ANAIS  do IV SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS

"HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL"

UNICAMP - FE - HISTEDBR


 

APRESENTAÇAO

               Nesta publicação, página eletrônica e / ou CD-ROM estão os Anais do IV Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil", realizado entre os dias 14 e 19 de dezembro de 1997, em Campinas, na FE / UNICAMP, por iniciativa do Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR), sediado na Faculdade de Educação da UNICAMP.

              O referido seminário teve como tema central geral "0 debate teórico e metodológico na História e sua importância para a pesquisa educacional", o qual foi abordado na conferência de abertura e desdobrado em 4 (quatro) Mesas Redondas realizadas no período da manhã, entre os dias 15 e 18 de dezembro de 1997. As Mesas Redondas foram as seguintes:

               1. Questões teórico-metodológicas da História;

               2. Questões teórico-metodológicas da História da Educação;

               3. Trajetórias da pesquisa em História da Educação no Brasil;

               4. Problemática teórico-metodológica da História da Educação desde as diferentes experiências nacionais ou regionais.

              A coordenação do Seminário, dentre várias possibilidades de divulgação dos resultados, optou por três alternativas distintos.  A primeira decisão foi em produzir o presente CD-Rom com todo o material do Seminário, isto é, os textos da conferência de abertura e da correspondência do coordenador executivo do Grupo, as conferências proferidas nas quatro Mesas Redondas e todos os resumos e trabalhos completos apresentados nas sessões de comunicações.  Futuramente, o conteúdo deste CD-Rom estará também disponível na home page do Grupo, acessível através do seguinte endereço: http://fe.unicamp.br/html/histedbr/.

              O segundo meio deu-se pela publicação de um livro que reúne os textos das conferências proferidas nas três primeiras Mesas Redondas, precedidas da conferência de abertura que esteve a cargo do Coordenador Geral do Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil", entidade promotora do evento[1]. Finalmente, o terceiro meio previsto é a publicação de uma coletânea, co-editada pela Autores Associados e HISTEDBR, com os textos resultantes da quarta Mesa Redonda e que contou com a participação de representantes da Espanha, Argentina, Chile, Uruguai, Itália e Portugal, além do coordenador do GT - História da Educação da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Educação (ANPEd), juntamente com trabalhos resultantes da participação de autores estrangeiros presentes no III Seminário.

              Buscando dar conta do conjunto dos textos e trabalhos resultantes do seminário, o presente CD-Rom foi estruturado, em sua forma e conteúdo, seguindo as linhas gerais do evento.

              Em Sessão de Abertura estão disponibilizados dois textos. O texto intitulado "Teorias e Métodos para a História da Educação: imperativos para nosso Grupo de Pesquisa (HISTEDBR)", resulta de mensagem do Prof. Dr. José Claudinei Lombardi, coordenador executivo do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”, impedido de comparecer por ordem médica. Satirizando seu estado cardio-vascular, lamenta não poder estar presente aos trabalhos do seminário, salientando que considera de fundamental importância e atualidade o debate teórico-metodológico, notadamente quando virou "onda" - como outras, passageira - declarar a crise de paradigmas metodológicos das ciências humanas. Em seguida conclama a todos os membros do Grupo a fazerem uma avaliação dos encaminhamentos do coletivo de pesquisa e a construção de um Plano de Trabalho para o próximo biênio (1998 e 1999).

O texto “O debate teórico e metodológico no campo da História e sua importância para a pesquisa educacional” é a conferência de abertura proferida pelo Prof. Dermeval Saviani, coordenador geral do Grupo HISTEDBR. Após situar a emergência da História como um problema filosófico e científico na época moderna, indicou-se a trajetória dos estudos históricos que desembocou no atual debate que contrapõe entre si dois grandes paradigmas denominados de iluminista ou racionalista, o primeiro, e pós-moderno, o segundo. O primeiro paradigma tem origem no século XIX com o positivismo e o marxismo e se prolonga, neste século, com a “Escola dos Annales” nas suas duas primeiras fases, isto é, de 1929 a 1969. O segundo se constitui a partir da década de 1970 com a terceira fase da “Escola dos Annales” dando origem às diferentes abordagens que vêm sendo difundidas de um modo geral sob a denominação de “Nova História”. Tendo em vista a historicidade do fenômeno educativo, esse debate tem profundas conseqüências na pesquisa educacional de um modo geral,  e na pesquisa histórico-educacional, em particular.

               Em Conferências e Mesas Redondas estão reunidos os textos das conferências ocorridas nas Mesas Redondas realizadas no seminário. Para facilitar aos leitores, os recursos de informática possibilitam que os textos sejam acessados por autor(es) ou títulos. Apesar disso, os textos resultam de Mesas Redondas que foram organizadas para tratar de temáticas definidas, tal como segue.

               A primeira Mesa Redonda tratou de Questões teórico-metodológicas da História e contou com a participação dos professores Edgar Salvadori de Decca, do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP; José Carlos Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais; e José Paulo Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

               O texto de Edgar de Decca, "Narrativa e História", versa sobre a "Nova História" caracterizando o momento atual como de extrema fragmentação em múltiplas abordagens, segundo ele muito bem espelhada no título da obra de François Dosse, A história em migalhas. Manifestou-se, porém, otimista diante desse quadro, acreditando que daí poderá surgir algo efetivamente novo em relação às condições de investigação que ainda predominam atualmente.

               José Carlos Reis, em "Os Annales: A renovação teórico-metodológica e 'utópica' da História pela reconstrução do tempo histórico", ensaia uma interpretação de conjunto da "Escola dos Annales" caracterizando-a à luz do contexto europeu do século XX, marcado pelo drama das duas grandes guerras a partir do qual elaborou uma tese bastante instigante: cansados das revoluções e do apelo ao progresso que precipitaram os homens nas guerras com a sua seqüela de sofrimentos, os investigadores dos "Annales" buscaram construir uma concepção de História de caráter estrutural, centrada nas permanências, nos tempos longos e nas mudanças lentas, aspirando, de certo modo, a eternizar as formas da existência humana.

              José Paulo Neto, distinguindo entre uma análise marxista, isto é, referida às diferentes correntes derivadas de Marx, e uma análise marxiana, isto é, centrada na própria produção teórica de Marx, optou por se circunscrever a essa segunda perspectiva, reconstruindo a trajetória da obra de Marx desde os primeiros escritos de 1843 até os textos de 1857 e 1858.  Detecta uma grande coerência e unidade no conjunto dessa produção e explicita as características fundamentais da concepção marxiana da História, concluindo pela sua extrema atualidade dessa concepção e que nos permite compreender as leis básicas que regem o surgimento, desenvolvimento e transformações da sociedade capitalista, isto é, a forma social hoje em vigor.

               A segunda Mesa Redonda voltou-se para o debate do tema Questões teórico-metodológicas da História da Educação, e reuniu as contribuições dos professores Zeila de Brito Fabri Demartini, do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação,  da Faculdade de Educação da UNICAMP; Elomar Tambara, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas; Mirian Jorge Warde, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; e Zaia Brandão, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

               No texto denominado "Algumas reflexões em torno da pesquisa histórico-sociológica sobre a educação da população brasileira", Zeila Demartini aborda as relações entre a pesquisa no âmbito das Ciências Sociais e da História, explicitando as suas convergências e especificidades e conclui sua análise com o tema da "história oral", destacando sua importância para a historiografia, desde que operada com os devidos cuidados metodológicos.

               Em "Problemas teórico-metodológicos da história da educação" Elomar Tambara empreende uma análise cuja temática central gira em torno daquilo que o próprio autor considerou como preocupações suas com os problemas, limites e incongruências dos enfoques historiográficos que hoje estão na moda e que se inspiram, via de regra, na corrente da "História Nova".

               Baseada em pesquisas recentemente concluídas ou em andamento e ancorada na literatura internacional, Mirian Jorge Warde apresenta um texto bastante articulado, intitulado "Questões teóricas e de método: a História da Educação nos marcos de uma história das disciplinas",  compondo um quadro suficientemente claro da produção historiográfica na área da educação nas últimas três décadas.

               Fechando o segundo tema, o texto "A historiografia da educação na encruzilhada", de Zaia Brandão, discute a autonomização do campo pedagógico, a escassez disciplinar e os problemas de identidade da área de educação como pano de fundo para abordar a questão da história da educação, o que é feito em três momentos: a retomada de um ensaio de Anísio Teixeira sobre as relações entre a educação e as ciências; a trajetória da pesquisa da própria autora no campo da historiografia da Escola Nova no Brasil; e considerações sobre os reflexos na historiografia da educação dos atuais desafios da construção da identidade do campo pedagógico.

               A terceira Mesa Redonda tratou do tema Questões relativas à trajetória da pesquisa em história da educação no Brasil.  Dela participaram os professores e historiadores da educação Jorge Nagle, ex-reitor da UNESP e ex-presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo; Carlos Roberto Jamil Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais e então presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação; e Maria Luísa Santos Ribeiro, professora aposentada da PUC-SP e secretária executiva da ANPED.  Os referidos professores, tendo produzido obras de significativa repercussão no campo pedagógico, deram um testemunho do processo e do contexto em que essas obras foram produzidas.

               Em "Trajetórias da pesquisa em história da educação no Brasil" Jorge Nagle, após detalhar a sua trajetória, em especial no que toca à produção e divulgação da obra Educação e Sociedade na Primeira República, destaca, à guisa de conclusão, a importância do estudo da História Universal da Educação com ênfase nos clássicos tanto da História Geral da Educação como da História da Educação Brasileira.

               Carlos Roberto Jamil Cury, no texto "A pesquisa histórico-educacional no Brasil: um depoimento a partir de uma trajetória", enfatiza a necessidade de se mergulhar nas fontes parlamentares, em especial nos momentos da elaboração de Constituições através de Assembléias Constituintes, para reconstruir a história das políticas educacionais.

               O texto de Maria Luísa Santos Ribeiro, "Trajetória pessoal no campo da pesquisa histórica sobre a organização escolar na sociedade brasileira", descreve sua trajetória em três fases.  A primeira fase, correspondente ao período compreendido entre 1968 e 1978, decorreu da exigência posta pelo exercício do magistério em sala de aula. A segunda (l979-1983) tem em seu centro a pesquisa de doutorado ligada à exigência da carreira universitária.  A terceira fase (1969-1991) destaca a exigência da participação no movimento dos professores universitários. Como eixo que atravessa as três fases destacam-se a questão da articulação entre teoria e prática e a necessidade de que o imperativo do compromisso político-social não dispense o necessário rigor metodológico e conceptual que deve presidir todo processo investigativo de caráter científico.

    A quarta Mesa Redonda foi denominada Problemática teórico-metodológica da História da Educação desde as diferentes experiências nacionais ou regionais. Integraram a Mesa os professores José Maria Hernández D., catedrático de História da Educação da Universidade de Salamanca, Espanha; Adrian Alberto Ascolani, da Universidade Nacional de Rosario, Argentina; Luciano Mendes de Faria Filho, coordenador do Grupo de Trabalho em História da Educação da ANPEd - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação, Brasil; Nicolas Alfonso Cruz, da Pontifícia Universidade Católica do Chile e da Sociedade Chilena de História da Educação; e Diana Dumar, da Universidade da República, Uruguai.

    O Prof. Alberto Martinez Boom, presidente da Sociedade Colombiana de História da Educação, impedido de comparecer por dificuldades sobrevindas à última hora, enviou uma mensagem aos participantes do Seminário. O Prof. Justino Pereira de Magalhães, Coordenador da Secção de História da Educação da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação também enviou mensagem e, além disso,  o texto “História das Instituições Educativas”. Igualmente o Prof. Antonio Santoni Rugiu, professor emérito de História da Educação da Universidade de Florença, Itália, também impedido de participar enviou o texto  “Per una Moderna Storia dell’Educazione” .

               Em "La Historia de la educación en Chile: su estado actual y desafios metodológicos", Nicolás Cruz aponta para uma consolidação acadêmica do estudo da História da Educação no seu país, embora os níveis acumulados de informação continuem baixos. A história política da educação está relativamente construída, mas o desafio central é escrever a história da educação efetivamente realizada.

               De uma prática anterior, quando os historiadores não prestavam muita atenção na História da Educação, a partir das duas últimas décadas registra-se uma mudança nesse quadro. Ensaiam-se contatos entre os jovens historiadores e os educadores. Também é o período em que a produção proveniente de ONGs. vem tornando-se significativa, bem como o seu caráter interdisciplinar. Nos últimos anos, entretanto, as novas condições do país levaram muitos pesquisadores, em detrimento da prática investigativa que vinham desenvolvendo, a se dedicarem a tarefas do Ministério da Educação. As Escolas de Educação, por sua vez, não têm gerado trabalhos de investigação na área, ressalvadas as poucas exceções.

               A Sociedade Chilena de História da Educação se põe a tarefa de animadora do debate sobre a História da Educação e de divulgadora dos temas centrais dessa história, mas não assumiu a responsabilidade de desenvolver investigação histórica e não tem condições de auxiliar os seus membros a realizá-la. Os desafios atuais são a busca dos historiadores por maiores espaços de investigação e a formulação de temas e trabalhos interdisciplinares.

               Adrián Ascolani em "La Historia de la Educación en Argentina: Historiografia y construcción de un campo específico (1970-1990)", indica que até a década de 60, a preocupação com a História da Educação foi escassa entre os historiadores argentinos de uma escola tradicional-liberal, fatual e documentalista - institucionalmente representada pela Academia Nacional de la Historia. Historiadores jovens, a partir da década de 60 adotaram as novidades teóricas da Escola dos Annales e até revisaram trabalhos anteriores. Antes, porém, que a nova tendência estivesse suficientemente conhecida, recobrou-se uma visão tradicional do materialismo histórico ou do pensamento marxista proveniente das correntes gramsciana e inglesa. Os estudos referidos à história da educação, com influências diversas e variações nas últimas décadas, situam-se nesse quadro.

               São revisadas, a seguir, as publicações de maior circulação durante os anos 80 quanto às tendências dos seus respectivos níveis de análise das diferentes temáticas, quanto à argumentação ou demonstração de que se utilizam e quanto às periodizações que estabelecem. Há uma avaliação positiva da ruptura provocada por essa produção mais recente em relação ao modelo historiográfico anterior.

               "Questões teórico-metodológicas da História da Educação: um olhar a partir do GT História da Educação da ANPEd", de Luciano Mendes de Faria Filho, propõe apontar a contribuição do GT de História da Educação da ANPEd para com as discussões das questões teórico-metodológicas da História da Educação. Registra o caráter institucional do GT e, das suas origens aos dias de hoje, o sentimento de pertencimento profissional ao campo da História, a partir da História da Educação. Faz também um balanço positivo do enriquecimento teórico-prático das pesquisas, decorrente das relações estabelecidas entre pesquisadores historiadores, pesquisadores da história da educação, num quadro de muita pluralidade inovadora.

               Justino Pereira de Magalhães, em "Breve apontamento para a história das Instituições Educativas", define a História da Educação como área de conhecimento que tem por objeto epistêmico a educação em sua polissemia. Alerta para os diferentes planos de abordagens possíveis, para a questão das fontes e das categorias analíticas.

               Estabelecendo várias características da Instituição Educativa aponta também para o seu cotidiano, a memória e o arquivo, tomados em sentidos amplos, como a iluminação sobre a realidade a historiar e o processo epistêmico para o fazer. Pela necessidade de uma prática hermenêutica e não só descritiva, à memória e à história oral cabem palavras fundamentais. Na seqüência, enuncia a problemática que subjaz à investigação da Instituição Educativa.

               Finalmente, A. Santoni Rugiu, com o texto "Por uma moderna História da Educação", traduzido por Maria de Lourdes Menon, propõe um largo campo de pesquisa histórica e defende a pesquisa histórico-social da educação como um lugar onde há espaços para todos. Reconhece-se um devedor à Nouvelle Histoire, principalmente a Jacques Le Goff e à terceira geração dos "Annales". Considerando que o historiador deve se sentir filho do próprio tempo, discute os limites das periodizações estabelecidas no ensino da história e sugere como superação a "longa duração". Também em relação ao ensino de história, em especial quando para crianças, ressalta o benefício do uso de um método regressivo - do presente para o passado - mas que, com a formação desenvolvida, tem que ser invertido: "a justa direção do discurso histórico é aquela do passado ao presente".

               Na seqüência, o autor discute a importância da história no ensino, vendo com otimismo os avanços de uma história não tradicional, não vinculada ao poder e essencial na formação dos estudantes. Conclui, então, por um reconhecimento do lugar da história, não só no ensino, mas em todos os meios modernos de comunicação.

               Outra parte dos Anais e do CD-Rom é composta por Comunicações - Resumos e Textos Completos, onde estão reunidos os resumos e textos dos trabalhos inscritos para o Seminário. Também esses itens foram organizados para que os textos possam ser acessados por autor(es) ou título(s). Os trabalhos inscritos foram apresentados em Sessões de Comunicações. Em decorrência do grande número de trabalhos, foram organizadas quatro Sessões simultâneas, durante três dias consecutivos (15, 16 e 17 de dezembro de 1997) no período vespertino, perfazendo um total de doze sessões.

      Foram inscritos 153 pesquisadores com 130 trabalhos dos quais 102 foram programados para apresentação nas Sessões de Comunicações, além dos 15 apresentados nas Mesas Redondas. Na organização das  Sessões de Comunicações, os trabalhos foram distribuídos segundo dois critérios: por um lado, buscou-se agrupá-los segundo a afinidade temática; por outro lado, procurou-se evitar, na medida do possível, a inclusão de trabalhos oriundos do mesmo Grupo de Trabalho Estadual, na mesma Sessão de Comunicação.

               A distribuição dos trabalhos inscritos de acordo com os Estados de origem é a seguinte: Acre: 2; Alagoas: 5; Espírito Santo: 8; Goiás: 1; Maranhão: 4; Mato Grosso: 2; Mato Grosso do Sul: 17; Minas Gerais: 7; Pará: 2; Paraíba: 4; Paraná: 17; Pernambuco: 1; Piauí: 1;  Rio de Janeiro: 6; Rio Grande do Norte: 9; Rio Grande do Sul: 7; São Paulo: 24; Sergipe: 3. A participação de pesquisadores estrangeiros, incluindo trabalhos inscritos para comunicação e trabalhos apresentados nas Mesas Redondas, somou 10 trabalhos com a seguinte distribuição: Argentina: 3; Chile: 1; Colômbia: 1; Espanha: 1; Itália: 1; Paraguai: 1; Portugal: 1; Uruguai: 1.

               Na Plenária das Comunicações, realizada no dia 18 de dezembro, os coordenadores de cada uma das quatro salas fizeram um relato  dos pontos registrados sobre os trabalhos apresentados nas respectivas salas. De um modo geral observou-se que os Grupos de Trabalho estaduais ou regionais, paralelamente ao projeto “Levantamento e Catalogação de Fontes Primárias e Secundárias”, vêm afunilando o exame das fontes segundo recortes temáticos emergindo, daí, alguns temas comuns tais como educação e partidos políticos, escola pública e o estudo da escola nos séculos XIX e XX. Há indicações, porém, de que os temas predominantes giram em torno da escola pública, estudada sob os aspectos das relações entre modernidade e educação e das relações entre oralidade e escrita. Do ponto de vista metodológico detecta-se uma multiplicidade de leituras, com predominância da concepção dialética da história e a emergência de outras modalidades metodológicas ligadas à chamada “História Nova”. Do ponto de vista organizacional, nota-se uma tendência à vinculação da produção com os Programas de Pós-Graduação, o que garante aos pesquisadores e Grupos de Trabalho uma estrutura mais estável. Nas discussões que se seguiram ao relato dos coordenadores das salas de comunicações, foi destacada a importância da ação dos coordenadores de GTs. estaduais na construção da identidade dos mesmos; a definição de um espaço adequado para a  participação, com apresentação de trabalhos, por parte dos bolsistas de iniciação científica ou estudantes de graduação, de modo a oportunizar sugestões apropriadas ao aprimoramento de sua formação em pesquisa; a conveniência de se organizar uma publicação que articule toda a produção do Grupo, avaliada pelos participantes externos ao Grupo (representante da ANPEd e dos outros países) como de muito bom nível; e sugestões práticas para a organização dos trabalhos no próximo seminário tais como a apresentação de comunicações ligadas a relatos da história dos GTs na forma de posters ou painéis e a seleção prévia dos trabalhos, seja pelos coordenadores de GTs, seja por consultores externos.

               Foram também incluídos neste CD-Rom com os Anais do IV Seminário, de modo a contribuir na preservação da memória de nosso Grupo de Estudos e Pesquisas, o seguinte: Programação ..., contendo a programação de todos os trabalhos e atividades desenvolvidas no evento;  Relatório Técnico-Científico ..., com o texto básico do relatório do evento encaminhado às agências financiadoras; Lista de Títulos, com uma listagem completa dos títulos de todos os trabalhos e textos; Lista de Autores, com uma listagem completa de todos os autores de trabalhos e textos; Lista dos Participantes, organizada por ordem alfabética e contendo o nome, vínculos institucionais e endereços de todos os participantes do IV Seminário

               É importante registrar que a realização do IV Seminário recebeu manifestações extremamente positivas dos convidados para proferir conferências nas Mesas Redondas e dos participantes estrangeiros. Efetivamente ele constitui um marco na história do Grupo, cujas atividades se iniciaram formalmente em 1991. Os resultados obtidos neste Seminário permitem concluir que o Grupo se encontra plenamente consolidado e com uma produção científica madura. Seus efeitos na comunidade científica da área se fazem sentir de maneira nítida através da consolidação de Grupos de Pesquisa em vários Estados e do apoio sistemático a Grupos emergentes em vias de consolidação em regiões ainda com pouca tradição de pesquisa científica.

              Não podemos deixar de registrar, nesta Apresentação, que o êxito do Seminário e, por conseqüência, a viabilidade das publicações e divulgações dele decorrentes, não teriam sido possíveis sem o apoio financeiro da Coordenação de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação - UNICAMP, do Fundo de Apoio ao Ensino e à Pesquisa da UNICAMP - FAEP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e, finalmente, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. Decisiva também foi a atuação da Comissão Coordenadora e Comissão Organizadora do Seminário, composta pelos coordenadores editoriais e organizadores destes Anais,  Profs. Drs. Dermeval Saviani, José Claudinei Lombardi e José Luís Sanfelice; pela Profa.  Dra.  Ediógenes Aragão Santos; pelos alunos Gilmar Henrique da Conceição (doutorando), Fábia Liliã Luciano Carminati (doutoranda), Silvia Helena Andrade de Brito (doutoranda), Luz Helena Toro de Sánchez (doutoranda), Jorge Uilson Clark (mestrando), Elsa Jorge Bellotto (graduanda) e Luiza Aparecida Delfino (graduanda e secretária executiva da comissão organizadora).

              Considerando a riqueza que representou a realização do IV Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil", entendemos que seus ganhos devem ser compartilhados, socializando-se amplamente os seus resultados. Esta é a finalidade da publicação destes Anais, na forma de CD-Rom.

 

José Claudinei Lombardi

Dermeval Saviani

José Luís Sanfelice (Orgs.)


 

[1] SAVIANI, Dermeval; José Claudinei Lombardi e José Luís Sanfelice (Orgs.). História e História da Educação: O Debate Teórico-Metodológico Atual. Campinas : Editora Autores Associados : HISTEDBR, 1998.