Denominações posteriores:
Cartilha Nacional
Descritores: Educação, História
da Educação
Na primeira metade do século
XIX, formar leitores no Brasil implicava conviver com um conjunto reduzido de material impresso
para o ensino
da leitura. Uma parte desse era
de natureza religiosa (Bíblia, Evangelho) ou legal (Constituição Política do
Império, Código Criminal) tal como previa o art.6º da Lei Imperial de 15 de
outubro de 1827. Foi a partir da segunda metade do século XIX que começaram , com mais freqüência, a surgir, no país, livros
nacionais de leitura destinados especificamente às séries iniciais da
escolarização. As cartilhas escolares passam a ser utilizadas nas escolas
primárias.
A palavra
cartilha, que vem de cartinha, remonta, por seu turno, às situações mais
corriqueiras e freqüentes: até o século XIX, boa parte (muitas vezes a maioria)
dos textos escritos que as crianças traziam de casa para utilizá-los na escola
como materiais de ensino de leitura eram manuscritos: dentre esses, as cartas,
certidões, relatos de viagens. Muitos dos meninos e meninas que, em Portugal,
aprenderam a ler, inicialmente o fizeram mediante a leituras de
cartinhas...(...).Ao analisar a Cartilha Nacional utilizada nas escolas
primárias, escrita por HILARIO RIBEIRO, foi empregado esse
método no IMPERIAL LYCEU DE ARTES E OFFICIOS. A sua 1ª edição foi em
1885 e, segundo o Prefácio do Autor , ela foi
resultado de suas experiências com o ensino simultâneo da leitura com a
escrita, pelo método fônico.O método da Cartilha Nacional constituía em: depois
que o aluno tiver uma idéia clara e consciente de que as vozes são
representadas na escrita pelas vogais, e analisados os respectivos valores de
cada uma, passará o professor a discriminar os elementos fônicos das invogais, começando pelo v que tem valor certo e proferivel. O método proposto é sintético (que partem de
segmentos menores da língua que sintetizados formarão o todo).Do ponto de vista
histórico podemos observar através do seu trabalho o realce ao valor moral e
cívico. Por exemplo :
No final do século XIX a leitura
era um dispositivo importante para a educação cívica e moral,
que poderia ser adquirida através dos livros de leitura que, segundo
ele, eram a “mola real do ensino”. A ideologia que informa os aspectos ligados
à cidadania nos textos das cartilhas geralmente se refere à família, à escola e
à pátria. A família é apresentada nas cartilhas como um mundo à parte em si e
para si, desvinculada da realidade social e econômica. Os textos moldam uma
personalidade de indivíduo subordinado às autoridades públicas e desprovido de
visão do mundo de tipo participativo. Entretanto , são
esparsas as informações sobre as cartilhas entre os séculos XIX e XX.
Fonte:
BOTO,C- Aprender a ler entre cartilhas:
civilidade, civilização e civismo pelas lentes do livro didático.
CARTILHA NACIONAL – HILARIO RIBEIRO.
Responsável pela pesquisa: Solange Ap.ª
de O . Collares
e Profª Dra Maria Isabel Moura Nascimento.
Responsável pela redação:
Solange Ap.ª de O. Collares
Colaboradores: