Condicionalidades[1]
São condições e exigências impostas ou requeridas que se
estabelecem nos acordos comerciais, financeiros e contratuais específicos
gerados entre as instituições multilaterais, particularmente o FMI - Fundo
Monetário Internacional, Banco Mundial/BIRD e BID e os Estados nacionais para
atender fundamentalmente aos interesses econômicos. Estão, portanto, as
condicionalidades entrelaçadas em duas questões, subdivididas aqui
didaticamente: a) as condições econômicas, políticas e ideológicas que são as
exigências de corte amplo e atinge o estabelecimento de metas e orientações
econômicas e políticas estruturais e setoriais, tais como a reforma econômica
(ex.: Plano Real no Brasil), reforma trabalhista, reforma educacional, reforma
previdenciária, reforma estatal, privatização de empresas estatais etc.; b)
condicionalidades contratuais e financeiras quando da realização de empréstimos
para reformas estruturais ou setoriais e estão ancoradas em um conjunto de
mecanismos operacionais, exigências institucionais, políticas e financeiras,
tais como: taxa de juros cobrada e sempre regulada pelo mercado
financeiro internacional e referenciada a partir da decisão apresentada pelo
Tesouro dos Estados Unidos da América - EUA; taxa de câmbio, ou seja, os
contratos quase que absolutamente todos firmados com base na moeda dólar dos
EUA. Desse modo, o país que firmou contrato com a agência multilateral arca com
as despesas do câmbio em relação ao dólar, moeda do contrato, e desta no
mercado financeiro internacional; multas são taxações que se aplicam em
casos de atrasos nos desembolsos da contrapartida nacional (local),
estabelecidas de acordo com os termos contratuais. Pagamento do principal
refere-se ao pagamento do valor emprestado pela agência financeira multilateral,
nos prazos e estabelecidos pelos contratos de empréstimo.
Para maiores informações acerca da criação, funcionamento,
propósitos e condicionalidades requeridas pelas instituições multilaterais,
ver, dentre outros:
ARAÚJO, Aloísio Barbosa de. O governo brasileiro, o Bird e o Bid: cooperação e
confronto. Rio de Janeiro, IPEA, 1991. (IPEA. Série IPEA,
131);
DEITOS, Roberto Antonio. Ensino médio e profissional e seus vínculos
com o BID/BIRD – os motivos financeiros e as razões ideológicas da política
educacional. Cascavel-PR: Edunioeste, 2000. 238 p.;
______. O capital financeiro e a educação no Brasil. Campinas, SP:
FE/UNICAMP, 2005, Tese (Doutorado). Orientadora: Profa. Dra. Maria Elizabete
Sampaio Prado Xavier;
NOGUEIRA,
Francis Mary Guimarães, em Ajuda
externa para a educação brasileira: da USAID ao Banco Mundial. Cascavel, PR:
Edunioeste, 1999, 192 p.
LEHER, Roberto. Da Ideologia do Desenvolvimento à Ideologia da Globalização: a educação como estratégia do Banco Mundial
para o “alívio” da pobreza. São Paulo: USP, 1998. (Tese de Doutorado), 267
p.,
LICHTENSTEJN, Samuel & BAER, Monica. Fundo Monetário Internacional
e Banco Mundial – estratégias e políticas do poder financeiro. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
ACCAME, Ferruccio. (Director de la
División de Análisis de Projectos Sociales del BID). La inversión social e el
desarrollo. In: La primera
decada del BID: perspectivas para el
futuro. Punta del Este, Uruguay: Mesa Redonda, BID, abril de 1970.
BAER, Mônica.
A
internacionalização financeira no Brasil. Petrópolis: Vozes,
1986, 164 p.
______. O rumo perdido: a crise fiscal e financeira do Estado
brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993, 213 p.
BANCO MUNDIAL. Educación
técnica y formación profesional. Documento de política del Banco Mundial.
Washington, D.C.: Banco Mundial, 1992, 95 p. (Resumen).
______. Investindo em Saúde.
Relatório sobre o desenvolvimento mundial 1993. Washington, D.C.: Banco Mundial, 1993.
______. Prioridades y
estratégias para la educación – estudio sectorial del Banco Mundial. Versión preliminar. Washinton,
D.C.: BM, mayo de 1995.
______. O Estado num mundo em
transformação. Relatório sobre o
desenvolvimento mundial 1997. Washington, D.C., EUA, 1997.
______. e CFI. Estratégia de assistência ao país. In: VIANNA JR, Aurélio (Org.). A
estratégia dos bancos multilaterais para o Brasil – Análise crítica e documentos inéditos. Brasília, DF: Rede Brasil sobre Instituições Financeiras
Multilaterais, 1998, p. 86-148.
______. Estratégia de
assistência ao país. Relatório n. 16582-BR.Washington, D.C.: 12 de junho de
1997. In: VIANNA JR., Aurélio. (Org.) et al. A estratégia dos bancos multilaterais para o Brasil – Análise crítica e documentos inéditos.
Brasília, DF: Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, março
de 1998, p. 86-148.
______. Barreiras
jurídicas, administrativas e políticas aos investimentos no Brasil: O
quadro dominante das leis e das políticas e o papel da promoção dos
investimentos. Washington, D.C.: Serviço de Assessoramento sobre Investimentos Estrangeiros.
Um serviço conjunto da Corporação Financeira Internacional e do Banco Mundial,
junho de 2001, volume I.
______. Instrumentos de
empréstimo do Banco Mundial –
Recursos para impacto no desenvolvimento. Washington, D.C: World Bank
InfoShop, julho de 2001.
______. Estratégia de
assistência ao país. (Relatório nr.20160-BR, 06 de março de 2000, Tradução:
Maria Isabel de A. F. Bandeira Taveira e Marieane Arantes R. de Oliveira,
Serviço de Tradução – SIDOC – Senado Federal), 2000. In: Rede Brasil sobre
Instituições Financeiras Multilaterais. BARROS, Flávia (Org.) et al. As estratégias dos bancos multilaterais
para o Brasil (2000-2003). Brasília: Rede Brasil, 2001, Anexo II, p.259-361
e 362-492, Vários anexos.
BID. Convênio constitutivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Washington, D.C.: 1996.
_____. Convênio constitutivo do fundo multilateral de investimos e
convênio de administração do fundo multilateral de investimentos. Washington,
D.C., s.d.
_____. Políticas básicas e procedimentos de aquisições do BID.
Washington, D.C., 1995.
FONSECA, Marília. O Banco
Mundial e a educação: reflexões sobre o caso brasileiro. GENTILI, Pablo
(Org.) et al. Pedagogia da exclusão:
o neoliberalismo e a crise da escola
pública. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995, (p. 169-195).
SOARES, Ricardo Pereira. Dívida pública externa: empréstimos
do BIRD ao Brasil. In: Planejamento e
Políticas Públicas. Brasília, DF: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
vol. 1, n. 21, jun. 2000. (semestral), (103-165).