É a denominação dada a uma forma
política e de governo que se desenvolve em sociedades em que a burguesia já tem
força suficiente para dominar a economia (mediante as relações capitalistas de
produção), mas ainda não o suficiente para adaptar as instituições, produzir
uma ideologia e impor sua hegemonia.
Os governos de Napoleão
Bonaparte III na França e de Bismarck na Alemanha são os exemplos históricos
mais acabados de bonapartismo (de onde seu nome).
Ambos eram sucedâneos de monarquias absolutistas através de revoluções
burguesas incompletas, que criaram formas políticas despóticas ou autoritárias
em lugar de instituições burguesas liberais.
Na história brasileira o
conceito de bonapartismo pode ser útil na
interpretação de alguns períodos, tais como, o primeiro período Vargas ou o
governo Collor.
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Tanto na Áustria como na Prússia
a moderna grande burguesia tinha, de fato, a oportunidade de "rapidamente
colocar sob seu jugo" a monarquia "por meio da dívida nacional",
mas ela não se valeu desta oportunidade em qualquer dos casos. (...) Essa
burguesia não quer governar. (Engels. The Peasant War in Germany, Prefácio
1874)
Todas as classes dominantes da
Alemanha, tanto os Junkers como os burgueses, haviam
perdido suas energias a tal ponto que ser sem-caráter tornou-se tão
generalizado na Alemanha 'educada', que o único dentre eles que ainda ostentava
força de vontade, tornou-se por isso só seu maior expoente - e tirano, segundo
cuja música dançavam até mesmo contra seu melhor juízo e natureza.
... Bismarck realizou os anseios
da burguesia alemã contra sua própria vontade. (...) A Prússia tornou a ser uma
Grande Potência, e não mais a 'quinta roda' do carro da Europa. A realização
das aspirações nacionais da burguesia ia de vento em popa, mas o método
escolhido não foi o método liberal burguês. ... Bismarck executava seu programa
nacional com uma velocidade e precisão que os enchia de espanto. (Engels. The role of force
in history, 1888).
ENGELS, Friedrich (1888) The rôle
of force in history. Lawrence and Wishart, London,
1968
DEÁK, Csaba (1991) "Acumulação entravada no Brasil" Espaço & Debates
32:32-46 esp. in fine (von
Bismarck Collor de Mello?)
Fonte: http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/4verb/ideolog/index.html
Bismarck governou a Ptússia, depois a
Alemanha (1870-) com "mão de ferro" de 1862 a 1890.