Companhia de Jesus no Brasil[1]
Aprovada pelo Papa Paulo III em 1540, a Companhia de Jesus
era formada por poucos, mas ardorosos, membros preocupados em revigorar a fé
católica. Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, junto com Tomé de
Sousa, liderados pelo Padre Manoel da Nóbrega. Eram pobres e pouco
recebiam da Companhia para sobreviver. Comiam com os criados de
governantes e contavam, mensalmente, com um cruzado em ferro para sua
manutenção. Essa quantia era aplicada
por eles no ensino dos meninos indígenas. Foi em São Vicente que o Padre
Leonardo Nunes construiu, em 1549, a primeira escola-seminário para os meninos
brancos e índios que, ampliada em 1553, tornou-se o segundo Colégio dos
Jesuítas no Brasil. Eles estavam sempre mais
suscetíveis às doenças, pois eram mal-alimentados, mal-abrigados, viviam sem
higiene e andavam pelo meio das matas e rios para irem de uma aldeia à outra. A
situação era tão precária que, em 1552, o próprio Padre Manoel da Nóbrega ainda
vestia a única roupa que havia trazido consigo três anos antes.
É certo que o trabalho missionário produziu bons frutos na
Vila de São Vicente e
também na Vila de São Paulo de Piratininga, principalmente porque os religiosos
percorriam as aldeias distribuindo presentes, socorrendo enfermos e ensinando
músicas e brincadeiras às crianças. Porém, a interferência dos missionários em
relação ao trabalho escravo indígena começou a gerar problemas para os
jesuítas. Isso porque, cada vez mais, os colonos tratavam os índios com
exagerada brutalidade, contrariando a Bula do Papa Paulo III, segundo a qual
era vontade do Espírito Santo que se reconhecesse os índios americanos como
verdadeiros homens.
A
situação se agravou quando os padres procuraram influir nas autoridades locais.
Além disso, receberam grandes propriedades por meio de doações dos donatários
e, desafiando os colonos, decidiram passar a administração das terras para os
índios. Em certo tempo, oficiais da Câmara de Vereadores chegaram até a
expulsar os missionários da Capitania.
Nesse
período, os índios também começaram a se rebelar contra o trabalho escravo e
passaram a atacar as lavouras agrícolas espalhadas pela Vila de São Vicente. As
tribos invadiam as terras, destruíam a plantação, quebravam as ferramentas e
ameaçavam os colonos. E esse foi apenas um de muitos problemas que os
agricultores tiveram que enfrentar aqui.
FONTE http://www.saovicente.sp.gov.br/conheca/historia/ciajesus.asp
[1] Verbete
elaborado por Maria Isabel Moura NASCIMENTO