CEBRAP[1]
Refere-se a Centro
Brasileiro de Análises e Planejamento que foi criado por um
grupo de professores da USP, afastados da Universidade pelos atos
discricionários do regime instituído com o golpe de 1964 e que se agruparam
neste Centro. Fizeram parte deste grupo Boris Fausto, Cândido Procöpio Ferreira
de Camargo, Carlos Estevam Martins, Elza S. Berquó, Fernando Henrique Cardoso,
Francisco C. Weffort, Francisco de Oliveira, José Arthur Giannotti, José
Reginaldo Prandi, Juarez Brandão Lopes, Leôncio M. Rodrigues. Luciano Martins,
Octavio Ianni, Paul Singer, Roberto Schartz. Estes intelectuais alguns
remanescentes do Grupo d’O Capital e na sua maioria afastados da Universidade
pelo Ato Institucional No. 5, faziam os seus encontros
numa casa da rua Bahia, em São Paulo.Temas importantes referentes à
sociedade brasileira passaram a ser objeto de estudo e debates do CEBRAP entre
eles: “distribuição de renda”, “sociedade civil”, “democracia”. Os
pesquisadores ligados ao Centro receberam financiamentos internacionais para as
suas pesquisas. Grande parte dos componentes do Grupo assumiu cátedras no
exterior consolidando laços acadêmicos com pesquisadores e professores
estrangeiros. A parir de 1972 e por quatro anos e meio os membros do CEBRAP,
alijados que tinham sido do seu convívio com os estudantes, expressaram-se pelo
semanário Opinião, que se constitui em importante fonte de pesquisa sobre os
estudos do pensamento social brasileiro da época.