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LUZ E TREVAS[1]

 

Na religiosidade semita estava sempre presente a dualidade luz e trevas, a luz significando o bem e as trevas significando o mal. Vê-se essa dualidade na cultura dos essênios e igualmente em outras religiões orientais como, por exemplo, no zoroastrismo. O Evangelho de S. João destaca o valor que tinham os conceitos luz e trevas para conotar o bem e o mal, Deus e o demônio e a vida eterna e a morte eterna e também o Logos. Na Primeira catequese Mistagógica aos Recém-iluminados, S. Cirilo prega aos neófitos dizendo: “Entrastes primeiro no adro do batistério. Depois vos voltastes para o Ocidente e atento escutastes. Recebestes então a ordem de estender a mão, e renunciastes a satanás...” De acordo com a liturgia da época, as igrejas eram construídas com a frente para o Oriente ou nascente (onde nasce o sol, lugar de luz) o altar ficava para o lado do Ocidente, ou poente (onde o sol se põe, lugar das trevas). Os batizandos, deveriam dizer:  “Eu renuncio a ti, satanás”. Quero também falar-vos porque estais voltados para o Ocidente, pois é necessário. O Ocidente é o lugar das trevas visíveis e como aquele [satã] é trevas, tem o seu poder nas trevas. “Por essa razão, simbolicamente olhais para o Ocidente e renunciais a este príncipe tenebroso e sombrio...” (S. CIRILO DE JERUSALÉM, 1977, p. 21). Além da Obra de Cirilo, ver, Nas referências Documentais, as obras de outros Padres da Antigüidade .  

 



[1] Verbete elaborado por Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro

 

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