacharel em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP) e, um ano depois, em 1949, obteve o grau de licenciado na mesma disciplina.

Enquanto aluno trabalhou nos antigos colégios Carlos Gomes, Eduardo Prado, Colégio Paulistano, Franco-Brasileiro, Pasteur e Mackenzie, na capital paulista onde lecionava Filosofia. Posteriormente, em 1951, o Prof. João Cruz Costa o convidou para ser professor Extra-Numerário (colaborador) na FFCL/USP. Em novembro de 1951 foi contratado como Professor Assistente. Em 1955 concluiu o Curso de Doutorado[5] em História e Filosofia da Educação e, em 1959, obteve o título de Livre-docente[6] na mesma disciplina e na mesma instituição. Em 1968 passou a Professor Adjunto[7] na FFCL e exerceu essa função até 1970. Depois, com a criação da Faculdade de Educação como unidade autônoma, que ajudou a fazê-lo, foi Professor Adjunto dessa Faculdade até 1973, quando obteve o título de Professor Titular[8], também em História e Filosofia da Educação. Portanto, exerceu praticamente toda sua vida profissional como professor na USP.

         Enquanto aluno do curso superior teve como professores: Fernando de Azevedo, João Cruz Costa, Eurípedes Simões de Paula, Antonio Cândido de Mello e Souza, Gilles Gaston Grangé, Martial Gueroult, Otto Klinberg e Laerte Ramos de Carvalho, dentre outros. Assistiu conferências de Roger Dion, Fernand Braudel, Georges Gurvitch e outros. Além de ter sido um estudante dedicado, culto e erudito[9], Roque Spencer foi pesquisador, professor de História e Filosofia da Educação, escreveu artigos, ensaios e livros, ministrou cursos, proferiu conferências, orientou alunos de mestrado e doutorado, participou de bancas examinadoras, foi representante dos Livre-docentes junto à Congregação da FFCL/USP entre 1961 a 1965; foi Chefe do Departamento de Educação na FFCL/USP entre 1967 e 1969; foi membro e relator da Comissão de Reestruturação da Universidade de São Paulo entre 1966 e 1968; foi Chefe do Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da Faculdade de Educação da USP de 1970 a 1976 e de 1980 a 1984. Entre 1976 e 1980 ocupou o cargo de Diretor da Faculdade de Educação da USP. Além disso, foi membro do Conselho Universitário, membro da Câmara de Graduação, membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão de Serviços à Comunidade, membro da Comissão de Legislação e Recursos, membro da Comissão Editorial e Vice-Diretor do Conselho Administrativo da Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST). Depois de sua aposentadoria, continuou vinculado à Faculdade de Educação ministrando alguns cursos sobre Liberalismo, Ética, Estado e educação, etc. Também foi membro efetivo do Instituto Brasileiro de Filosofia e do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira.

Em se tratando de sua preocupação com a educação, acontece a mesma coisa que com o liberalismo. Sendo defensor de uma educação orientada pelos princípios liberais, atua no sentido de identificar, defender e propagar os autores, as idéias e as teorias que comungam com essa mesma concepção. Tendo compreendido cedo o sentido da mensagem de Júlio de Mesquita Filho e de Armando de Salles Oliveira, os principais idealizadores da USP, procurou fazer da educação tanto um meio de propagar os princípios liberais como de promover as “grandes transformações de que o Brasil estava necessitando. Em 1959 e início dos anos 60, a partir dos princípios liberais, trava uma intensa luta a favor da Escola Pública, Gratuita e Universal e combate duramente os que se opõem a ela. Seguindo esses mesmos princípios, em 1968, também exerceu forte influência na reestruturação da USP, da qual foi relator da Comissão de Reestruturação e na criação da Faculdade de Educação em 1970. Em 1968 também fez parte do GTRU, criado pessoalmente pelo General Costa e Silva.

Sobre a CDEP participou de debates, escreveu artigos em jornais e revistas, organizou e publicou livros com a preocupação de defender o ensino público, combater as posições contrárias à defesa da Escola Pública e responsabilizar o Estado pela manutenção da mesma; fez parte da Comissão Estadual em Defesa da Escola Pública (CEDEP), foi responsável pela elaboração do Roteiro para a Defesa da Escola Pública e preparou diversas Emendas ao projeto de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (DBEN) que foram enviadas ao Senado da República.

De acordo com José Mário Pires Azanha, em palestras, reuniões públicas e artigos pela imprensa, Roque Spencer foi “incansável” na defesa dos princípios liberais e da escola democrática, laica e gratuita.

Além dos artigos publicados em jornais, o autor dedica três obras especificamente à educação, a saber: sua tese de livre-docência, denominada A Ilustração brasileira e a idéia de Universidade (1959), reeditada em 1986, com a apresentação de Antonio Paim, segundo o qual, “tornou-se um marco na história das idéias no Brasil” (PAIM, 1986, P.XI); Ensaios sobre Educação (1970) e Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1960)[10], organizado durante a Campanha em defesa da Escola Pública ocorrida no final dos anos 50.

De um aluno estudioso e aplicado, Roque Spencer passa a ser uma referência em História da Educação. Miguel Reale destaca que ao lado da Faculdade de Direito, as pesquisas realizadas por Roque Spencer na Faculdade de Educação foram muito importantes para o aprofundamento da história das idéias no Brasil (Miguel Reale, 1994, 35). Contudo, destaca que se dedicou mais ao campo da Filosofia da Educação do que à História da Filosofia (REALE, 19877, p. 220, Vol. II). Luiz Carlos de Menezes diz que sempre considerou Roque Spencer um “intelectual de tendência conservadora”, mas não deixava de reconhecer que “ele indiscutivelmente representa uma elite econômico-cultural que teve importante papel na construção da Universidade de São Paulo, elite esta signatária do Manifesto dos Pioneiros de 1932, do qual a USP é decorrente” (Paulo Brito, 03/03/800. Fernando Henrique Cardoso, que também atuou ao lado de Roque Spencer na CDEP, alguns anos mais tarde afirmava que este autor “celebrizou-se no campo educacional por suas posições liberal-conservadoras” (1988, p. 28). Jorge Nagle, por sua vez, destaca o “incansável rigor e a meticulosidade de Roque Spencer na elaboração de seu trabalho” (1999, p. 97).

Se é possível destacar um intelectual, dentre tantos que influenciaram decisivamente o trabalho e a trajetória educacional de Roque Spencer, sem sombra de dúvida, esse intelectual é Júlio de Mesquita Filho.

Se anteriormente, ele se opunha-se à imposição de um modelo único de educação para todas as universidades, por que considerava centralizador, em 1968 fez o contrário. Além de apoiar o governo ditatorial e centralizador de Costa e Silva, aceitou seu convite para participar do Grupo de Trabalho escolhido para elaborar a proposta de Reforma Universitária e procurou interferir e defender a extensão do modelo uspiano às demais universidades do país. Da mesma forma, se durante a CDEP defendia a universalização da educação pública, mais tarde critica governo por permitir o crescimento indiscrimindo do ciclo colegial e a “democratização do ensino superior”.

Com exceção de dois anos ou, mais especificamente, durante 33 anos, Roque Spencer trabalhou na Universidade de São Paulo, até se aposentar aos 56, em 1984. Mas, apesar de ter se dedicado longamente à educação, dois anos após sua aposentadoria, afirmava que a educação fora um mero acidente de percurso em sua vida.

Acometido por Infarto Agudo do Miocárdio, Hipertensão Arterial, Arteriosclerose e Bronquite Crônica, Roque Spencer faleceu às 9:30 horas do dia 08 de maio de 1999, aos 72 anos de idade, em sua residência na capital paulista.

 

BIBLIOGRAFIA

AZANHA, José Mário Pires. Roque Spencer Maciel de Barros: defensor da escola pública. In: Revista da Faculdade de Educação da USP. Educação e Pesquisa. São Paulo: Vol. 25, nº 1, jan./Jun. 1999.

BARROS, Benedicto Ferri de. Meu amigo Roque. Centro de Documentação e Informação-CDI-O ESP - O Estado de S. Paulo. Registro de Falecimento. 10/05/1999.

BARROS, Roque S. M. de. Estudos Brasileiros. Londrina: UEL, 1997.

_____ . A Evolução do Pensamento de Pereira Barreto. São Paulo: Grijalbo, 1967.

_____ . Obras Filosóficas de Luiz Pereira Barreto. São Paulo: Grijalbo, 1967, Vol. 1.

_____ . Razão e Racionalidade. São Paulo: T. A. Queiroz, Editor, 1993.

_____ . Os poetas de Orlândia. O Estado de S. Paulo. 03/04/84.

_____ . Introdução à Filosofia Liberal. São Paulo: Grijalbo-Edusp, 1971.

BRITO, Paulo. O professor que conseguiu unir todas as tendências da USP. Jornal da Tarde. 03/03/80.

BUFFA,Ester e Paolo NOSELLA.  A educação negada. São Paulo: Cortez, 1986.

CAPELATO, Maria Helena & PRADO, Maria Lígia. O bravo matutino. Imprensa e ideologia: o jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: Alfa-Omega, 1980.

CARDOSO, Fernando Henrique. Memórias da Maria Antônia. In: SANTOS, Maria Cecília Loschiavos dos. Maria Antônia: uma rua na contramão. São Paulo: Nobel, 1988.

FERNANDES, Florestan. A Contestação Necessária: retratos intelectuais de inconformistas e revolucionários. São Paulo: Ática, 1985.

GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1986.

MONARCHA, Carlos (Org.). História da Educação Brasileira: Formação do Campo. Ijuí: Unijuí, 1998.

MOTA, Carlos Guilherme & CAPELATO, Maria Helena. História da Folha de São Paulo: 1921-1981. São Paulo: IMPRES, 1981.

NAGLE, Jorge. A trajetória da pesquisa em história da Educação no Brasil. In: MONARCHA, Carlos (Org.). História da Educação Brasileira. Ijuí – RS: Unijuí, 1999.

PAIM, Antônio. Apresentação. In: BARROS, Roque S. M. de. A Ilustração Brasileira e a Idéia de Universidade. São Paulo: Convívio: Editora da USP, 1986.

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REALE, Miguel. Memórias. São Paulo: Saraiva, 1987. Vol. II.

____ . Minhas memórias da USP. In: Revista Estudos Avançados. Vol. 8 – nº 22, setembro / dezembro, 1994.

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SEVERINO, Antônio Joaquim. A Filosofia Contemporânea no Brasil: conhecimento, política e educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1999.



[1] Verbete elaborado por Paulino José Orso

[2] Num bilhete encaminhado a Antônio Joaquim Severino manifestando sua discordância devido ao fato de ter sido classificado como culturalista, Roque Spencer autodefiniu-se simplesmente como um liberal Cf. SEVERINO, Antônio Joaquim. A Filosofia Contemporânea no Brasil: conhecimento, política e educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1999, p. 149.

[3] Bilhete encaminhado ao professor Antônio Joaquim Severino em 1999.

[4] Expressão que utiliza emprestada de Max Scheler.

[5] Ao prestar concurso para obtenção do título de Doutor em História e Filosofia da Educação na antiga  FFCL/USP integraram a banca do concurso os seguintes docentes: Laerte Ramos de Carvalho, Lívio Teixeira, José Quirino Ribeiro, Eurípedes Simões de Paula e Antônio Cândido de Mello e Souza.

[6] Ao prestar concurso para obtenção do título de Livre-docente da cadeira de História e Filosofia da Educação na antiga FFCL/USP integraram a banca do concurso os seguintes docentes: Raul Bittencourt, Abgar Renault, Mario Wagner Vieira da Cunha, João Cruz Costa e Laerte Ramos de Carvalho.

[7] Não conseguimos saber o nome dos componentes da banca deste concurso.

[8] Ao prestar concurso para Professor Titular participaram da banca os seguintes professores: Sérgio Buarque de Holanda, José Quirino Ribeiro, Aderaldo Castelo, Ivan Lins e Alvaro Magalhães. 

[9] Cf. GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1986, p. 245. Florestan Fernandes relata o seguinte fato: “trabalhando juntos (com Fernando de Azevedo), ele nos delegou e nós dávamos cursos. Houve a revolução das notas, que vale a pena contar. É necessário ver como as coisas se passavam na cabeça dos professores brasileiros, que tinham a capacidade de lecionar numa universidade. Eu corrigia as provas, eu ficava com uma parte e o Antonio Cândido com outra. Certa vez corrigindo provas, dei dez ao hoje professor Roque Spencer Maciel de Barros. O Dr. Fernando opunha-se a que se desse dez. Quando ele viu a nota, fez um ar contrariado: ‘Você pôs dez. Mas dez por quê? ‘Porque foi um trabalho muito bem-feito para um estudante’. Ele disse: ‘Bem, eu venho de uma tradição, de uma escola na qual dez era para Deus, nove para os professores e, para alunos excepcionais a partir de oito’. Eu disse; Bem, doutor, então o senhor passe a ler as provas, porque os nossos critérios de nota colidem” (FERNANDES, Florestan. A Contestação Necessária: retratos intelectuais de inconformistas e revolucionários. São Paulo: Ática, 1985. p. 190).

[10] Esta é uma obra importantíssima, de consulta indispensável aos historiadores da educação brasileira, para conhecer a confluência de pessoas e as lutas que foram travadas em Defesa da Escola Pública nos anos 50, bem como para conhecer como foi o percurso do Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, desde 1948 até 1959.

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