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ETÍOPES[1]

 

Na antigüidade greco-romana, os egípcios alcunharam seus vizinhos da região ao sul de Siene, atualmente Assuã (Cf. Ez 29, 10), de etíopes, o que significa “caras queimadas” [...] Na época greco-romana, a alcunha etíope (“cara queimada”) se tornou designação genérica dos habitantes desde o sul do Egito, passando por toda a África até os países em torno do Oceano Índico e à India. Mais tarde, etíope tornou-se nome genérico do negro(SUESS in: RIBEIRO ROCHA. 1992). No seu livro, Jorge Benci justifica, de modo especial, a escravidão africana, com um dos mais conhecidos argumentos usados pela religião: a ascendência dos negros de seu pai Caim. Para o Jesuíta, enquanto o pecado original justifica a escravidão de uns povos por outros povos, a origem camita justifica especialmente a escravidão dos negros africanos (ou etíopes). Estas idéias foram retiradas do Gênesis (9, 25) no trecho que se refere à maldição lançada a Caim e a toda a sua descendência, pelo seu pai, Noé, pelo desrespeito que ele tivera consigo: “Quando Noé acordou de sua embriaguez, soube o que lhe fizera seu filho mais jovem. E disse: ‘Maldito seja Canaã! Que ele seja, para seus irmãos, o último dos escravos!’. E disse também: ‘Bendito seja Iahweh, o Deus de Sem, e que Canaã seja seu escravo! Que Deus dilate Jafé, que ele habite nas tendas de Sem, e que Canaã seja seu escravo! ”. Essas idéias foram  utilizadas muitas vezes como justificação religiosa da escravidão (Ver nas Referências Documentais: Jorge BENCI (1977) e Manoel RIBEIRO ROCHA (1992). Conferir na BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 1995.

 



[1] Verbete elaborado por Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro

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