PÚBLICO NÃO-ESTATAL[1]
Concepção muito disseminada nos anos 1990, no Brasil, o público não-estatal deu forma a uma das
principais medidas das reformas educacionais no período, a saber, a
transferência de atividades realizadas pelo Estado ao setor privado. O
pressuposto do público não-estatal é de que o Estado é burocrático, ineficiente
e ineficaz na execução de serviços públicos como a educação, deixando o setor
privado encarregado de oferecer tais serviços, para o qual recebe recursos
estatais. Como se trata de um serviço para grandes contingentes populacionais,
convencionou-se chamar de “público”; e já que é executado pelo setor privado
supostamente sem fins lucrativos (confessional, filantrópico ou comunitário),
então público não-estatal. Seu
principal difusor, no Brasil, foi o economista Luis Carlos Bresser Pereira, que
esteve à frente do Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado
(criado em 1995), especialmente criado para realizar esta reforma.
Para o seu estudo é fundamental consultar o Plano Diretor da Reforma do Aparelho de
Estado (1995), documento do Ministério da Administração Federal e da
Reforma do Estado. Igualmente
fundamental é consultar a obra de Luis Carlos Bresser Pereira,
Estratégia e estrutura para um novo Estado (1997).
Sobre os impactos dessa concepção nas políticas educacionais, ver João
dos Reis Silva Jr., Reforma do Estado e
da educação no Brasil de FHC (2002);
João dos Reis Silva Jr. e Valdemar Sguissardi, Novas faces da educação superior no Brasil: reforma do Estado e mudança
na produção (1999).