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ULTRAMONTANISMO[1]

 

Do latim ultramontanus. O termo designa, no catolicismo, especialmente francês, os fiéis que atribuem ao papa um importante papel na direção da fé e do comportamento do homem. Na Idade Média, o termo era utilizado quando  elegia-se  um papa não italiano (“além dos montes”). O nome toma outro sentido a partir do reinado de Filipe, o Belo (século XIV) na França, quando postularam os princípios do galicanismo, no qual defendiam o princípio da autonomia da Igreja francesa. O  nome ultramontano foi  utilizado pelos galicanos  franceses , que pretendiam manter uma  igreja separada do poder papal e aplicavam o termo aos partidários das doutrinas romanas que acreditavam ter que renunciar aos privilégios da Gália em favor da “cabeça” da Igreja (o papa), que residia “além dos montes”. O ultramontanismo defende portanto o pleno poder papal.

Com a Revolução Francesa, as tendências separatistas do galicanismo aumentaram.As idéias ultramontanas também.  Nas primeiras décadas do século XIX, devido a freqüentes conflitos entre a Igreja e o Estado em toda a Europa e América Latina, foram chamados de ultramontanos os partidários da liberdade da Igreja e de sua independência do Estado.

O ultramontanismo passou a ser referência para os católicos dos diversos países, mesmo que significasse um distanciamento dos interesses políticos e culturais. Apareceu como uma reação ao mundo moderno e como uma orientação política desenvolvida pela Igreja, marcada pelo centralismo romano, um fechamento sobre si mesma, uma recusa do contato com o mundo moderno. Os principais documentos que expressam o  pensamento centralizador do papa são as encíclicas de Gregório XVI (1831-1845), Pio IX ( 1846-1878), Leão XIII (1878-1903)  e Pio XI (1922-1939).

 

Bibliografia:

CAES, André Luiz. As portas do inferno não prevalecerão : a espiritualidade católica como estratégia política. Tese de Doutorado. IFCH/UNICAMP, fevereiro de 2002

LUSTOSA, Oscar Figueiredo . A Igreja Católica no Brasil e o regime republicano. São Paulo: Ed. Loyola – CEPEHIB, 1990

 



[1] Verbete elaborado por Ana Cristina P.Lage

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