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Nacionalismo[1]

 

         O nacionalismo pode ser considerado como doutrina ou filosofia política que prega valores tais como: bem estar social, e que o individuo deve guardar lealdade e devoção à nação. Assim, o Estado nacional é entendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por interesses comuns. Portanto, o nacionalismo pode ser entendido como um movimento político social que visa uma organização social que se fundamenta na coesão social, a identidade coletiva e a cultura das nações (Encina, 2004).

         Os conceitos de nação e nacionalismo são fenômenos construídos dentro da sociedade e são condições necessárias para advento das ideais nacionalistas a presencia da prensa e o desenvolvimento do capitalismo (Anderson 1989).

          Historicamente a origem da concepção de nacionalismo pode situar-se na Revolução Francesa, quando a burguesia declarou que o poder político emanava do povo e da nação, contrariando à nobreza e ao clero que defendiam o poder divino, também proclamava a lealdade à pátria, substituindo a figura do rei. Durante o século XVIII e o XIX, com o desenvolvimento da Revolução Industrial, as idéias nacionalistas se propagam, coincidindo com o desenvolvimento da economia nacional, a ascensão da classe média, as demandas populares de um governo representativo e o desejo imperialista. 

          O Estado Nação surgiu na Europa a partir do tratado de Westfalia (1648), assinado após a guerra dos 30 anos, este documento estabeleceu alguns princípios internacionais como: o reconhecimento da soberania nacional; o Estado foi declarado como a máxima autoridade em direito nacional e internacional, deixando de lado o poder do papado ou do rei. Também definiu que todos os estados têm o mesmo valor e direitos. Entretanto as idéias nacionalistas tiveram até o século XIX um caráter elitista, momento em que são propagadas por toda Europa, dominando as políticas européias e mundiais. E no final , do século se expandiram pela Ásia, Índia, China e Japão. 

         Na América Latina, as idéias nacionalistas se disseminaram no início do século XX, associados a um projeto de desenvolvimento de uma economia nacional.  Num primeiro momento este movimento teve características conservadoras e antiliberais, tendo como premissa a recuperação da latinidade e a volta às tradições e ao passado –espanhol/português. Também as idéias nacionalistas foram ser associadas ao pensamento de esquerda de caráter antiimperialista que defendia o desenvolvimento da indústria nacional.

 

Referências

 

Encina y  Pérez de Onraita, Ricardo de la;.  Poder y Comunidad. Una sociología del nacionalismo. Pamplona:Pamiela, 2004.

ANDERSON, Benedict. Nação e Consciência Nacional. São Paulo: Editora Ática. 1989.

 

[1] Verbete elaborado Margarita Victoria Rodríguez

 

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