PROVÃO[1]
Nome popular pelo qual ficou conhecido o Exame Nacional de Cursos (ENC), criado pela Lei n° 9.131, de
24/11/1995, e regulamentado pela Portaria n° 249, de 18/03/1996. Em seu
primeiro ano de aplicação, 1996, abrangeu aos graduandos de apenas 4 cursos de
graduação de todas as instituições de ensino superior. Em 2003, após anos de
intensas críticas de parte da comunidade acadêmica e dos boicotes promovidos
por muitos estudantes, o exame foi extinto. Nesta época, abrangia um total de
24 áreas de graduação, com 5.030 cursos e 395.955 estudantes inscritos.
Em meados dos anos 1990, o ENC constituiu-se num dos eixos centrais
das reformas educacionais dos governos Fernando Henrique Cardoso na presidência
da República e do ministro da educação, Paulo Renato Souza. Foi alvo, também,
de intensa propaganda por parte deste governo, o qual apresentava o ENC como
panacéia para os problemas da qualidade do ensino superior no país. Na prática,
constituía-se num exame de caráter nacional, homogêneo, elaborado por grupos de
“especialistas” de cada uma das áreas do conhecimento avaliadas. A maior parte
do exame era composta por testes de múltipla escolha, sendo uma pequena parte
de questões dissertativas. O provão atribuía conceitos individuais (A, B, C, D
e E) aos candidatos, que, por sua vez, eram obrigados a comparecer ao exame,
mas não obrigados a obterem bons conceitos. A ausência do aluno implicava na
impossibilidade de acesso ao diploma escolar até que ele prestasse o exame em
anos subseqüentes. Tendo funcionado entre 1996 e 2002 e produzido diversos rankings entre as instituições de
ensino, jamais houve qualquer tipo de punição ou cerceamento das atividades
naquelas instituições que, por mais de 3 anos consecutivos, obtiveram conceitos
“D” e “E” no exame, pelo conjunto de seus alunos.
Para o estudo do Provão, é fundamental consultar a Lei n° 9.131, de 24/11/1995, que criou
o Exame, e a Portaria n° 249, de
18/03/1996, que regulamentou o mesmo. (ambas disponíveis em
http://www.prolei.inep.gov.br/prolei/).
Para uma visão crítica do Exame, ver José Dias Sobrinho, Universidade e avaliação (2002), José Dias Sobrinho e Dilvo
Ristoff (Orgs.), Universidade
desconstruída: avaliação institucional e resistência (2000); João dos Reis
Silva Jr. e Valdemar Sguissardi, Novas
faces da educação superior no Brasil (1999); Afrânio Catani e João
Oliveira, Educação superior no Brasil:
reestruturação e metamorfose das universidades públicas (2002); Maria Ciavatta Franco e
Gaudêncio Frigotto, “Provão” –
totalitarismo autoritário e antiautonomia universitária (1997).
[1] Verbete
elaborado por Lalo Watanabe Minto