RATIO STUDIORUM[1]
Conjunto de normas criado para
regulamentar o ensino nos colégios jesuíticos. Sua primeira edição, de 1599,
além de sustentar a educação jesuítica ganhou status de norma para toda a
Companhia de Jesus. Tinha por finalidade ordenar as atividades, funções e os
métodos de avaliação nas escolas jesuíticas. Não estava explícito no texto o
desejo de que ela se tornasse um método inovador que influenciasse a educação
moderna, mesmo assim, foi ponte entre o ensino medieval e o moderno. Antes do documento em questão ser elaborado, a ordem tinha suas
normas para o regimento interno dos colégios, os chamados Ordenamentos de
Estudos, que serviram de inspiração e ponto de partida para a elaboração da Ratio Studiorum. A Ratio Studiorum se transformou de
apenas uma razão de estudos em uma razão política, uma vez que exerceu
importante influência em meios políticos, mesmo não católicos. O objetivo maior
da educação jesuítica segundo a própria Companhia não era o de inovar, mas sim
de cumprir as palavras de Cristo: “Docete omnes gentes, ensinai, instrui, mostrai a todos a verdade.”
Esse foi um dos motivos pelos quais os jesuítas desempenharam na Europa e
também no chamado “Novo Mundo” o papel de educadores, unido à veia missionária
da Ordem. Para seu estudo é obrigatória a leitura da tradução do documento para
o português, feita pelo padre jesuíta Leonel FRANCA (1952). É recomendável
também a consulta à mais recente edição francesa, traduzida por DEMOUSTIER
& JULIA (1997), que traz junto o original latino (Ver Referências
Documentais). Além da leitura do próprio documento, consultar as Constituições
da Companhia de Jesus que ajuda a entender as normas que regem o funcionamento
interno da Ordem (Ver Referências Documentais). As obras essenciais
relacionadas ao tema foram escritas por Daniel ROPS (1965), A. GUILLERMOU
(1960), L. LUKÁCS (1965 e 1974), José Maria DE PAIVA (1981), IGNÁCIO DE LOYOLA
(1982), R. FRÖLICH (1987), Émille DÜRKHEIM (1990), DE
DAINVILLE (1991), Cézar de Alencar ARNAUT DE TOLEDO
(2000) (Ver Referências Historiográficas).
[1] Verbete elaborado
por Cézar de Alencar Arnaut
de Toledo, Flávio Massami Martins Ruckstadter e
Vanessa Campos Mariano Ruckstadter.