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BÍBLIA[1]

 

É o conjunto de todos os livros inspirados no Antigo e no Novo Testamento. Atualmente, a Bíblia católica se divide: a) Antigo Testamento (AT): contém 46 livros que tratam da história do povo de Deus, desde o começo da humanidade, Gênesis, até Jesus Cristo; b) Novo Testamento (NT): contém 27 livros que narram a vida de Jesus e dos apóstolos e os primeiros 60 anos da Igreja. A Bíblia toda contem 73 livros, 1.333 capítulos e 35.700 versículos. A divisão em capítulos foi feita pelo Cardeal Estêvão Langton (em 1228) e a divisão em versículos pelo Frade Santo Pagnino (em 1528). Quase todos os livros do AT foram escritos em hebraico. Tornou-se necessário traduzir a Bíblia para o grego, porque muitos judeus emigraram da Palestina para Roma, Alexandria etc. Foram feitas duas grandes traduções da Bíblia para o grego. A primeira se chama Bíblia Palestinense ou Esdrina, cuja codificação começou 500 a.C. e terminou 100 anos d.C. A segunda tradução se chama Bíblia Alexandrina ou dos Setenta, porque foi traduzida para o grego por 70 sábios de Alexandria, 300 anos a.C. Os livros que aparecem tanto na versão hebraica quanto na versão grega são chamados Protocanônicos. Estes são aceitos por todos, como ‘inspirados’. Os livros que aparecem a mais, apenas na versão Alexandrina, são chamados Deuterocanônicos: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1º  Macabeus, e 2º Macabeus, e alguns capítulos do Livro de Ester e do Livro de Daniel. Nos primeiros séculos da Igreja, os livros deuterocanônicos eram aceitos por todos. As dúvidas começaram a surgir no século IV, devido, sobretudo, a S. Jerônimo que, indo morar na Palestina, se deixou influenciar por alguns judeus que atribuíam menor importância aos livros Deuterocanônicos.

A Bíblia Alexandrina ou dos Setenta foi usada por Jesus e pelos Apóstolos que, das 350 vezes que citam o AT, tiram 300 citações desta versão. Depois, vários concílios reafirmaram a validade desta versão. Assim, a língua hebraica ficou para quase todo o AT e a língua grega ficou para o NT. A primeira grande tradução da Bíblia para o latim, chama-se Vulgata e foi feita por S. Jerônimo no ano de 384. Hexaplas são as edições da Bíblia feitas por Orígenes em seis colunas (hex=6), contém: 1) hebraicos; 2 ) Versão hebraica em caracteres gregos; 3) Versão grega de Áquila; 4) Versão grega de Símaco; 5) Versão grega dos Setenta; 6) Versão grega de Teodocião. Outras traduções da Bíblia: para o grego: Versão Setenta, por ter sido traduzida pelos setenta sábios de Jerusalém entre os séculos III e II a.C.; mais tarde ouve outra tradução feita por Áquila em 130 a.C.; outra versão foi feita por Símaco no século II e ainda outra por Teodocião no século II; para o siríaco: Pechito. Antigo Testamento, no Século II; Novo Testamento, no Século V; para o latim: Ítala, versões latinas anteriores a Jerônimo; Vulgata: edição comum, em parte obra de Jerônimo (os 4 evangelhos, o AT, menos os deuterocanônicos, mais Tobias e Judite). Além das obras de época da Patrística e da Escolástica, algumas
obras historiográficas são essenciais para compreender a história do texto bíblico. Ver nas Referências Historiográficas: BETTENCOURT, Estêvão (1990); BOEHNER, Philotheus; GILSON, Etienne. História da Filosofia Cristã (1995); BORTOLINI, José (1995); DANIÉLOU, Jean e MARROU, Henri (1984); FIGUEIREDO, Dom Fernando Antônio (1989); FRANGIOTTI (1992); HAMMAN, Adalbert-G. (1995); HÄRING, Bernard (1960).

 



[1] Verbete elaborado por Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro

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