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ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTES[1]

 

Com a vinda da chamada Missão Francesa, em 1816, pretendia-se a implantação do ensino regular de artes (plásticas – pintura, escultura e arquitetura e decorativas) e ofícios (para o incremento da manufatura) com vistas a superar a tradição colonial barroca nas artes e o embelezamento urbano, sobretudo, do Rio de Janeiro, sede do reinado. Dentre quarenta franceses que chegaram ao Rio de Janeiro estavam os mestres Joaquin Lebreton (chefe); Nicolas Antoine Taunay e Jean-Baptiste Debret (pintores); Auguste Marie Taunay (escultor) e François Bonrepos (auxiliar de escultor); Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (arquiteto) e Charles Henri Levasseur e Louis Simohorien Meunié (auxiliares de arquiteto), encarregados de fazer funcionar a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, criada pelo Decreto de 12 de agosto de 1816. A denominação foi alterada posteriormente para Academia Real de Desenho, Pintura, escultura e Arquitetura Civil, pelo Decreto de 12 de outubro de 1820. Passado um mês, ficou designada, pelo decreto de 23 de novembro de 1820, como Academia de Artes. Em 1826 passou então à Academia Imperial de Belas Artes, “célula mater do nosso ensino de arte” (BARBOSA, 1999, p.16). No período republicano, a outrora Academia passa a ser Escola Nacional de Belas Artes. A maioria dos artistas franceses que chegou em 1816 era bonapartista convicta, caídos em desgraça após a queda de Napoleão, e foram contatados por Alexander Von Humboldt “para organizar o ensino das Belas-Artes no Brasil e uma pinacoteca” (IDEM, p.17). “O artista, categoria institucionalizada em nossa sociedade com a vinda da Missão Francesa, não desfrutava a mesma importância social atribuída ao escritor, ao poeta” (IDEM, p. 21).  Antes da instalação de uma escola para esse fim haviam aulas isoladas de desenho. O Seminário de Olinda, fundado em 1800 por Azeredo Coutinho, por exemplo, contava com desenho no currículo, ministrado pelo padre João Ribeiro Pessoa de Melo.

Nos primeiros tempos a Academia Imperial não atraía a atenção tendo os poucos alunos sido recrutados. A arte estava associada à elite, era considerada “símbolo de distinção e refinamento”.

A permanência dos velhos métodos e de uma linguagem sofisticada continuou mantendo o povo afastado, tornando a inclusão da formação do artífice junto ao artista uma espécie de concessão da elite à classe obreira, clima este que, por um processo inverso de excessiva simplificação curricular, envolveu também os cursos noturnos criados posteriormente na Academia para formação do artesão (1860), e que simplificando excessivamente e se reduziram a um mero treinamento profissional com a eliminação dos estudos preparatórios. (BARBOSA, 1999, p.30)

 

Referência bibliográfica:

BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. 3 ed. São Paulo: Editora Perspectiva,1999.


[1] Verbete elaborado por Sônia Maria Fonseca

 

 

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