CATECISMO[1]
Na linguagem atual, ‘catecismo’ é uma exposição das principais
verdades da fé e um guia da ação e da oração, cujo objetivo é orientar a vida
cristã. Seu uso vem desde a Antigüidade, decorrente das necessidades de
evangelização, da educação das crianças, da defesa da fé cristã e da
necessidade de conversão dos hereges.
São conhecidos alguns antigos manuais de instrução na fé, exclusivamente
didáticos, como a Didaché (anônimo,
do tempo dos apóstolos), o Pedagogo
(de Clemente da Alexandria), e outros do período patrístico, que circularam
junto com as primeiras regras de vida cenobítica, como as Catequeses Mistagógicas, de
S. Cirilo de Jerusalém, e a Instrução dos
Catecúmenos, de Santo
Agostinho de Hipona, dentre outros. Uma
sistematização mais eficaz do catecismo aconteceu quando S. Tomás de Aquino, em
1256, expôs, em cinco opúsculos separados, o Símbolo, o Padre-Nosso, a Saudação
Angélica, o Decálogo e os Sacramentos, adaptando-se mais a uma ordem
prática. Os conteúdos tomistas foram
re-elaborados, como catecismo, por ordem do segundo
Sínodo de Lavaur, em 1368 (Martins, 1951, p. 18), e forneceram o modelo padrão,
por onde se orientou a catequese, no decorrer da pedagogia cristã. Com a
Reforma Protestante, uma sistematização mais fundamental veio a ocorrer, a
partir das determinações do Concílio de Trento, o que resultou no Catecismo Romano. No decurso do século
XVI, essa nova forma de catecismo implantou-se na Europa. A necessidade de um
manual de instrução para padres, leigos, crianças e infiéis, foi discutida
desde o início do Concílio de Trento, mas, na verdade, os trabalhos do
catecismo só começaram a tomar vulto no final do Concílio. A partir de então,
os Sumos Pontífices publicaram diversas encíclicas visando uma ampla divulgação
do Catecismo Romano, o que de fato aconteceu. Ao lado disso, apareceram
várias versões em línguas modernas (Martins, 1951, p. 53). Para mais
informações, ver nas Referências Historiográficas: MARTINS, Leopoldo Pires
(1951); MATOS, Henrique Cristiano (1995); VIDE, Dom Sebastião Monteiro da
(1853); e ver, nas Referências Documentais, algumas
importantes obras de época, como: AGOSTINHO (Bispo de Hipona). (1984);
CATECISMO ROMANO (1951); CIRILO DE JERUSALÉM (1977); CLÉMENT D’ALEXANDRIE
(1970).