BARROCO[1]
Com base em
diversos estudos já existentes sobre o movimento barroco como os de Helmut
HATZFELD,1988; Augusto Carlos da Silva TELLES, 1979, e Ana Palmira CASIMIRO,
2005 (Ver nas Referências Historiográficas), e partindo do consenso de que
conceituar um movimento artístico envolve, além do conhecimento formal, a
análise sócio-cultural do lugar onde este floresceu, pode-se afirmar que o
Barroco abraçou tantas ramificações de estilos, apareceu em tão diversas
formas, nos diferentes países e culturas, que parece difícil reduzi-lo a um
denominador comum. De modo geral, foi a
mentalidade filosófica, estética e religiosa do homem europeu, que se expandiu
na Europa e na América Latina, nos séculos XVII e XVIII. Enquanto na Itália e
em outros países católicos, este movimento se manifestou, principalmente, na
arte religiosa, nos países absolutistas ele atuou como instrumento de
manutenção de poder, e nos Países Baixos, serviu para a satisfação da
burguesia. Entretanto, apesar de
adquirir feições originais, em cada região onde se instalou, o barroco não
perdeu suas características formais e estilísticas, canonizadas desde a sua
origem italiana. Além das categorias
formais do barroco, definidas por Heinrich Wölfflin em 1815 (Ver Referências
Historiográficas) em oposição às categorias renascentistas, novas categorias,
formais ou psicológicas foram sendo acrescentadas pelos estudiosos. As
categorias formais que mais caracterizam o barroco são: a intensa movimentação
conseguida com o predomínio das linhas diagonais; os contrastes entre o claro e o escuro; os movimentos de torção; as vestes esvoaçantes; as curvas;
a sinuosidade; o côncavo e o
convexo; as ondulações; o excesso ornamental; a unicidade dos elementos; o pictórico;
a profundidade; os contrastes
violentos. A essas categorias
formais correspondem categorias psicológicas ou reveladoras de sentimentos e
sensações como: dinamismo; ambigüidade; redundância; lirismo; sensualidade;
dramaticidade; exuberância; exagero;
extravagância; tensão, dentre
outras.