RUI BARBOSA [1]
Rui Barbosa (1849-1823) teve uma
longa vida como parlamentar, participando ativamente da política brasileira por
mais de cinqüenta anos. Foi Deputado Provincial, Deputado Geral, Ministro da
Fazenda, ocupou também o cargo de Senador nos primeiros anos da República. Além
dessas atividades como parlamentar ou como candidato à presidência da
República, realizou muitos trabalhos como jurista e deixou grande quantidade de
artigos escritos para jornais. O material escrito pelo autor e publicado pela
Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, é pouco estudado pelos
historiadores, principalmente, pelos da educação. Rui Barbosa elaborou dois
importantes diagnósticos sobre a educação que se intitulam a Reforma do Ensino
Secundário e Superior (1942) e a Reforma do Ensino Primário e várias
Instituições Complementares da Instrução Pública (1947), que foram apresentados
na Câmara dos Deputados em 1882 e 1883. Ele fez parte, como relator, da
Comissão de Instrução Pública encarregada de apreciar o Decreto n. 7.247, de 19
de abril de 1879, de autoria do ministro Carlos Leôncio de Carvalho, o qual
reformava o ensino primário e secundário no município da Corte e o ensino
superior em todo o Império. Nos pareceres, Rui Barbosa colocou a necessidade do
Estado assumir total responsabilidade para com a oferta da educação, desde o
jardim de infância até o ensino superior, buscando garantir o acesso das
camadas populares. Para a universalização do ensino defendeu a gratuidade, a
laicidade do ensino e a sua obrigatoriedade, organizando a primeira proposta de
um sistema nacional de ensino. Em 1884 deixou o parlamento tendo se candidatado
por duas vezes consecutivos ao cargo, 1885 e 1886, sem ser reeleito. Fora da
Câmara dedicou-se à advocacia, à imprensa e publicou a tradução de Lições de
Coisas, do educador americano Norman Allison Calkins, em 1886. Na imprensa, Rui
Barbosa continuou a luta pela abolição já iniciada como parlamentar. Em 1888
foi decretada a abolição da escravatura, dando por encerrada essa questão. No jornal
Diário de Notícia, iniciou em 1889, uma forte campanha para que a monarquia
adotasse o regime federativo, a exemplo dos Estados Unidos. Proclamada a
República pela tropa comandada pelo general Deodoro da Fonseca, ele foi
convidado para ocupar a pasta das finanças. Após a sua demissão do cargo, a
Câmara foi dissolvida e ele assumiu a direção do Jornal do Brasil, onde pedia
eleição para presidente, após a instauração da ditadura de Floriano Peixoto. Em
1892, se reelegeu senador pela Bahia. Nesta época, o país se agitava e Rui
Barbosa, por fazer forte oposição ao Governo, deixou o Brasil, dirigindo-se, em
1893, para a Inglaterra, local de seu exílio. De Londres colaborou com o Jornal
do Comércio. Em 1895 retornou ao Brasil e no ano seguinte se reelegeu senador
pelo seu estado natal. Rui Barbosa voltou-se para o jornalismo e publicou
artigos no jornal A Imprensa até 1901. No ano de 1902, ele trabalhou junto à
comissão encarregada de estudar o projeto do Código Civil, neste teve uma
intensa participação. Envolveu-se com as discussões sobre os limites das terras
entre Brasil e a Bolívia. Foi convidado em 1907 para ser o representante
brasileiro na Segunda Conferência da Paz, realizada em Haia. Esta participação
causou muita polêmica sobre a atuação do baiano, tendo sido muito festejado no
seu retorno. Em 1909, candidatou-se para presidente da república, sua campanha
fez oposição ao candidato do governo, Hermes da Fonseca, tornando-se conhecida
como Campanha Civilista. Conseguiu maioria dos votos nos grandes centros
urbanos, contudo perdeu no interior do país. Representou o Brasil durante as
comemorações da Independência da Argentina, em 1916. Dois anos depois, disputou
novamente a presidência da república, concorrendo com Epitácio Pessoa que
obteve a maioria dos votos. Ele manteve-se senador até o ano de 1921 quando
renunciou à sua cadeira no senado, retirando-se, em seguida, da vida pública.
Sua intensa participação na vida pública do país o tornou um intelectual
importante, todas as suas idéias sobre o Brasil, a política, os costumes estão
impressas e foram reunidas nas Obras Completas de Rui Barbosa, em processo de
publicação. Tais escritos se compõem de discursos direcionados à sociedade como
candidato a cargos políticos, artigos de jornais, cartas, anotações, discursos
comemorativos, entre outros.
[1] Verbete elaborado por Maria Cristina Gomes
Machado, professora do Departamento de Fundamentos da Educação e do Programa de
Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ma:AR-SA'>[1] Verbete elaborado por Maria Cristina Gomes
Machado, professora do Departamento de Fundamentos da Educação e do Programa de
Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá. Coordenadora e Pesquisadora do HISTEDBR-GT
Maringá.