PAULÍNIA (Cidade de)
[1]
Segundo relatos de Maria das D. Maziero e Meire
T.M. Soares (1999), o interior, assim como todo o litoral brasileiro, foi
dividido em sesmarias[2]
pelo reino de Portugal. Com o fim das concessões das sesmarias, a região foi
se dividindo em fazendas e propriedades cada vez menores. Assim, o que conhecemos
hoje como Campinas, distrito de Barão Geraldo, Paulínia, Cosmópolis, Artur
Nogueira, e outras cidades, em 1899 eram grandes fazendas. Segundo Maziero e
Soares (1999),
Em pouco mais de cem
anos (aproximadamente de 1776 a 1899), passou de sesmaria a vila, tendo
recebido e mesmo nome da estação da Estrada de Ferro Funilense, ou seja, José
Paulino.(p.91).
A cidade de Paulínia se formou na região que
compreendia a fazenda São Benta, uma grande propriedade de terra que no período
de 1885 em diante iniciou seu povoamento sob a influência e acesso de
imigrantes italianos a suas terras.
Segundo Maziero e Soares,
Além da
agricultura diversificada (café e cana-de-açúcar, principalmente) havia o beneficiamento
de arroz e milho, contando com a mão-de-obra escrava e posteriormente,
imigrante, após a promulgação da Lei Áurea, em 1888. (1999, p.24)
No ano de 1897 inicia-se na região da fazenda a
construção da Capela de São Bento, cuja inauguração somente ocorre no ano de
1900, o que dá início à formação da Vila de José Paulino. Neste período, a
região começa a se desenvolver por causa da Estrada de Ferro Funilense, mais
tarde Estrada de Ferro Sorocabana.
Historicamente, o desenvolvimento da região não pôde
mais ser contido. Podemos afirmar que,
apesar das crises, guerras mundiais, e decadência da plantação de café e
cana-de-açúcar nas fazendas, os núcleos se expandiam graças aos esforços dos
moradores, na maioria imigrantes, que depositavam suas esperanças de uma vida
melhor na região.
Já no ano de 1942, a empresa Cia. Química Rhodia
Brasileira se instala na cidade, fato determinado pela 2a Guerra
Mundial que obrigou o nosso país a um surto de desenvolvimento industrial.
Desse modo, foi necessário o aumento da produção de álcool no país. A indústria
francesa comprou a fazenda São Francisco e ampliou a produção de cana de açúcar
na região ao instalar uma usina de destilação de álcool. Em 30 de novembro de
1944, pelo decreto lei 14.334, a Vila de José Paulino, passou a Distrito de
Paz, integrando ainda o Município de Campinas.
Apenas em 28 de fevereiro de 1964, pelo decreto
lei 8.092, Paulínia teve a sua emancipação política, passando a Município. De
acordo com o decreto lei federal 1105, em 1970, passou a ser considerada área
de interesse da segurança nacional, por causa da REPLAN, Refinaria do Planalto.
Pelo decreto lei 2.183, de 19 de dezembro de 1984, deixou de se caracterizar
como área de interesse da segurança nacional.
Paulínia hoje
Hoje Paulínia, segundo dados do IBGE de 1996,
possui uma população de 44.440 habitantes e é constituída como um importante
pólo petroquímico da região sudeste do país, onde se destacam algumas
indústrias como Rhodia, Shell, Cargill, Du Pont do Brasil, Pena Branca, Exxon que,
junto a outros municípios da região de Campinas, representam 9% do Produto
Interno Bruto Nacional (PIB), o que em nível estadual representa 18%. Somos,
portanto, a terceira região mais industrializada do país.
A infra-estrutura da cidade, portanto, apresenta
um nível de qualidade bom para toda a população, que tem acesso a um hospital,
centros de saúde, prontos-socorros, comércio em ascensão, clube social, meio de
comunicação, rede de educação edificada, com uma Escola de Ensino Municipal e
Profissionalizante - CEMEP, dezessete creches, doze escolas de Educação
Infantil (EMEI), catorze Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF’s),
seis Escolas Estaduais de Ensino Fundamental (municipalizadas), uma Escola
Municipal de ensino supletivo de 1a. a 4a. série (Projeto
Alfa - Educação de Jovens e Adultos), oito Escolas de Ensino Fundamental,
quatro Projetos de Educação Não Formal
(Projeto Sol - educação não formal), e um pólo profissionalizante. Possui
também um equipamento de suporte pedagógico, constituído por uma biblioteca,
uma videoteca, um ginásio de esporte; um museu, um jardim botânico e um
mini-pantanal.
Hoje Paulínia ainda tem características de uma típica cidade do
interior, mas com seu crescimento populacional e o desenvolvimento das suas
indústrias e empresas, cada vez mais, passa a se caracterizar como uma cidade
de grande porte. Seu crescimento acarreta os problemas de uma cidade grande,
mas Paulínia os resolve de forma rápida e eficiente. Por exemplo, a rede
municipal de educação no ano de 1998 foi toda municipalizada e o número de
crianças na escola ano a ano aumentou. Além disso, a cidade vem procurando
atender a população e assistindo, sempre que pode, suas necessidades, e desta
forma justificando o seu slogan de “cidade feliz”.
[1] Verbete elaborado por Rita Carvalho
[2] Sesmarias eram antigas medidas agrárias que
correspondiam a 3.000 braços, ou 6.600 metros de terra, sem cultura,
abandonadas, entregues pela coroa Portuguesa a quem se comprometesse a
cultivá-la.