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PROGRAMA DE GOTHA[1]

 

Foi elaborado para ser apresentado no Congresso de 22 a 27 de Maio de 1875 em Gotha, quando então se reuniram as duas organizações operárias alemãs ao tempo existentes: o Partido Operário Social Democrata (os eisenachianos) dirigidos por Liebkenecht e Bebel e a União Geral dos Operários Alemães, organização lassaliana acaudilhada por Hasenclever e Tölcke, para formar uma organização única, o Partido Socialista Operário da Alemanha. Marx e Engels viam o projeto do Programa do futuro Partido operário unificado da Alemanha pejado de erros graves e de concessões aos princípios lassallianos. O Programa foi objeto de uma crítica rigorosa por parte de Marx em 1785. Esta é sem dúvida em vigorosa tomada de posição perante os recuos a princípios liberais do Programa. Em estilo contundente que lhe é característica, Marx formulou nele e conforme Lênin “todas as teses sobre as questões fundamentais da teoria do comunismo científico”, nele encontramos contribuições para a teoria sobre o Estado segundo o materialismo histórico–dialético. Esta obra permanece para lá do seu lugar histórico concreto, é leitura importante para toda a elaboração teórico-prática socialista. Engels publicou o texto da Crítica do Programa de Gohta em 1891, 15 anos depois de ter sido redigido e 7 anos após a morte de Marx. No prefácio ao Programa Engels dá conta das mudanças operadas historicamente para justificar “quando não estavam em causa razões de fundo” a supressão de “algumas expressões” e a sua substituição por “reticências”. Por ocasião da publicação da Crítica do Programa de Gotha, Engels deparou-se com uma certa oposição da parte dos dirigentes da social – democracia da revista Die Neue Zeit, e de Kautsky, seu redator, vendo-se na contingência de introduzir umas quantas modificações e fazer alguns cortes. Entrtanto a obra de Marx foi recebida com satisfação pela quase totalidade dos membros do partido alemão e pelos socialistas dos outros países que o consideraram um documento com força de programa para todo o movimento socialista ionternacional. A Crítica do Programa de Gotha e o seu Prefácio não voltaram a ser editados na vida de Engels. Só em 1932, na URSS, seria editado o texto integral.

 



 



[1] Verbete elaborado por Maria de Fátima Rodrigues Pereira.

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